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Revista M&T - Ed.263 - Maio 2022
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COLUNA DO YOSHIO

A vida entre o real e o virtual

Um grande potencial de inovação, criação e oportunidade de negócios surge na transição entre o mundo virtual e o real

Entender as mudanças no mundo é muito importante para antecipar os riscos e oportunidades pessoais e profissionais. Especialmente quando acontecem em um ritmo muito intenso, a ponto de não permitir a reflexão. Como aponta o pensador Yuval Harari, a história não é um estudo do passado e sim das transformações do mundo. E, em nenhum momento da história, as transformações foram tão rápidas como em nossos dias.

A rápida mudança da informatização, por exemplo, vem criando uma turbulência que confunde as gerações “não-nativas digitais” e uma boa parte dos “nativos digitais”. A sensação é de sempre se correr atrás das novidades. O preço que pagamos para retardar a desatualização tecnológica é o constante aprimoramento das nossas habilidades informáticas.

Mas, o que realmente vem mudando em nossas vidas e na relação com as informa


Entender as mudanças no mundo é muito importante para antecipar os riscos e oportunidades pessoais e profissionais. Especialmente quando acontecem em um ritmo muito intenso, a ponto de não permitir a reflexão. Como aponta o pensador Yuval Harari, a história não é um estudo do passado e sim das transformações do mundo. E, em nenhum momento da história, as transformações foram tão rápidas como em nossos dias.

A rápida mudança da informatização, por exemplo, vem criando uma turbulência que confunde as gerações “não-nativas digitais” e uma boa parte dos “nativos digitais”. A sensação é de sempre se correr atrás das novidades. O preço que pagamos para retardar a desatualização tecnológica é o constante aprimoramento das nossas habilidades informáticas.

Mas, o que realmente vem mudando em nossas vidas e na relação com as informações, dados, pessoas e ambientes? Se bem me recordo, na primeira fase do que podemos chamar de “Revolução Digital” vivemos um processo de digitalizar informações que até então eram “físicas” (imagens e músicas), passando a armazená-las na “infosfera” sob forma de sinais digitais.

Depois, veio a fase da “Revolução da Internet”, na qual a comunicação, o fluxo de informações e os fatos passaram a ser disponibilizados diretamente na rede ou web, sem forma física. Tornou-se possível obter informações de algum lugar indefinido, em um volume sem precedente disponibilizado ou acessado com extrema facilidade por todos. Buscar informações na web passou a ser uma parte corriqueira das nossas vidas.

Tempos depois já estávamos na fase da “Revolução Social”, em que as nossas relações com outras pessoas, próximas ou distantes, passaram a acontecer parcialmente em uma nova dimensão virtual, em que eventos individuais e atividades corriqueiras – como “tomei um chopp” – passaram a ser propagadas pelo próprio autor da “façanha”, em um ato que banalizava fatos e protagonistas.

Agora, com a “Revolução do Metaverso”, a vida ocorre inteiramente em um ambiente virtual. O volume e a riqueza de dados na “infosfera” estão permitindo transportar a realidade para um ambiente virtual, onde podemos “viver” as situações reais num ambiente imaginário ou simular a vida.

E, depois, para onde caminhamos? Na verdade, já estamos no caminho da “materialização” dos dados, de volta do virtual para o mundo real ou material. Quando observamos a maravilha da impressão 3D, de alguma forma estamos observando a transformação de dados em um objeto físico ou material. Um “drone” também utiliza informações obtidas por GPS, simula as operações no mundo virtual e transforma os dados em atividades correspondentes no mundo real.

Um grande potencial de inovação, criação e oportunidade de negócios surge na transição entre o mundo virtual e o real. Com conhecimento e criatividade, aqueles que transitam entre esses dois mundos estão desenvolvendo as novas soluções e demandas. A cada dia, mais fatos acontecem nesta fronteira e mais dados vão e voltam entre os dois mundos.

E nossas vidas, cada vez mais, também transcorrem nessa nova fronteira, muitas vezes estimulante, eventualmente incompreensível e, por vezes, abertamente assustadora. Ouvi aí um “decifra-me ou te devoro”?

*Yoshio Kawakamié consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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