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Revista M&T - Ed.231 - Fev/Mar 2019
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Coluna do Yoshio

Para onde vai o dinheiro?

Como ensina a ciência econômica, a disponibilidade de dinheiro no mercado é algo que não aumenta ou diminui repentinamente, mas a sua circulação pode determinar oportunidades melhores (ou piores) para as empresas. Muitas vezes, não nos damos conta de que o fluxo do dinheiro no mercado está mudando de um setor para outro e nos surpreendemos com as diferenças.

Para entendermos o fenômeno, o mais simples é imaginarmos a disponibilidade de renda de uma família ao longo do tempo. Em 2014, por exemplo, nos meses que antecederam a Copa do Mundo, as projeções da indústria eletrônica apontavam para um potencial de vendas de 22 milhões de unidades de televisores no Brasil.

Na realidade, o desempenho do mercado foi mais tímido, ficando em cerca de 15 milhões de unidades vendidas naquele ano. Mas, em comparação, em 2017 a venda desses produtos ficou em torno de 10 milhões de unidades. Se realmente 22 milhões de unidades de televisores novos entrassem nos 69 milhões de lares brasileiros, algo como R$ 20 bilhões de reais em dinheiro e


Como ensina a ciência econômica, a disponibilidade de dinheiro no mercado é algo que não aumenta ou diminui repentinamente, mas a sua circulação pode determinar oportunidades melhores (ou piores) para as empresas. Muitas vezes, não nos damos conta de que o fluxo do dinheiro no mercado está mudando de um setor para outro e nos surpreendemos com as diferenças.

Para entendermos o fenômeno, o mais simples é imaginarmos a disponibilidade de renda de uma família ao longo do tempo. Em 2014, por exemplo, nos meses que antecederam a Copa do Mundo, as projeções da indústria eletrônica apontavam para um potencial de vendas de 22 milhões de unidades de televisores no Brasil.

Na realidade, o desempenho do mercado foi mais tímido, ficando em cerca de 15 milhões de unidades vendidas naquele ano. Mas, em comparação, em 2017 a venda desses produtos ficou em torno de 10 milhões de unidades. Se realmente 22 milhões de unidades de televisores novos entrassem nos 69 milhões de lares brasileiros, algo como R$ 20 bilhões de reais em dinheiro e crédito teriam sido movidos de outros consumos para este item.

Em um ano normal, sem a Copa do Mundo, este dinheiro teria outros destinos. Claro que, a cada ano, o interesse das pessoas migra de determinada área para outra. No final de 2018, por exemplo, setores como o de veículos registraram um aumento de aproximadamente 12% sobre o ano anterior, enquanto setores mais afetados pela crise – como de produtos alimentícios – amargaram uma queda de 8,4% sobre 2017.

Publicados mensalmente, tais indicadores servem para orientar as empresas na antecipação de suas perspectivas e no ajuste de suas ações no mercado. Em épocas boas, praticamente todos os setores crescem em relação ao ano anterior. No momento, dois terços dos setores mostram crescimento, mas há ainda um terço abaixo do volume de produção de 2017. Mas, é bom frisar, já houve épocas recentes em que todos os setores estavam abaixo do ano anterior.

Como a disponibilidade total do dinheiro cresce lentamente, mas migra rapidamente entre diferentes setores, é importante saber para onde ele irá em 2019. Com o otimismo sobre o novo governo, qual setor terá a preferência no consumo da população em 2019? E quais estarão entre os menos lembrados? Como sempre ocorre na economia, alguns negócios crescem com o otimismo, enquanto outros não se favorecem muito mesmo em tempos mais amenos.

*Yoshio Kawakami

é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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