Revista M&T - Ed.262 - Abril 2022
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COLUNA DO YOSHIO

O exercício da adaptação

Aqueles que diziam que nada voltará a ser como antes estavam certos, mas apenas porque assim é a natureza das coisas e da própria vida

Mudanças bruscas na sociedade têm a salutar virtude de expor o envelhecimento de modelos, negócios, empresas e protagonistas em diversas áreas. Com o estresse vivido nos últimos anos, é o caso de se indagar se estaríamos vivendo na iminência de renovações massivas no planeta.

Penso que sim. Ainda é cedo para celebrar, mas já se antevê uma virada da situação que certamente demandará renovação rápida em diversas atividades. O cansaço proveniente dos desafios recentes está fazendo com que muitas pessoas tenham uma consciência mais aguda das mudanças em andamento no mundo todo.

Um dos efeitos interessantes disso é que a finitude da vida se tornou mais evidente para todos, provocando mudanças importantes de atitude. Durante a pandemia, por exemplo, a ânsia de desfrutar o “restinho de vida” fez com que muitas pessoas buscassem realizar alguns “sonhos de menino” às pressas.

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Mudanças bruscas na sociedade têm a salutar virtude de expor o envelhecimento de modelos, negócios, empresas e protagonistas em diversas áreas. Com o estresse vivido nos últimos anos, é o caso de se indagar se estaríamos vivendo na iminência de renovações massivas no planeta.

Penso que sim. Ainda é cedo para celebrar, mas já se antevê uma virada da situação que certamente demandará renovação rápida em diversas atividades. O cansaço proveniente dos desafios recentes está fazendo com que muitas pessoas tenham uma consciência mais aguda das mudanças em andamento no mundo todo.

Um dos efeitos interessantes disso é que a finitude da vida se tornou mais evidente para todos, provocando mudanças importantes de atitude. Durante a pandemia, por exemplo, a ânsia de desfrutar o “restinho de vida” fez com que muitas pessoas buscassem realizar alguns “sonhos de menino” às pressas.

Da mesma maneira, as mudanças de tecnologia, modelos de negócios e interlocutores levaram muita gente a considerar a passagem de bastão de forma mais concreta nas empresas. Como explicava um amigo, não é que não se entenda ou não se aceite a visão das gerações mais novas, mas sim que muitos simplesmente não querem mais lidar com tantas diferenças, que causam evidente desconforto.

Com efeito, mudaram as referências, e as diferenças de percepção estão agora em cada detalhe, em cores, horários, formas ou aromas. Também as novas tecnologias, conhecimentos, lógicas de negócios e atitudes dos clientes surpreendem diariamente. Sem falar das percepções intersubjetivas em relação aos outros, com as referências passadas pregando peças cada vez mais constrangedoras nos mais velhos.

Assim, muitos estão percebendo a passagem mais acelerada do tempo e já não sentem a mesma disposição de se ajustar ao todo, que muda constantemente. Porém, nada disso está errado ou é impróprio, trata-se apenas a natureza das coisas – e um direito não querer seguir como um camaleão.

Aqueles que diziam que nada voltará a ser como antes estavam certos, mas apenas porque assim é a natureza das coisas e da própria vida. É um fato, que pode ser constatado em qualquer época, com ou sem pandemia. Certamente, algumas mudanças foram muito rápidas e a velocidade das transformações despertou a percepção até dos menos atentos.

É claro que sempre há os que ganham estímulo e energia para se rejuvenescer com o exercício da adaptação. Para esses, a mudança é um motivo para se buscar uma nova arrancada. Seja como for, são as renovações que, ao assegurarem iniciativas e possibilidades, sempre estimulam o mercado e os negócios para frente.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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