Revista M&T - Ed.273 - Maio 2023
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COLUNA DO YOSHIO

O campo vivo da experiência

É no campo vivo da experiência real que se adquire a sabedoria dos detalhes e dos traquejos que nos habilitam à execução das atividades que produzem resultados efetivos

Uma das experiências que ajudam a formar profissionais de alto nível é adquirida em ambientes opostos aos espaços de discussões estratégicas e conceituais dos grandes negócios e empresas. Figurativamente, é o nível em que se “bota a mão na massa” e os “pés na lama”. Afinal, é no campo vivo da experiência real que se adquire a sabedoria dos detalhes e os traquejos que nos habilitam à execução das atividades que produzem resultados efetivos.

Com os anos, podemos passar o nosso tempo cada vez mais distantes da arte da execução – e, inversamente, cada vez mais próximos de modelos conceituais e acadêmicos. Essa habilidade é chamada de “capacidade de abstração”, que sintetiza fatos particulares para o estabelecimento de uma teoria geral sobre algo. Mas eventualmente somos brutalmente lembrados dos fundamentos da “mão na massa” por alguém com quem convivemos em nosso dia a


Uma das experiências que ajudam a formar profissionais de alto nível é adquirida em ambientes opostos aos espaços de discussões estratégicas e conceituais dos grandes negócios e empresas. Figurativamente, é o nível em que se “bota a mão na massa” e os “pés na lama”. Afinal, é no campo vivo da experiência real que se adquire a sabedoria dos detalhes e os traquejos que nos habilitam à execução das atividades que produzem resultados efetivos.

Com os anos, podemos passar o nosso tempo cada vez mais distantes da arte da execução – e, inversamente, cada vez mais próximos de modelos conceituais e acadêmicos. Essa habilidade é chamada de “capacidade de abstração”, que sintetiza fatos particulares para o estabelecimento de uma teoria geral sobre algo. Mas eventualmente somos brutalmente lembrados dos fundamentos da “mão na massa” por alguém com quem convivemos em nosso dia a dia, e que executa as tarefas com o conhecimento prático de um “fazedor”.

Recentemente, isso ocorreu-me em uma reunião com a diretoria de uma grande empresa para debater os resultados e perspectivas de negócios. Na ocasião, o executivo que deveria apresentar as informações e percepções sobre o mercado repentinamente teve de viajar, felizmente deixando a gerente-assistente com a missão de apresentar as informações conforme o script. Digo “felizmente” pela oportunidade que o fato propiciou, não pela ausência do competente executivo.

Em uma situação inédita para ela, a gerente-assistente executou a apresentação com competência e entusiasmo, dando suas próprias cores à pintura executada. Empregando o seu próprio vocabulário de proximidade com o campo, ilustrou com detalhes que não fariam parte do estilo de seu chefe e reavivou as lembranças das experiências que já haviam sido esquecidas em algum lugar do passado.

As palavras empregadas trouxeram à tona os detalhes e cuidados necessários em negociações com clientes e usuários. Entre os inevitáveis termos técnicos, surgiram expressões coloquiais de quem convive com os clientes muito mais tempo que os escassos minutos das “reuniões produtivas de alto nível”. De fato, fizeram lembrar porque os clientes compram nossos produtos e o que eles esperam de nós como parceiros de negócios.

Certamente, a gerente-assistente nem deve ter imaginado que me propiciava a satisfação da nostalgia dos dias em que desenvolvia atividades semelhantes, com a sensação de plenitude por realizar o trabalho, atingir as metas e alcançar os objetivos.

*Yoshio Kawakamié consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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