Revista M&T - Ed.230 - Dez/Jan 2019
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Coluna do Yoshio

O ano que nos espreita

Agora que o ano de 2018 terminou, o que resta é planejar o futuro próximo. Nesse sentido, uma das incógnitas que temos diante de nós diz respeito ao mercado de construção pesada. Afinal, o que acontecerá nos próximos anos, supondo-se uma retomada dos investimentos em infraestrutura no país?

Nos últimos anos, o enfraquecimento das empresas-líderes do setor deixou o futuro em aberto diante das novas oportunidades. Serão essas empresas capazes de retomar suas atividades e voltar a atender às necessidades do país? Certamente, as financeiramente mais robustas terão fôlego para reativar a estrutura produtiva. Mas nem todas terão os meios para voltar com a mesma força e competir em um mercado mais acirrado que no passado. Por isso, terão de se desenvolver em competitividade para reencontrar o seu espaço, podendo esbarrar em dificuldades.

Antes muito protegido, o mercado brasileiro deve se abrir mais à concorrência estrangeira para que muitos dos vícios do passado possam ser evitados ou reduzidos. Todavia, como se dará a entrada dessas empresas e como


Agora que o ano de 2018 terminou, o que resta é planejar o futuro próximo. Nesse sentido, uma das incógnitas que temos diante de nós diz respeito ao mercado de construção pesada. Afinal, o que acontecerá nos próximos anos, supondo-se uma retomada dos investimentos em infraestrutura no país?

Nos últimos anos, o enfraquecimento das empresas-líderes do setor deixou o futuro em aberto diante das novas oportunidades. Serão essas empresas capazes de retomar suas atividades e voltar a atender às necessidades do país? Certamente, as financeiramente mais robustas terão fôlego para reativar a estrutura produtiva. Mas nem todas terão os meios para voltar com a mesma força e competir em um mercado mais acirrado que no passado. Por isso, terão de se desenvolver em competitividade para reencontrar o seu espaço, podendo esbarrar em dificuldades.

Antes muito protegido, o mercado brasileiro deve se abrir mais à concorrência estrangeira para que muitos dos vícios do passado possam ser evitados ou reduzidos. Todavia, como se dará a entrada dessas empresas e como este fato propiciará oportunidades para o setor público? Certamente, alguns novos participantes buscarão associações com empresas experientes, desde que o passado já não represente risco e as restrições possam ser removidas. Outras poderão adquirir empresas brasileiras com competências similares e conhecimento do mercado. Como a crise afetou profundamente o setor, o valor das empresas está bastante conveniente para isso.

Além de inflação e juros mais baixos e previsíveis, também há necessidade de processos mais transparentes, gestão mais competitiva e assimilação de novas tecnologias, conhecimentos e soluções. Não que sejam fatores inéditos ou desconhecidos, mas sua prática ainda tem sido muito limitada em nosso mercado.

Se atentarem para o que ocorre em outros mercados, as empresas poderão buscar especializações que propiciem maior competitividade em segmentos de interesse. O mercado também pode ser menos concentrado e mais competitivo do que foi no passado, criando oportunidades para as empresas de menor porte.

Apesar das muitas incertezas, permanece o fato de que não há sentido em considerar uma retomada sem a necessária infraestrutura e a contribuição dos investimentos públicos para promover parte desse impulso no setor. Uma alternativa mais saudável aos investimentos públicos seriam as privatizações, concessões e PPPs, para o país poder contar com recursos novos no setor. Assim, haveria possibilidade de se imprimir um ritmo mais acelerado na resolução dos problemas, que no momento afligem não apenas a economia, mas também o tecido social. A ver.

*Yoshio Kawakami

é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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