Ambientes de crise provocam perplexidade em profissionais e empreendedores que, num ato de autopreservação, tornam-se muitas vezes conservadores. Afinal, sentem-se inibidos por cobranças mais severas, receio de fracasso, falta de criatividade, medo de assumir riscos e, ainda, temor das “medidas de ajuste” via cortes.
Nos últimos anos, inflados artificialmente em termos econômicos, as empresas foram levadas a exagerar em investimentos, tanto em capacidade como em estrutura. Isso porque se vendia uma imagem excessivamente positiva do mercado, principalmente para empresas estrangeiras que investiam pela primeira vez no Brasil. Incautas, não ouviram as pessoas mais experientes do mercado antes de tomar suas decisões, que agora se mostram equivocadas.
Hoje, vemos fábricas novíssimas que não são utilizadas em sua plena capacidade de produção, enquanto outras precisarão de muitos anos até alcançar um ponto de equilíbrio. O fato é que, com o cenário estabelecido, a necessária reestruturação tornou-se uma prática de “correr atrás do prejuízo”, sem criar perspectivas de futuro. Mas a projeção desta prática – após corrigir os excessos do passado rec
Ambientes de crise provocam perplexidade em profissionais e empreendedores que, num ato de autopreservação, tornam-se muitas vezes conservadores. Afinal, sentem-se inibidos por cobranças mais severas, receio de fracasso, falta de criatividade, medo de assumir riscos e, ainda, temor das “medidas de ajuste” via cortes.
Nos últimos anos, inflados artificialmente em termos econômicos, as empresas foram levadas a exagerar em investimentos, tanto em capacidade como em estrutura. Isso porque se vendia uma imagem excessivamente positiva do mercado, principalmente para empresas estrangeiras que investiam pela primeira vez no Brasil. Incautas, não ouviram as pessoas mais experientes do mercado antes de tomar suas decisões, que agora se mostram equivocadas.
Hoje, vemos fábricas novíssimas que não são utilizadas em sua plena capacidade de produção, enquanto outras precisarão de muitos anos até alcançar um ponto de equilíbrio. O fato é que, com o cenário estabelecido, a necessária reestruturação tornou-se uma prática de “correr atrás do prejuízo”, sem criar perspectivas de futuro. Mas a projeção desta prática – após corrigir os excessos do passado recente – é acabar com a própria empresa, que vai definhar até desaparecer. Tal prática representa o “esperar para ver”, torcendo para que a retomada chegue a tempo de salvar a empresa, mesmo aquelas que ainda estão apenas no início de suas atividades. Esta atitude pode ser fruto de um aprendizado do passado, mas é importante admitir que uma retomada rápida não é algo crível no cenário atual.
Então, o que fazer numa situação como esta? A resposta mais comum é que a empresa precisa inovar e buscar novas soluções. Mas quais são os executivos e empresários que se dispõem a questionar e redirecionar suas estratégias? Geralmente, seguem apenas fazendo “mais do mesmo”.
Nesse momento, é preciso explorar alternativas, ouvir novas ideias e pessoas que possam trazer uma visão diferenciada do negócio. Muitos executivos pensam que são pagos para resolver por si mesmos o problema. Mas eles também são pagos para identificar “inteligências externas”, que ajudem a empresa a superar os momentos mais críticos. Muitas vezes, diga-se de passagem, são essas ajudas de fora que salvam carreiras.
Certamente, há profissionais experientes no mercado que podem auxiliar as empresas a encontrar melhores soluções, justamente por se encontrarem em uma “torre de observação”, ao resguardo das chamas do incêndio.
O acionista, por sua vez, espera que o gestor encontre soluções eficazes e, mesmo que não seja o autor da ideia, o que conta é a iniciativa de identificar e absorver a melhor sugestão no mercado. Muitas vezes, suas limitações já se tornaram limitações da empresa, sem que se dê conta disso.
*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema
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