Em 2019, três empresas independentes de pesquisa – Climate Neutral Group, CE Delft e SGS Search – calcularam as emissões de CO2 durante o ciclo de vida de dez equipamentos representativos da carteira de membros da European Rental Association (ERA), apontados como a principal fonte de gases de efeito de estufa (GEE) na construção. A pesquisa conclui que a utilização mais eficiente pode levar a reduções significativas na pegada de carbono total das máquinas, algo na ordem de 30% e, por vezes, mais de 50%.
De fato, a atenção às possibilidades de redução das emissões tornou-se um dos fatores considerados como fundamentais para viabilizar as metas climáticas do Acordo de Paris. Para o presidente da divisão de tração elétrica da Danfoss, Domenico Traverso, a chave para reduzir a pegada de carbono é implementar tecnologias de eficiência energética, permitindo diminuir o uso de diesel e, ao mesmo tempo, enfrentar os desafios da
Em 2019, três empresas independentes de pesquisa – Climate Neutral Group, CE Delft e SGS Search – calcularam as emissões de CO2 durante o ciclo de vida de dez equipamentos representativos da carteira de membros da European Rental Association (ERA), apontados como a principal fonte de gases de efeito de estufa (GEE) na construção. A pesquisa conclui que a utilização mais eficiente pode levar a reduções significativas na pegada de carbono total das máquinas, algo na ordem de 30% e, por vezes, mais de 50%.
De fato, a atenção às possibilidades de redução das emissões tornou-se um dos fatores considerados como fundamentais para viabilizar as metas climáticas do Acordo de Paris. Para o presidente da divisão de tração elétrica da Danfoss, Domenico Traverso, a chave para reduzir a pegada de carbono é implementar tecnologias de eficiência energética, permitindo diminuir o uso de diesel e, ao mesmo tempo, enfrentar os desafios da eletrificação, especialmente no segmento de escavadeiras.
Essas máquinas, diz ele, operam em condições exigentes e requerem mais horas de trabalho entre as cargas. Isso implica baterias extremamente volumosas para igualar a produtividade das máquinas a diesel, resultando em uso intensivo de recursos e custos mais altos. “Muitas vezes, isso simplesmente não é tecnológica ou economicamente viável para máquinas pesadas”, diz ele.
Além disso, muitos canteiros não contam com infraestrutura para suportar o carregamento de escavadeiras elétricas. Locais maiores, como pedreiras, geralmente exigem a troca de baterias no início e no final de cada turno – com carregamento subsequente nos pátios. Nesses casos, surgem desafios devido ao enorme peso das baterias, o que impõe obstáculos logísticos.
Mas ao se aumentar a eficiência, a necessidade de baterias pode ser reduzida, juntamente com as demandas de carregamento e geração de energia renovável. “O setor de construção é muito sensível ao custo e, por isso, precisamos descarbonizar da maneira mais econômica possível”, acentua o executivo. “Caso contrário, isso não ocorrerá em escala.”
É nesse ponto que a eficiência se torna um facilitador. Os sistemas a diesel atuais operam com eficiência de apenas 30%, ou seja, 70% da energia é desperdiçada. Segundo Traverso, há um potencial significativo para soluções como bombas de deslocamento variável e acionamentos descentralizados, que – juntamente com sistemas de recuperação de energia – podem aumentar a eficiência e reduzir o consumo.
A implementação de medidas de eficiência permite que as escavadeiras produzam mais com motores menores e menos energia, reduzindo até 24,8% a capacidade necessária para eletrificação. “A tecnologia pode proporcionar uma economia de combustível de 15% a 30% em escavadeiras com mais de 15 t e, ao mesmo tempo, aumentar a capacidade de trabalho”, assegura Traverso. Para ele, ao priorizar a eficiência energética e explorar as possibilidades de eletrificação, o setor pode contribuir para a descarbonização de máquinas pesadas e abrir caminho para um futuro mais sustentável. Boa leitura.
Silvimar Fernandes Reis
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