Revista M&T - Ed.289 - Novembro 2024
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COLUNA DO YOSHIO

As projeções de crescimento

Dependendo da necessidade, a fonte para o crescimento da receita não será dada apenas pelo desempenho da economia, do setor ou do mercado isoladamente

Qual deve ser a meta de crescimento para o próximo ano? Como sempre, esse é um questionamento bastante comum para as empresas nesta época do ano. Ademais, uma parte basilar e essencial do planejamento é justamente definir um índice de crescimento para o ciclo que está por vir.

Muitas vezes, para facilitar essa tarefa buscamos a orientação de especialistas que analisam o cenário econômico do país. No entanto, mesmo após ouvir especialistas, é comum não chegarmos a um consenso sobre a meta ideal.

Também aprendemos que usar o crescimento do PIB como referência pode ser limitante. Pensemos em 2025, por exemplo, quando o PIB – pelas previsões econômicas – pode crescer apenas 2%.

Assim, se a economia realmente crescer 2%, podemos estabelecer uma meta de 3% para os negócios? De fato, parece uma projeção muito conservadora.

Mas também podemos considerar o crescimento espe


Qual deve ser a meta de crescimento para o próximo ano? Como sempre, esse é um questionamento bastante comum para as empresas nesta época do ano. Ademais, uma parte basilar e essencial do planejamento é justamente definir um índice de crescimento para o ciclo que está por vir.

Muitas vezes, para facilitar essa tarefa buscamos a orientação de especialistas que analisam o cenário econômico do país. No entanto, mesmo após ouvir especialistas, é comum não chegarmos a um consenso sobre a meta ideal.

Também aprendemos que usar o crescimento do PIB como referência pode ser limitante. Pensemos em 2025, por exemplo, quando o PIB – pelas previsões econômicas – pode crescer apenas 2%.

Assim, se a economia realmente crescer 2%, podemos estabelecer uma meta de 3% para os negócios? De fato, parece uma projeção muito conservadora.

Mas também podemos considerar o crescimento específico do setor de atuação da empresa e seus clientes. Ou seja, o próprio mercado.

Nesse caso, se a previsão de crescimento do mercado for “zero”, devido a fatores como mudanças climáticas ou outros eventos capazes de afetar o desempenho, seria aceitável projetar apenas 1% de crescimento? Afinal, ainda estaria acima da média do setor, correto?

Para muitas empresas, esse cenário impõe-se como uma realidade quando se busca estabelecer metas para o próximo período. Tanto que participar de seminários setoriais e eventos econômicos passa a ser uma atividade essencial para os gestores nesta época do ano.

No entanto, é importante ter cautela, pois dificilmente algum “guru” econômico irá sugerir publicamente um cenário de crescimento “zero”. Mesmo que a previsão real seja “zero”, pode-se mencionar algo próximo a 5%, até para agradar à plateia.

Contudo, metas tão modestas podem não satisfazer os planos e expectativas dos acionistas, que esperam um desempenho superior, especialmente quando as necessidades de curto prazo são prioritárias.

Há também empresas com outros objetivos, como a abertura de capital (IPO). Nesse caso, a meta é valorizar a empresa e garantir uma capitalização mais favorável.

Para atrair o mercado de ações, o índice de crescimento precisa ser consistente ao longo de anos, com patamares de 15%, 20% ou mais.

Assim, torna-se evidente que, dependendo da necessidade, a fonte de crescimento da receita não será dada apenas pelo desempenho da economia, do setor ou do mercado isoladamente.

Além de entender profundamente o ambiente de negócios, é essencial desenvolver “iniciativas de crescimento” para materializar os resultados. Investir tempo na elaboração dessas iniciativas é mais importante do que entender de economia ou contar com a sorte.


*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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