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Revista M&T - Ed.271 - Fev/Mar 2023
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COLUNA DO YOSHIO

A régua da consistência

É na consistência do desempenho em ciclos descendentes que encontramos provas de que executamos melhor, estamos um pouco à frente dos demais ou que, de fato, temos mais sorte que os outros

Sempre que vivemos um período mais ameno em nossas vidas e negócios, acostumamo-nos com o curso favorável e, assim, desejamos que seja permanente. No entanto, no fundo das nossas almas – calejadas com tantas incertezas e contrariedades – sabemos que as situações e as condições da vida são fundamentalmente variáveis.

Contudo, é próprio do ser humano habituar-se com as coisas boas e esquecer-se das dificuldades.

Para muitos, as mudanças de ciclo trazem luz às realizações, que em momentos de euforia são confundidas com uma visão exclusivista de negócios, criatividade inédita ou mesmo competência inigualável.

Por outro lado, quando há mudança de ciclo somos expostos a novos desafios e, muitas vezes, revela-se a vulnerabilidade do que antes considerávamos uma base sólida e inabalável. Isso nos faz enxergar que estávamos na mesma onda dos demais – e que apenas tivemos um pouco mais de sorte circunstancial.

Porém, é somente na consistência do desempenho em ciclos descendentes que encontramos provas de que executamos melhor, estamos um pouco à frente dos demais ou que, de fato, temos mais sorte que os outros.

Apenas o trabalho constante, planejado e com execução superior é capaz de sinalizar se acertamos mais que os outros. É nessas horas que rápidos crescimentos, saltos de evolução e sucessos instantâneos são testados, premiando apenas os verdadeiramente aplicados.

Os ciclos são estímulos que desafiam o pensamento, a criatividade e a resiliência das pessoas e dos negócios. Como os grandes ciclos econômicos geralmente ocorrem em intervalos de uma década ou mais, há de se esperar um bom tempo para avaliar as empresas, as organizações e as pessoas.

Antigamente, dizia-se que somente é crível avaliar um profissional após duas décadas de atividades. Ainda hoje, os primeiros anos de vida das empresas são pouco c


Sempre que vivemos um período mais ameno em nossas vidas e negócios, acostumamo-nos com o curso favorável e, assim, desejamos que seja permanente. No entanto, no fundo das nossas almas – calejadas com tantas incertezas e contrariedades – sabemos que as situações e as condições da vida são fundamentalmente variáveis.

Contudo, é próprio do ser humano habituar-se com as coisas boas e esquecer-se das dificuldades.

Para muitos, as mudanças de ciclo trazem luz às realizações, que em momentos de euforia são confundidas com uma visão exclusivista de negócios, criatividade inédita ou mesmo competência inigualável.

Por outro lado, quando há mudança de ciclo somos expostos a novos desafios e, muitas vezes, revela-se a vulnerabilidade do que antes considerávamos uma base sólida e inabalável. Isso nos faz enxergar que estávamos na mesma onda dos demais – e que apenas tivemos um pouco mais de sorte circunstancial.

Porém, é somente na consistência do desempenho em ciclos descendentes que encontramos provas de que executamos melhor, estamos um pouco à frente dos demais ou que, de fato, temos mais sorte que os outros.

Apenas o trabalho constante, planejado e com execução superior é capaz de sinalizar se acertamos mais que os outros. É nessas horas que rápidos crescimentos, saltos de evolução e sucessos instantâneos são testados, premiando apenas os verdadeiramente aplicados.

Os ciclos são estímulos que desafiam o pensamento, a criatividade e a resiliência das pessoas e dos negócios. Como os grandes ciclos econômicos geralmente ocorrem em intervalos de uma década ou mais, há de se esperar um bom tempo para avaliar as empresas, as organizações e as pessoas.

Antigamente, dizia-se que somente é crível avaliar um profissional após duas décadas de atividades. Ainda hoje, os primeiros anos de vida das empresas são pouco confiáveis, bem como os anos iniciais de desempenho dos profissionais.

Somente com mais tempo de atividade é que conseguimos distinguir a sorte da competência, por meio da régua da consistência.

O ciclo atual, com uma sequência de acontecimentos globais inesperados ou imprevisíveis, está fazendo aflorar algumas dessas questões. Mesmo as análises de riscos de grandes empresas não consideravam alguns acontecimentos com baixa probabilidade de ocorrência, mas com alto impacto.

Alguns não enxergam os riscos devido à distância geográfica, em uma visão ultrapassada de que “está longe para nos afetar”. Com a integração das indústrias e mercados, o que importa não é mais a distância física ou temporal, mas a interdependência da cadeia produtiva.

O aprendizado indica que sempre há riscos potenciais e que a qualidade da análise depende da abertura com que esses riscos são mensurados.

Para muitos, a análise de riscos serve para provar como tudo é seguro, quando deveria servir para desafiar as certezas. Vale considerar ainda que tanto o excesso quanto a falta de confiança também afetam a percepção, podendo induzir ao erro e à paralisação das ações.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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