Revista M&T - Ed.154 - Fevereiro 2012
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Empresas

Volvo bate recorde em vendas

Ao anunciar um crescimento de 38% nas vendas para a América Latina, a fabricante de equipamentos divulga mudanças globais na organização comercial com foco nos mercados emergentes

Após mais de 10 anos de crescimento contínuo na América Latina, a Volvo Construction Equipment acaba de registrar mais um recorde de vendas na região. Em 2011, a empresa alcançou a marca de 4.413 equipamentos comercializados no Brasil e demais países da América Latina, totalizando um faturamento de US$ 716,4 milhões e um crescimento de 13,5% em relação às receitas no ano anterior. “Foi o melhor ano da nossa história”, comemora Yoshio Kawakami, presidente da Volvo CE. Em termos de unidades vendidas, o crescimento foi de 38% em comparação com o desempenho em 2010, com forte expansão na demanda dos países latino-americanos de língua espanhola.

Mesmo assim, o Brasil continua respondendo por 58% dos negócios da empresa na região, com o consumo de nada menos do que 2.993 unidades. Os outros 1.420 equipamentos, que completam o volume total comercializado pela empresa, foram destinados às demais nações vizinhas. “A impressão que temos é que a América Latina está colhendo os frutos das boas lições do passado, com a adoção de políticas macroeconômicas mais consistentes, investimentos em infraes


Após mais de 10 anos de crescimento contínuo na América Latina, a Volvo Construction Equipment acaba de registrar mais um recorde de vendas na região. Em 2011, a empresa alcançou a marca de 4.413 equipamentos comercializados no Brasil e demais países da América Latina, totalizando um faturamento de US$ 716,4 milhões e um crescimento de 13,5% em relação às receitas no ano anterior. “Foi o melhor ano da nossa história”, comemora Yoshio Kawakami, presidente da Volvo CE. Em termos de unidades vendidas, o crescimento foi de 38% em comparação com o desempenho em 2010, com forte expansão na demanda dos países latino-americanos de língua espanhola.

Mesmo assim, o Brasil continua respondendo por 58% dos negócios da empresa na região, com o consumo de nada menos do que 2.993 unidades. Os outros 1.420 equipamentos, que completam o volume total comercializado pela empresa, foram destinados às demais nações vizinhas. “A impressão que temos é que a América Latina está colhendo os frutos das boas lições do passado, com a adoção de políticas macroeconômicas mais consistentes, investimentos em infraestrutura e bem estar social, ou seja, ações que impulsionam a demanda por equipamentos de construção”, pondera Kawakami.

Ele destaca que, em escala global, o Brasil figura como terceiro país a despertar maior interesse dos investidores internacionais, o que revela sua atratividade. “Na área de equipamentos para construção, por exemplo, a demanda brasileira de máquinas da linha amarela, que reúne escavadeiras hidráulicas, carregadeiras de rodas, rolos compactadores e demais modelos voltados à movimentação de solos, saltou da faixa de 5.000 unidades por ano, em 2005, para cerca de 25.000 unidades por ano em 2011, com crescimento constante ao longo desses seis anos”, analisa o executivo.

Foco nos emergentes

Atenta à evolução do mercado, a Volvo CE diversificou seu portfólio de produtos com o lançamento de novas linhas de equipamentos como as minicarregadeiras, rolos compactadores e retroescavadeiras – e a contínua modernização das famílias que já eram tradicionais, como as escavadeiras hidráulicas, carregadeiras de rodas, caminhões articulados e motoniveladoras. Além disso, a empresa vem investindo em sua fábrica de Pederneiras (SP) foram US$ 3,8 milhões em 2011 e mais US$ 11,2 milhões previstos em 2012, onde acaba de introduzir uma linha de produção de escavadeiras hidráulicas.

Como resultado, Kawakami diz que a empresa conquistou uma participação de 10% do mercado latino-americano, que chega ao patamar de 15% quando se analisa apenas o Brasil. Segundo o executivo, as operações na região representam cerca de 6,5% dos negócios do grupo em âmbito global, que totalizam mais de 84 mil equipamentos vendidos por ano e um faturamento da ordem de US$ 10 bilhões.

Diante da queda da demanda nos países industrializados e a contínua expansão dos negócios nos mercados emergentes que incluem o Brasil e demais nações latino-americanas, o grupo Volvo decidiu reestruturar sua organização comercial em novas regiões geográficas no mundo. Com isso, as operações na América do Norte e América Latina passam a representar uma única região geográfica para a empresa em termos comerciais, enquanto a Europa e África formam uma segunda região, que inclui ainda a Rússia e Oriente Médio. O mercado chinês corresponde a uma terceira área geográfica e os demais países da Ásia, juntamente com a Oceania, constituem a quarta região.

Kawakami explica que a reestruturação tem o objetivo de aproveitar melhor os recursos disponíveis em cada região, como as fábricas instaladas, por exemplo, para a otimização no atendimento aos clientes dessas áreas. Isso significa que as operações na América do Norte e América Latina continuarão independentes, embora a atuação comercial da empresa seja planejada conjuntamente para ambas. Nessa nova geografia comercial da companhia, mercados como os Estados Unidos e Europa perdem importância em relação a estrelas ascendentes como a América Latina e China. “Na prática, as quatro regiões são bem equilibradas em termos de faturamento.”

Adequação dos produtos

Outro resultado dessa reestruturação, de acordo com o executivo, deverá ser a melhor adequação dos equipamentos aos mercados a  que se destinam. No caso do Brasil, por exemplo, essa nova abordagem permite prever a disponibilização de máquinas mais simples, mas Kawakami nega que isto se reflita em produtos com menor conteúdo tecnológico, cuja simplificação seja voltada apenas à competitividade pelo preço. “A produtividade, segurança da operação e respeito ao meio ambiente são valores importantes para a Volvo, mas queremos desenvolver máquinas mais apropriadas ao que os usuários esperam delas.”

Como exemplo, ele cita a época em que os fabricantes desenvolviam produtos para comercialização local. Nesses casos, a pequena escala de produção acabou inviabilizando essas linhas em um cenário globalizado, mas o executivo ressalta o lado positivo da iniciativa. “Com uma nova abordagem, queremos desenvolver equipamentos que contenham características valorizadas por seus usuários.”

Para 2012, Kawakami projeta um crescimento nas vendas da empresa, porém não em índices superiores aos registrado em 2011. “Se repetirmos o resultado, que é o planejado pela empresa, estaremos muito satisfeitos já que estamos falando do melhor ano de nossa história”, conclui o executivo.

 

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