Revista M&T - Ed.252 - Abril 2021
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Entrevista

Victor Becattini

“Temos desafios ligados às especificidades do país"

Em um momento instável para o mercado, o foco em segurança, apoio às operações e desenvolvimento de novas tecnologias desponta como a principal proposta para superar a crise gerada pela pandemia, afirma Victor Becattini, vice-presidente da Sandvik Mining and Rock Solutions no Brasil, destacando tais vetores como características intrínsecas no DNA da fabricante sueca especializada em engenharia de alta tecnologia.

Formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com MBA em economia aplicada pela Fundação Dom Cabral (FDC) e especializações pela Stockholm School of Economics (SSE) e Fundação Getulio Vargas (FGV), o executivo já conta com mais de duas décadas de liderança em diversas áreas da indústria de mineração e construção pesada, tendo chegado à Sandvik há cerca de 15 anos, sempre ocupando cargos de gerência empresarial e direção comerc


Em um momento instável para o mercado, o foco em segurança, apoio às operações e desenvolvimento de novas tecnologias desponta como a principal proposta para superar a crise gerada pela pandemia, afirma Victor Becattini, vice-presidente da Sandvik Mining and Rock Solutions no Brasil, destacando tais vetores como características intrínsecas no DNA da fabricante sueca especializada em engenharia de alta tecnologia.

Formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com MBA em economia aplicada pela Fundação Dom Cabral (FDC) e especializações pela Stockholm School of Economics (SSE) e Fundação Getulio Vargas (FGV), o executivo já conta com mais de duas décadas de liderança em diversas áreas da indústria de mineração e construção pesada, tendo chegado à Sandvik há cerca de 15 anos, sempre ocupando cargos de gerência empresarial e direção comercial desde então.

Em 2017, Becattini assumiu a vice-presidência da fabricante no Brasil, cargo a partir do qual atua na implementação e gerenciamento dos negócios no mercado interno e em outros países da região. Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, dentre outros assuntos o executivo ressalta a importância do mercado brasileiro para a Sandvik, em especial as indústrias de mineração e construção, mantendo as apostas feitas há mais de 70 anos, tempo de atuação da marca no mercado nacional. “Mesmo com os desafios enfrentados por conta da pandemia mundial, o mercado de mineração teve um ótimo desempenho”, afirma o executivo, que aposta em 2021 como mais um ano promissor para a companhia. Acompanhe.

  • Qual é o posicionamento atual da empresa no país?

No Brasil, a Sandvik Mining and Rock Solutions conta com uma equipe capacitada que suporta operações para o mercado da mineração e construção. Representamos aqui uma área de negócios do grupo Sandvik que é fornecedora líder global de equipamentos e ferramentas, serviços e soluções técnicas para essas indústrias. Nossas áreas de aplicação incluem perfuração de rochas tanto para minas de superfície quanto para a mineração subterrânea, carregamento e transporte para a mineração subterrânea, abertura de túneis, quebra e demolição.

Segundo Becattini, os resultados na mineração superaram as expectativas em 2020

  • Como a empresa está enfrentando os impactos da pandemia?

Desde o primeiro momento, focamos nossos esforços na saúde e na segurança da nossa equipe. Para monitorar e fazer frente aos desafios desse cenário, colocamos em prática diversas ações, sempre com o apoio do nosso Comitê de Crise, do time gerencial e dos colaboradores. Todas as iniciativas seguiram as diretrizes globais da empresa e as orientações da Organização Mundial da Saúde e das autoridades de cada local onde operamos. Para além da saúde e da segurança, mantivemos nosso foco no suporte às operações dos nossos clientes, com o pleno fornecimento de equipamentos, ferramentas, soluções e serviços de pós-venda.

  • A situação ajudou a acelerar algum processo dentro da empresa?

Com certeza tivemos de nos adaptar de forma rápida. As videoconferências obrigaram as áreas de TI a se desdobrarem e mostrarem eficiência e confiabilidade. O teletrabalho se mostrou eficiente e todos, empresas e pessoas, passamos por grandes transformações.

  • Quanto o Brasil representa para a Sandvik em termos de resultados?

Somos um território importante para as indústrias de mineração e construção. Com grande potencial para novas tecnologias e otimizações em segurança e eficiência operacional. O grupo Sandvik está no Brasil há mais de 70 anos, o que demonstra a importância do nosso país para os negócios.

  • Como avalia o ano de 2020 e quais são suas projeções para este ano?

Em se tratando de um ano totalmente atípico, os resultados em 2020 superaram todas as nossas expectativas. O mercado de mineração, devido ao aumento global dos preços das principais commodities, teve um desempenho surpreendente, acima do esperado. E, como disse acima, redobramos a nossa atenção na segurança para promover e trazer segurança operacional para todos os colaboradores. De fato, foi um grande ano, mas que tem tudo para ser superado agora, contando ainda com o sucesso da vacina contra a covid-19, esperado por todos.

  • A falta de insumos está impactando a produção da empresa?

Nossas fábricas estão espalhadas em diferentes localidades do mundo, incluindo Suécia, Finlândia, China e Índia, dentre outros países. Temos um time totalmente dedicado e preparado para o planejamento logístico, especialmente em situações de crise como a que vivemos. Por esse motivo, estamos com o estoque dentro do esperado, sem nenhuma ocorrência de atraso de fornecimentos.

  • Quais novidades tecnológicas podem ser esperadas da Sandvik neste ano?

O ano de 2021 será marcante no lançamento de novos produtos da Sandvik. Nossa série de equipamentos inteligentes irá receber diversas novidades, tanto em perfuração subterrânea, quanto em perfuração de superfície, assim como carregamento e transporte e mineração subterrânea. Nosso foco está em entregar mais segurança e eficiência operacional aos nossos clientes por meio da digitalização, seja na análise dos dados ou na forma de operar nossos equipamentos. As cabines operacionais e o acesso às áreas de manutenção dos equipamentos também estão em constante melhoria.

Entrega de eficiência operacional por meio da digitalização é o foco atual, diz executivo

  • Aliás, quais são as tendências em um setor que enfrenta desafios cada vez maiores, especialmente na extração?

Diria que os desafios estão ligados às especificidades do nosso país. Cada operação tem uma realidade, mas o que podemos observar – e que é comum a todas elas – é uma constante busca por eficiência operacional, que entregue controle de custos e produtividade. Muitas vezes, o desafio é comprovar que o investimento inicial, com o devido monitoramento e preparo das equipes, evidentemente, vai entregar muito além do que é esperado. Outro desafio são as próprias estruturas das operações, que até então operavam sem equipamentos autônomos, por exemplo. Mas é aí que nossa expertise entra para ajudar que o cliente e a sua operação se elevem a um novo patamar. Não podemos nos esquecer dos equipamentos a bateria (BEV), uma necessidade para atender aos novos patamares da sustentabilidade e redução da emissão de CO2 de toda a cadeia da construção civil pesada e da mineração, em particular. Neste segmento, também podemos destacar a posição de liderança da Sandvik.

  • A propósito, os autônomos dominarão o mercado no futuro?

Acredito que terão um papel fundamental no futuro, entregando mais segurança e sustentabilidade às operações. Dois pontos que são cada vez mais inerentes a qualquer estratégia de negócio sustentável. Os equipamentos autônomos sofrerão grandes evoluções daqui em diante e já estão no radar de todos os clientes.

  • Como a tecnologia pode aprimorar a segurança das operações?

A meu ver, esse é o maior benefício que a tecnologia pode entregar aos clientes. Seja por meio de um equipamento autônomo, que um operador pode operar na segurança de uma sala de controle, pelas certificações nas cabines de operação dos equipamentos, que entregam cada vez mais proteção e ergonomia, ou pelas tecnologias de troca de ferramentas de maneira automática, sem a necessidade de exposição das equipes ao risco, assim como pela facilidade e praticidade de manutenções que os equipamentos entregam.

Para o vice-presidente da Sandvik no Brasil, segurança é o maior benefício que a tecnologia autônoma pode entregar

  • Com mais tecnologia nas máquinas, a formação de profissionais representa um gargalo?

O que podemos observar é a tecnologia sendo aderida ao treinamento e formação de novos profissionais ou mesmo dos mais experientes. Um exemplo são os simuladores digitais de operação, que estamos utilizando para qualificar as equipes que receberão novos equipamentos, antes mesmo de testarem seus conhecimentos no ambiente real. Dessa forma, as equipes recebem todas as informações necessárias e se preparam para aproveitar ao máximo a tecnologia empregada em nossas soluções. Também fortalecemos e incentivamos os treinamentos on-line (“e-learning”), sem descuidar da saúde psicológica de todos os colaboradores.

  • Até que ponto as questões de sustentabilidade ambiental estão mudando a mineração?

A sustentabilidade nada mais é do que fazer mais com menos. Menos recursos, menos impactos ambientais e sociais. Produtividade é um dos nossos drives. E é nisso que temos de apoiar os nossos clientes, nessa jornada em busca de operações cada vez mais sustentáveis. Isso muda desde a forma como são pensadas as tecnologias, até a forma de planejamento de uma mina, por exemplo.

  • Como investir em um cenário de crise global?

Investindo em alguns pilares básicos de crescimento voltado para a sustentabilidade e segurança operacional, em busca da excelência com pessoas excepcionais, agregando valor e entendendo as necessidades dos nossos clientes.

Saiba mais:
Sandvik: www.home.sandvik/br

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