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Revista M&T - Ed.261 - Fev/Mar 2022
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ENTREVISTA

Wilson Lirmann: há um movimento intenso por caminhões no país

A participação do segmento nacional de caminhões vem crescendo nos negócios globais do Grupo Volvo. A constatação é relatada por Wilson Lirmann, presidente do conglomerado sueco para a América Latina. Segundo o executivo, o país já é atualmente o segundo maior mercado mundial da marca, atrás apenas dos Estados Unidos. “Em 2021, nossa operação na América Latina representou cerca de 15% do volume global de caminhões entregues pelo Grupo Volvo no mundo todo”, ele revela.

O desempenho do modelo FH 540 é um exemplo desse avanço. Caminhão mais vendido no país desde 2019, o veículo da classe de pesados mantém a liderança entre todas as categorias comercializadas, acima até mesmo dos leves. No ano passado, foram emplacadas 8.935 unidades do modelo, que ganhou versão atualizada a partir de outubro, com a chegada da nova geração de caminhões da marca. Nos últimos dez anos, o FH foi líder no segmento de pesados em oito ocasiões.

Engenheiro mecânico graduado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), com MBA em administração estratégica pela UP (Universidade Positivo), Lirmann atualmente é o principal executivo da Volvo na América Latina, com responsabilidade direta pelas operações de caminhões da marca no Brasil, Argentina, Chile, Peru e demais países da região, sendo o primeiro brasileiro no cargo, que ocupa desde 2016.

O papel de liderança consolida uma longa trajetória na empresa. Há 26 anos no Grupo Volvo, o executivo iniciou a carreira como estagiário na fábrica de Curitiba (PR), em 1990. Após uma breve passagem pelo setor florestal, voltou à Volvo em 1995, já como engenheiro de qualidade do produto. A partir daí, ocupou seguidos cargos de liderança em diferentes áreas, desde serviços até planejamento de produto, passando por suporte técnico, garantia e pós-venda.


A participação do segmento nacional de caminhões vem crescendo nos negócios globais do Grupo Volvo. A constatação é relatada por Wilson Lirmann, presidente do conglomerado sueco para a América Latina. Segundo o executivo, o país já é atualmente o segundo maior mercado mundial da marca, atrás apenas dos Estados Unidos. “Em 2021, nossa operação na América Latina representou cerca de 15% do volume global de caminhões entregues pelo Grupo Volvo no mundo todo”, ele revela.

O desempenho do modelo FH 540 é um exemplo desse avanço. Caminhão mais vendido no país desde 2019, o veículo da classe de pesados mantém a liderança entre todas as categorias comercializadas, acima até mesmo dos leves. No ano passado, foram emplacadas 8.935 unidades do modelo, que ganhou versão atualizada a partir de outubro, com a chegada da nova geração de caminhões da marca. Nos últimos dez anos, o FH foi líder no segmento de pesados em oito ocasiões.

Engenheiro mecânico graduado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), com MBA em administração estratégica pela UP (Universidade Positivo), Lirmann atualmente é o principal executivo da Volvo na América Latina, com responsabilidade direta pelas operações de caminhões da marca no Brasil, Argentina, Chile, Peru e demais países da região, sendo o primeiro brasileiro no cargo, que ocupa desde 2016.

O papel de liderança consolida uma longa trajetória na empresa. Há 26 anos no Grupo Volvo, o executivo iniciou a carreira como estagiário na fábrica de Curitiba (PR), em 1990. Após uma breve passagem pelo setor florestal, voltou à Volvo em 1995, já como engenheiro de qualidade do produto. A partir daí, ocupou seguidos cargos de liderança em diferentes áreas, desde serviços até planejamento de produto, passando por suporte técnico, garantia e pós-venda.

Em sua trajetória dentro do Grupo, também acumulou sólida experiência internacional, ocupando diferentes posições na sede mundial da Volvo, na Suécia. “O Brasil continua a ser um dos maiores fornecedores mundiais de commodities agrícolas e minerais, que representam uma grande força motriz do setor de transporte”, ele afirma nesta entrevista exclusiva concedida à Revista M&T.

Acompanhe.


Segundo o executivo, agribusiness e mineração seguem puxando a demanda de caminhões no país

  • Como avalia o desempenho do setor de caminhões no Brasil?

Em 2021, o mercado brasileiro de caminhões registrou um crescimento muito forte, como resultado de vários fatores. Acima de tudo, mantivemos a recuperação do setor de transportes diante da queda registrada em 2020, por conta da pandemia. Há um movimento intenso por caminhões, provocado também pelo robusto aquecimento do agronegócio e da mineração, setores relevantes na economia. O agribusiness, que tradicionalmente é muito competitivo em âmbito internacional, vem quebrando recordes sucessivos na safra de grãos. Esse setor é um grande consumidor de caminhões, principalmente pesados. Já a mineração foi beneficiada pela alta das commodities, devido à expansão global dos negócios e pela relação cambial favorável para as exportações. E essas expansões acabaram afetando positivamente outros segmentos. Outro fator a se levar em consideração é a renovação natural das frotas, pois muitas empresas deixaram de adquirir caminhões durante a crise entre 2016 e 2017, quando o mercado de pesados caiu mais de 70%.

  • Como foi o desempenho da marca em 2021?

No caso da Volvo, não é possível fazer previsões, pois o grupo tem ações cotadas na bolsa. Mas podemos falar do mercado total. No começo de 2021, a Volvo havia feito uma projeção bastante otimista, apostando em um crescimento de cerca de 40%. Até o momento, somos a montadora que mais perto chegou das projeções, pois o mercado cresceu cerca de 50% no acumulado de janeiro a outubro, considerando todas as categorias. No segmento em que a Volvo atua, acima de 16 t, o volume de todas as marcas deve chegar próximo a 95 mil veículos emplacados, confirmando as estimativas.

  • Quanto a operação latino-americana representa nos negócios globais?

A operação na América Latina representou cerca de 15% do volume global de caminhões entregues pelo Grupo Volvo em 2021. A importância da região cresceu em relação a 2020, quando representava 12% do total. Parte disso se deve à boa recuperação do mercado brasileiro, o maior da América Latina e que representa cerca de 85% das nossas entregas no continente.


Mercado latino-americano representa 15% do volume anual de caminhões entregues pela marca no mundo todo

  • Já é possível fazer um balanço do impacto da pandemia?

Após um primeiro momento difícil, ficou clara a importância do transporte por caminhões para garantir a economia operando, mesmo com todas as restrições sanitárias. Fomos rápidos em garantir a produção e os negócios, ao mesmo tempo em que protegíamos nossos funcionários e mantínhamos aberta a rede de concessionários, atendendo ao cliente quando precisasse e onde estivesse. E nossas oficinas continuaram funcionando em todo o país, inclusive para atendimentos emergenciais.

  • Como a tecnologia contribuiu para garantir o atendimento?

Um avanço importante se deu na aceleração da digitalização, que já vinha acontecendo em muitos processos, mas ganhou um impulso decisivo. Um exemplo é o app ‘Voar Mobile’, para atendimento emergencial. Antes, tínhamos inúmeros chamados telefônicos para coletar e passar informações aos transportadores. Agora, é possível acompanhar tudo de forma on-line, com dados em tempo real de cada atendimento. Isso trouxe mais eficiência aos nossos clientes, com os caminhões retornando a rodar ainda mais rápido.

  • E para 2022, quais são as projeções de mercado?

As vendas do Brasil devem continuar crescendo. O mercado está tendo uma forte retomada, mas a indústria ainda sofre com problemas na cadeia de suprimentos, principalmente devido à falta de componentes como semicondutores, pneus e ligas metálicas. Por conta disso, consideramos que ainda é cedo para qualquer previsão, mas acreditamos que o mercado será ligeiramente maior que em 2021.

  • O que pode impactar positivamente a demanda?

O Brasil mantém-se como um dos maiores fornecedores mundiais de commodities agrícolas e minerais, que representam uma força motriz para o transporte. A produção desses setores é escoada principalmente pelo modal rodoviário, reafirmando o caminhão como um fator crucial para a movimentação das riquezas das lavouras e minas até os terminais portuários. Na mineração, a forte demanda deve continuar. E o país deve ter mais uma supersafra de grãos. Assim, o transporte por caminhões será fundamental para mover toda essa produção. Outro ponto positivo é que a renovação das frotas deve continuar. Muitos transportadores adiaram a renovação e, agora, os caminhões estão chegando ao imite de rentabilidade, precisando ser renovados.

  • E o que destacaria como pontos de atenção para o segmento?

Temos a continuidade dos problemas de abastecimento de componentes, que certamente permanecerão até o próximo ano. A Volvo tem trabalhado contínua e fortemente para gerir essa questão, mas é um desafio global que afeta a todos, montadoras e fornecedores. Também temos desafios da conjuntura econômica, como a inflação crescente e a consequente alta dos juros, que encarece o crédito e desestimula o consumo, a produção e os investimentos. Outra questão a ser considerada é um possível movimento de pré-compra de caminhões, por causa da mudança na legislação de emissões no Brasil. A chegada da nova geração de veículos Euro 6 será acompanhada por uma elevação nos preços, em virtude das novas tecnologias introduzidas nos veículos. Considerando o desafio logístico que estamos enfrentando, a capacidade da indústria em atender a esse eventual movimento de pré-compra será limitada.

  • A propósito, como está o tempo de espera no momento?

Mesmo em períodos normais, já antes da pandemia, o prazo de entrega de caminhões era de 60 a 90 dias, dependendo da região e do modelo, por conta das peculiaridades do produto. Agora, com a falta de componentes e a alta procura, os prazos estão mais dilatados, chegando a 150 dias para os modelos mais procurados.

  • Quais são as apostas da marca no mercado latino-americano de construção?

A Volvo é referência nesse segmento. Recentemente, renovamos nossa linha com os mesmos modelos vendidos na Europa. Dentre as novidades está o FMX MAX, que na versão 8x4 tem PBT de 58 t e CMT de 225 t. Trata-se de um veículo indicado para mineração e construção pesada. Além desse, a família FMX conta com outros modelos, e há ainda o modelo VM 32 t, indicado para construção e mineração leve.

  • Qual é o potencial da tecnologia a gás no mercado de caminhões?

Na Europa já temos essa tecnologia, que foi lançada em países onde a infraestrutura para esse tipo de combustível está mais avançada. Mas ainda não temos planos para introduzir esses caminhões na América Latina. Embora tecnicamente viável, o gás ainda enfrenta desafios, principalmente em relação à infraestrutura de distribuição. Além disso, ainda não vemos escala para introduzir caminhões a gás aqui. Como alternativa de descarbonização, acreditamos na evolução dos motores diesel atuais, que estão cada vez mais eficientes e limpos, além da eletrificação, que deve caminhar bem em alguns países da região.

  • Por falar nisso, quais são as principais tendências para os próximos anos?

A Volvo está investindo muito na eletrificação. Entre os fabricantes tradicionais, fomos os primeiros a anunciar a comercialização de caminhões elétricos em alguns mercados europeus. Em 2019, fizemos a primeira entrega de semipesados 100% elétricos na Europa – e naquele mesmo ano apresentamos a tecnologia nos EUA. Mas avançamos muito de lá para cá. Em 2021, anunciamos a oferta de uma linha completa de elétricos na Europa, incluindo modelos pesados como o FH e o FMX. Recentemente, fizemos uma venda importante de elétricos, com 100 unidades do FM Electric para a DFDS, a maior empresa de transporte e logística do norte da Europa. Foi a maior encomenda de caminhões elétricos pesados da Volvo e uma das maiores de todos os tempos em todo o mundo.


A Volvo ainda não tem previsão de introduzir caminhões elétricos no país, diz Lirmann

  • E quando os caminhões elétricos devem chegar ao Brasil?

A estratégia da Volvo é uma comercialização gradativa dos caminhões elétricos em mercados selecionados. No Brasil, nosso plano para esse tipo de veículo está em construção, ainda sem datas definidas para sua introdução comercial.

  • Como avalia a importância crescente das pautas de ESG nesses avanços?

A Volvo nasceu sob os fundamentos da sustentabilidade ao proclamar, logo em sua fundação, os conceitos de Qualidade, Segurança e Respeito ao Meio Ambiente incorporados aos seus produtos. A marca tem sido pioneira em uma série de inovações veiculares sustentáveis, muito antes de o mercado e a sociedade exigirem. Nossos engenheiros continuam desenvolvendo inúmeras novas tecnologias com o objetivo de reduzir o impacto ambiental. O avanço na eletromobilidade em caminhões é irreversível, mas também precisamos continuar avançando em motores a combustão interna de baixas emissões. Soluções como HVO (diesel sintético), biogás e outras ainda terão seu espaço.

Saiba mais:
Volvo Group: www.volvogroup.com/br

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