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Revista M&T - Ed.265 - Julho 2022
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COLUNA DO YOSHIO

Um boi para entrar e uma boiada para sair

Pode ser uma boa hora de revisar as estratégias do ciclo financeiro dos negócios, uma vez que endividamentos e antecipações de recebíveis estão custando mais e, como consequência, reduzem os resultados líquidos

Um pouco distorcida, a popular frase que dá título à coluna pode sintetizar a situação da guerra da Ucrânia e suas consequências do ponto de vista econômico e geopolítico para o mundo. Difícil imaginar um país que não esteja sendo afetado por esse conflito.

Se a decisão de invadir a Ucrânia continha riscos e um custo mínimo – inclusive de vidas – a ser assumido, os passivos diretos das batalhas e indiretos das sanções vão se acumulando a cada dia desde 20 de fevereiro. Literalmente, custa uma boiada para sair da guerra em termos financeiros, com consequências ainda inestimáveis das sequelas, incluindo embargos econômicos e custo político interno e externo.

Infelizmente, o problema não é apenas do Putin, na medida em que todos nós pagamos a conta da guerra sob forma de escassez de produtos e insumos, inflação global, orçamentos militares aumentados e outras, que compõem os custos distribuídos desse conflito. Para produtores e indústrias, especificamente, as dificuldades que haviam surgido como consequência da pandemia prolongam-se ainda sem limite visível, aprofundadas pelo conflito.

Se durante a pandemia havia a estimativa de cerca de três anos de instabilidade, tomando-se em conta epidemias anteriores, a nova situação – que sequer deveria ocorrer – vai se complicando a cada dia, estendendo o período de incertezas para a tomada de decisões. Na economia, um dos efeitos negativos é que mal tivemos uma breve experiência de juros “civilizados” e já voltamos aos patamares históricos de custo muito elevado de capital.

Imagino que, no curtíssimo prazo, alguns movimentos das empresas não poderão mais ser repetidos. Afinal, captar para investir e crescer voltou a ser um exercício caro no Brasil. Claro que as consequências são diferentes para cada setor e, certamente, sempre há os que se beneficiam com a nova situaç&at


Um pouco distorcida, a popular frase que dá título à coluna pode sintetizar a situação da guerra da Ucrânia e suas consequências do ponto de vista econômico e geopolítico para o mundo. Difícil imaginar um país que não esteja sendo afetado por esse conflito.

Se a decisão de invadir a Ucrânia continha riscos e um custo mínimo – inclusive de vidas – a ser assumido, os passivos diretos das batalhas e indiretos das sanções vão se acumulando a cada dia desde 20 de fevereiro. Literalmente, custa uma boiada para sair da guerra em termos financeiros, com consequências ainda inestimáveis das sequelas, incluindo embargos econômicos e custo político interno e externo.

Infelizmente, o problema não é apenas do Putin, na medida em que todos nós pagamos a conta da guerra sob forma de escassez de produtos e insumos, inflação global, orçamentos militares aumentados e outras, que compõem os custos distribuídos desse conflito. Para produtores e indústrias, especificamente, as dificuldades que haviam surgido como consequência da pandemia prolongam-se ainda sem limite visível, aprofundadas pelo conflito.

Se durante a pandemia havia a estimativa de cerca de três anos de instabilidade, tomando-se em conta epidemias anteriores, a nova situação – que sequer deveria ocorrer – vai se complicando a cada dia, estendendo o período de incertezas para a tomada de decisões. Na economia, um dos efeitos negativos é que mal tivemos uma breve experiência de juros “civilizados” e já voltamos aos patamares históricos de custo muito elevado de capital.

Imagino que, no curtíssimo prazo, alguns movimentos das empresas não poderão mais ser repetidos. Afinal, captar para investir e crescer voltou a ser um exercício caro no Brasil. Claro que as consequências são diferentes para cada setor e, certamente, sempre há os que se beneficiam com a nova situação. Mas, em geral, o nível das preocupações subiu para muita gente.

Aparentemente, o remédio para imprevistos e oportunidades continua sendo o de sempre quando a situação se torna instável: caixa. Todavia, o remédio universal dos negócios tem um custo bastante elevado, embalado pela variação dos custos do capital no mercado.

Assim, pode ser uma boa hora de revisar as estratégias do ciclo financeiro dos negócios, uma vez que endividamentos e antecipações de recebíveis estão custando mais e, como consequência, reduzem os resultados líquidos.


*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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