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Revista M&T - Ed.235 - Junho 2019
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A Era das Máquinas

Supermotoniveladoras em cena

Por Norwil Veloso

Com unidade de acionamento de 47 ton, a motoniveladora RayGo Giant tinha uma lâmina de 6,1 m

As primeiras niveladoras rodoviárias eram compostas por uma lâmina sobre rodas, tracionada por bois ou cavalos. O primeiro desses modelos foi inventado por J. D. Adams em 1885, com uma lâmina que se mantinha em posição fixa.

Em 1919, a Russell Grader Manufacturing lançou a primeira motoniveladora, a Motor Hi-Way Patrol no 1, que usava um trator Allis-Chalmers modificado. A Russell foi adquirida pela Caterpillar em 1928, no mesmo ano em que a Adams começou a fabricar modelos autopropelidos. Nos anos seguintes, surgiram diversos modelos no mercado, aumentando a variedade, os recursos, as larguras de lâmina e as potências.

No início, as motoniveladoras eram máquinas destinadas a movimentar pequenas quantidades de terra com sua lâmina, para executar acabamento que assegurasse uma superfície regular para posterior aplicação de asfalto ou manutenção de rodovias não pavimentadas, por exemplo.

GRANDE PORTE

Nos anos 50 e 60, as possibilidades de uso de motoniveladoras na construção de super-rodovias trouxeram a necessidade de máquinas de maior porte. Essa função básica foi ampliada para os trabalhos nessa área e, posteriormente, as motoniveladoras passaram a executar serviços como espalhamento de material, terraplanagem, preparação de pátios, limpeza de escória, remoção de neve e outros, inclusive em mineração.

Na segunda metade do século XX, diversos fabricantes produziram máquinas de grande porte, mas em quantidades limitadas e por pouco tempo, com configurações cujas características eram diferenciadas para cada aplicaç&


Com unidade de acionamento de 47 ton, a motoniveladora RayGo Giant tinha uma lâmina de 6,1 m

As primeiras niveladoras rodoviárias eram compostas por uma lâmina sobre rodas, tracionada por bois ou cavalos. O primeiro desses modelos foi inventado por J. D. Adams em 1885, com uma lâmina que se mantinha em posição fixa.

Em 1919, a Russell Grader Manufacturing lançou a primeira motoniveladora, a Motor Hi-Way Patrol no 1, que usava um trator Allis-Chalmers modificado. A Russell foi adquirida pela Caterpillar em 1928, no mesmo ano em que a Adams começou a fabricar modelos autopropelidos. Nos anos seguintes, surgiram diversos modelos no mercado, aumentando a variedade, os recursos, as larguras de lâmina e as potências.

A qualidade de nivelamento podia ser obtida com o uso do implemento hidráulico “Fine-Grader”, ao invés dos tradicionais sistemas de lâminas

No início, as motoniveladoras eram máquinas destinadas a movimentar pequenas quantidades de terra com sua lâmina, para executar acabamento que assegurasse uma superfície regular para posterior aplicação de asfalto ou manutenção de rodovias não pavimentadas, por exemplo.

GRANDE PORTE

Nos anos 50 e 60, as possibilidades de uso de motoniveladoras na construção de super-rodovias trouxeram a necessidade de máquinas de maior porte. Essa função básica foi ampliada para os trabalhos nessa área e, posteriormente, as motoniveladoras passaram a executar serviços como espalhamento de material, terraplanagem, preparação de pátios, limpeza de escória, remoção de neve e outros, inclusive em mineração.

Na segunda metade do século XX, diversos fabricantes produziram máquinas de grande porte, mas em quantidades limitadas e por pouco tempo, com configurações cujas características eram diferenciadas para cada aplicação.

O primeiro modelo de grande porte a ser lançado no mercado foi a T-700, produzido pela Galion Iron Works em 1955. Com mais de 18 toneladas e 190 hp, a máquina era muito maior que as similares da época e utilizava transmissão powershift com conversor de torque, um recurso inovador para esse tipo de máquina à época.

Posteriormente, a Galion tornou-se uma divisão da Dresser Industries que, em 1988, desenvolveu uma joint-venture com a Komatsu, cuja maior máquina foi a GD825A-2, uma motoniveladora articulada de 26,4 ton, 280 hp e transmissão powershift, com comprimento de 10 m e lâmina de 4,3 m.

Em 1963, a Caterpillar iniciou a produção da no16, uma máquina de 21 ton, 225 hp e lâmina de 4,3 m, mantida em produção por dez anos até ser substituída pela 16G articulada, de 27,3 ton, 275 hp e lâmina de 4,9 m, que foi produzida pelos 20 anos seguintes, até ser substituída pela 16H, com transmissão controlada eletronicamente, em 1995.

EVOLUÇÃO

Em 1969, a CMI Corporation lançou uma máquina de 12 m com dupla articulação, a Autoblade, com 29,5 ton, dois motores de 225 hp e transmissão hidrostática. Cada motor acionava quatro rodas – dois eixos na dianteira e dois eixos no tandem –, fazendo com que a máquina tivesse tração nas oito rodas. A cabina girava 180o e a máquina já tinha recursos para executar serviços de precisão em obras de pavimentação.

No mesmo ano, a RayGo lançou a Giant, com dois eixos, ambos motrizes, dois motores GM posicionados nas duas extremidades e dupla articulação. A máquina pesava 48 ton e cada motor tinha 318 hp, mas não era uma máquina de precisão, adequando-se à movimentação de grandes volumes, principalmente em mineração de superfície. Também não dispunha do círculo usado para rotação da lâmina, que era fixada na estrutura da máquina.

Já a cabina ficava instalada sobre a articulação traseira, o que proporcionava excelente visibilidade para o operador, enquanto a máquina podia ser operada utilizando-se um cabo-guia como referência. Essa máquina foi produzida pela RayGo até sua compra pela CMI, em 1985.

Em 1975, a Dominium Road Machinery (posteriormente Champion Road Machinery), um dos mais antigos fabricantes desse tipo de máquina, lançou o modelo 80-T, cujo nome passou depois para 100-T (“Big Mudder”). De chassi articulado e transmissão powershift, essa máquina pesava 81,6 ton (em 1977, sofreu modificações que elevaram seu peso para 91,6 ton) e tinha motor GM 16V-71T (posteriormente substituído por um motor Cummins de 700 hp) e lâmina de 7,3 m, o que a tornou a maior máquina disponível no mercado na época.

Tampouco era uma máquina de precisão, tendo sido desenvolvida para aplicações em mineração, na recuperação de grandes áreas e na manutenção de rodovias com tráfego de caminhões fora de estrada. Permaneceu no portfólio da empresa por 14 anos, mas poucas unidades (cerca de 10) foram vendidas.

GIGANTISMO

Em 1980, a O&K lançou o modelo G-350, uma máquina de 40,8 ton com motor Cummins de 380-400 hp, também para mineração, que por um curto período se tornou a maior máquina do mercado. No entanto, foram produzidas somente 34 unidades até 1986, quando a máquina saiu da linha.

Maior máquina produzida até hoje, a motoniveladora Acco tinha 7,3 m, 181,5 ton, 12 pneus, lâmina de 10 m e dois motores, com um total de 1.700 hp

Ainda em 1980, a empresa italiana Umberto Acco desenvolveu a maior máquina produzida até hoje, para um cliente na Líbia.

Era uma máquina de 7,3 m, 181,5 ton, dois motores com um total de 1.700 hp (1.000 na traseira e 700 na dianteira), 12 pneus (quatro em cada tandem e quatro na dianteira) e lâmina de 10 m. Permanecendo no portfólio por apenas um ano, essa máquina não foi entregue devido a restrições de comércio exterior, permanecendo na Itália como curiosidade para turistas até sua desmontagem.

Atualmente, a maior máquina disponível no mercado é a Cat 24H, lançada em 1966, articulada, com mais de 14 m de comprimento, largura de 4,2 m, motor Cat de 500 hp, peso de 62 ton e lâmina de 7,3 m. Ao que parece, esse mercado, por ser bastante limitado, tornou-se desinteressante para a maioria dos fabricantes. Assim, desde a década de 80 não são lançados novos conceitos.


Leia na próxima edição: O legado das carregadeiras de esteiras

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