Fotografada em 1915 em Klondike, no Canadá, essa draga de grandes dimensões era
capaz de escavar até quase 5 m de profundidade. Foto: IMAGENS: REPRODUÇÃO
Basicamente, a dragagem é uma atividade de remoção de material de um ambiente aquático para outro, utilizando uma planta flutuante específica, conhecida como draga.
Existem registros de dragagem para canalização do Rio Nilo na época das grandes pirâmides (4.000 a.C.), construção de portos no Mediterrâneo em 1.000 a.C., dragagens em Marselha a partir do século III a.C. e no século I d.C.
As características dos equipamentos variam conforme o serviço, pois a dragagem pode ser feita para manutenção da profundidade de canais navegáveis assoreados, construção de aterros ou ampliação de áreas, escavação das fundações de portos ou hidrov
Fotografada em 1915 em Klondike, no Canadá, essa draga de grandes dimensões era
capaz de escavar até quase 5 m de profundidade. Foto: IMAGENS: REPRODUÇÃO
Basicamente, a dragagem é uma atividade de remoção de material de um ambiente aquático para outro, utilizando uma planta flutuante específica, conhecida como draga.
Existem registros de dragagem para canalização do Rio Nilo na época das grandes pirâmides (4.000 a.C.), construção de portos no Mediterrâneo em 1.000 a.C., dragagens em Marselha a partir do século III a.C. e no século I d.C.
As características dos equipamentos variam conforme o serviço, pois a dragagem pode ser feita para manutenção da profundidade de canais navegáveis assoreados, construção de aterros ou ampliação de áreas, escavação das fundações de portos ou hidrovias, extração de areia e cascalho, remoção de contaminantes e prevenção de enchentes.
Há ainda outras finalidades, como recuperação de praias, mineração de sedimentos e criação de armadilhas para peixes e animais marinhos.
A dragagem compreende quatro etapas, compostas por deslocamento de material para possibilitar a remoção, movimentação para a superfície, transporte e descarte.
O material dragado é trazido para a superfície por meios mecânicos (bomba de sucção) e descartado para um local nas proximidades através de linhas de recalque, transporte por barcaças ou estocagem na própria embarcação, para lançamento em alto mar.
CONCEITOS
Em geral, as dragas trabalham em modo estacionário, não dispondo de meios para deslocamento.
Quando necessária, a locomoção é feita utilizando-se dois tubos telescópicos verticais (spuds) instalados na extremidade oposta à do cortador, conjugados a um sistema de guinchos.
As dragas podem ser de diversos tipos. A mais comum é a draga de sucção, muito usada na extração de areia, que suga o material através de um tubo sem nenhuma ferramenta em sua extremidade (“chupão”).
Versões maiores recebem um cortador na extremidade da linha de sucção, que recolhe o material escavado e o encaminha para uma área predeterminada através de uma linha de bombeamento, para decantação e remoção da água.
São comuns em obras de grande porte e recebem o nome de “dragas de sucção e recalque”. O parâmetro de especificação é o diâmetro da linha de sucção.
Em meados do século XX uma draga Ellicott foi usada para a construção do aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro
Em alguns tipos, o material escavado é armazenado dentro do casco da draga, cujas características permitem a navegação, sendo o material descarregado através de bombeamento ou de portas no casco.
As maiores dragas desse tipo possuem capacidade de armazenagem de 46.000 m3 e profundidade máxima de dragagem de 153 m.
Já as “dragas de alcatruzes” possuem um conjunto de caçambas presas a uma corrente, escavando e descarregando de forma contínua.
Existe ainda a possibilidade de montar uma escavadeira sobre um flutuante ou utilizar uma lâmina para raspar o fundo.
Frequentemente, as dragas mais modernas são equipadas com software de monitoramento por satélite, para auxiliar o operador no posicionamento da draga e do cortador, fornecendo informações precisas sobre a localização da máquina e a profundidade de dragagem.
A dragagem pode perturbar os ecossistemas aquáticos, geralmente de forma adversa. Os materiais dragados podem conter produtos tóxicos, que podem afetar a área de deposição.
Da mesma maneira, o aumento da turbidez (devido à movimentação do fundo) pode prejudicar a fauna local (normalmente, a dragagem não é permitida no período de reprodução dessa fauna) e a avifauna, que se alimenta desses animais.
Entre as principais empresas de dragagem do mundo, podem ser citadas Engenharia do Porto da China (China), Jan de Nul e Deme (Bélgica), Manson Construction e Dredge & Dock (EUA), Royal Boskalls Westminster e Van Gord (Holanda).
Entre os principais fabricantes, estão Ellicott, IHC e Damen, cujas histórias são detalhadas a seguir.
IHC
Uma das predecessoras da IHC, a Smit já operava desde o século XVII como estaleiro. As primeiras máquinas utilizavam energia humana, dos ventos e de animais de tração para o acionamento de dragas de caçambas, abrindo caminho para as primeiras dragas a vapor.
Em 1943, os estaleiros Gusto, J&K Smit, Conrad L. Smit & Zoon, Verschure e Deklop estabeleceram parceria e, em 1963, foi lançada a Beaver, a primeira draga de sucção e recalque da marca, projetada e construída pelo grupo, com grande sucesso no mercado e seguida por outras séries com o mesmo nome.
Dois anos depois, cinco das seis parceiras iniciais se uniram para fundar a IHC Holland, depois de quase 20 anos de trabalho conjunto.
Em 1970, ocorreu uma reestruturação, sendo que a IHC Holland ficou com a parte de dragagem e a IHC Calland, com a indústria offshore.
Em 1989, a IHC Calland reassumiu o controle do grupo e adquiriu o estaleiro holandês De Merwede. Em 2005, a IHC Holland e a De Merwede se uniram, passando a usar o nome IHC Merwede.
Essa empresa recebeu um título honorário da coroa holandesa em 2014, passando a se chamar Royal IHC.
Imagem mostra um equipamento da Royal IHC, cujas origens remontam a um estaleiro Smit construído no século XVI
ELLICOTT
Fundada em 1885, a Ellicott Dredges é um dos fabricantes mais antigos desse tipo de equipamento.
Em 1783, os irmãos John e Andrew Ellicott – que operavam o maior moinho da costa leste dos EUA – construíram um armazém e um cais no porto de Baltimore.
Para assegurar o tráfego dos navios, os irmãos procuravam manter a profundidade do cais executando escavações com pás puxadas por cavalos.
Em 1785, projetaram e construíram sua primeira draga, no esforço inicial de dragagem do porto de Baltimore.
Naquele mesmo ano, a assembleia local estabeleceu um conselho para administração do porto e, em 1790, foi aprovado o primeiro uso de máquinas Ellicott para dragagem de todo o porto.
Em 1827, o governo federal aprovou o financiamento de um novo programa de dragagem do porto de Baltimore, comprando 10 máquinas dos irmãos Ellicott e, logo depois, substituindo os cavalos por motores a vapor.
A Ellicott Dredges também construiu as dragas usadas na construção do Canal do Panamá. A primeira máquina a ser entregue foi uma draga a vapor de 900 hp e 20”.
Em 1941, a empresa construiu a draga MINDI, de sucção e corte, com 10.000 hp e 28”, que ainda opera no Canal do Panamá.
No Brasil, uma draga Ellicott que trabalhou na construção do Canal do Panamá (Las Cruces, que teve o nome mudado para Ster I) foi usada para a construção do aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
DAMEN
Em 1922, Jan e Rien Damen começaram a fabricar pequenos barcos na Holanda, oficializando a empresa cinco anos depois, como Damen Brothers.
Em 1969, Kommer Damen comprou a empresa de seu pai e introduziu o conceito de construção modular na fabricação de pequenas embarcações.
Esse conceito trouxe diversas vantagens, como menor prazo de entrega, custos menores e projetos de eficiência comprovada. A empreitada obteve sucesso imediato, levando à ampliação das instalações em 1973.
A experiência adquirida levou ao estabelecimento de parcerias em todo o mundo e ao início da fabricação de dragas. Atualmente, a Damen Shipyard ocupa posição de destaque no mercado de dragas e embarcações de apoio.
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