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Revista M&T - Ed.78 - Ago/Set 2003
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ENTREVISTA

Renato Baiardi: um empresário da escola Odebrecht

De estagiário a presidente, poucos profissionais acompanharam tão de perto a evolução da atividade de engenharia de construção e o desenvolvimento de um dos maiores grupos do país.

O pai e a tia, vindos do Piemonti, na Itália, cada um a seu tempo, já haviam se rendido aos encantos da Terra de Todos os Santos, e com Renato Baiardi não seria diferente. Sua fala é modulada pela herança da família da mãe, baiana, e pelos longos anos de convivência no Rio de Janeiro, onde hoje integra o Conselho de Administração da Construtora Norberto Odebrecht, depois de uma trajetória de 36 anos percorrendo todo o caminho, de estagiário a presidente. “Sou um oriundi que não fala “equipameintu”, brinca Baiardi, entusiasta e apaixonado confesso da tecnologia embarcada, definindo a si mesmo como um engenheiro mecânico frustrado. “Adoro equipamentos e não gosto de vendê-los. Talvez seja um trauma de quando construí minha primeira ponte e tinha como único recurso um “tirfor” — macaco de catraca e cabo de aço”.

Com 60 anos completados em julho e engenheiro civil formado pela Universidade Federal da Bahia, turma de 1968, Baiardi divide-se atualmente entre as decisões estratégicas do bureau da Odebrecht e o programa de desenvolvimento de “empresários” dentro do grupo - uma verdadeira universidade interna criada e ainda coordenada pelo onipresente fundador, Norberto Odebrecht. “O doutor Norberto sempre disse que o maior patrimônio da organização são as pessoas, ativos que não aparecem no balanço. Nesse sentido, o vetor de crescimento da Odebrecht é fruto da formação do maior número possível de empresários entre seus funcionários”.

Nesta entrevista exclusiva para a revista M&T


De estagiário a presidente, poucos profissionais acompanharam tão de perto a evolução da atividade de engenharia de construção e o desenvolvimento de um dos maiores grupos do país.

O pai e a tia, vindos do Piemonti, na Itália, cada um a seu tempo, já haviam se rendido aos encantos da Terra de Todos os Santos, e com Renato Baiardi não seria diferente. Sua fala é modulada pela herança da família da mãe, baiana, e pelos longos anos de convivência no Rio de Janeiro, onde hoje integra o Conselho de Administração da Construtora Norberto Odebrecht, depois de uma trajetória de 36 anos percorrendo todo o caminho, de estagiário a presidente. “Sou um oriundi que não fala “equipameintu”, brinca Baiardi, entusiasta e apaixonado confesso da tecnologia embarcada, definindo a si mesmo como um engenheiro mecânico frustrado. “Adoro equipamentos e não gosto de vendê-los. Talvez seja um trauma de quando construí minha primeira ponte e tinha como único recurso um “tirfor” — macaco de catraca e cabo de aço”.

Com 60 anos completados em julho e engenheiro civil formado pela Universidade Federal da Bahia, turma de 1968, Baiardi divide-se atualmente entre as decisões estratégicas do bureau da Odebrecht e o programa de desenvolvimento de “empresários” dentro do grupo - uma verdadeira universidade interna criada e ainda coordenada pelo onipresente fundador, Norberto Odebrecht. “O doutor Norberto sempre disse que o maior patrimônio da organização são as pessoas, ativos que não aparecem no balanço. Nesse sentido, o vetor de crescimento da Odebrecht é fruto da formação do maior número possível de empresários entre seus funcionários”.

Nesta entrevista exclusiva para a revista M&T — Manutenção & Tecnologia, Baiardi conta episódios de sua carreira profissional, toda ela vivida dentro da Odebrecht, de engenheiro de campo residente e chefe de obra até a presidência da Construtora Norberto Odebrecht em 1988 e, posteriormente, de toda área de engenharia do grupo (incluindo Odebrecht, CBPO e Tenenge), unificada dez anos depois. Ele fala também da internacionalização das atividades do grupo, do intercâmbio com fabricantes para o desenvolvimento de novas tecnologias e das perspectivas em relação ao futuro da Odebrecht e do próprio país. “Não existe falta de dinheiro quando se tem um bom projeto”.

Revista M&T: Como começou essa sua longa e bem sucedida carreira na Odebrecht?
Baiardi: Eu tenho um primo, que já era diretor da Odebrecht. Quando comecei a estudar engenharia, ele me prometeu que completado o terceiro ano me levaria para a construtora e assim foi. Naquela época, era apenas uma empresa regional, ainda que já conhecida em Salvador como a maior do ramo de construção predial. Uma construtora civil, sem nenhum vínculo com obras pesadas, de estradas ou coisa que o valha•' uma empresa de betoneira, enxada e picareta. Lembro que nessa época, a cada nova obra, o departamento de equipamentos nos fornecia dez carrinhos de mão, baldes de 20 litros, roldana, andaime e pés de cabra. Pegávamos tudo, enchíamos uma caminhonetezinha e começávamos a obra.

Revista M&T: Quais as principais obras realizadas pela Odebrecht nesse tempo?
Baiardi: -A maior obra feita até então era o teatro Castro Alves, um determinante de valor muito importante para a Odebrecht na época. Nesse clima, tinha a turma que fazia prédio, uma outra que fazia obras industriais - que ganharam impulso na Bahia com o advento da Sudene e a conseqüente ampliação do Centro Industrial de Aratu - e, um terceiro departamento de concreto de massa, onde eu preferi ficar. Ali passei muito tempo fazendo pontes e, quando me formei, em 1968, a Odebrecht havia pego a construção de sua maior ponte, a Ponte do Funil e, imediatamente, fui para lá. Em seguida, participei das obras da ponte Própria-Colégio sobre o Rio São Francisco, entre Sergipe e Alagoas e da ponte Colombo Sales em Florianópolis.

Revista M&T: Quando o engenheiro civil descobriu os equipamentos?
Baiardi: Foi no Aeroporto do Galeão que tive meu primeiro contato com uma obra de terraplenagem e aprendi que a engenharia não estava na obra em si, mas já vinha desde o equipamento. Nós fizemos a pavimentação da pista de pouso09/27do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, que incluiu serviços de terraplenagem, capeamento asfáltico e pavimentação em concreto protendido. Foi a pela primeira vez que trabalhei com um equipamento pesado.

Revista M&T: Qual era esse equipamento?

Baiardi: - Era um CC43 auto- propulsor. Minha experiência era com o CC42, além de outros equipamentos como motocrêiperes, tratores D8 e retroescavadeiras. Tomei um susto quando vi aquele monstro. Disse, é esse e me casei com ele. Costumava brincai' com meus liderados- “Vocês podem deixar de praticar a engenharia, pois ela já sendo exercida pelos fabricantes de equipamentos.” É um fato. Quando um fabricante melhora ou lança um novo equipamento, está incorporando uma tecnologia baseada em soluções de engenharia. A nós, engenheiros, cabe saber usai- e aproveitar esses recursos embarcados para alcançar todo o salto qualitativo que eles representam, evidentemente com benefícios de custo e tempo. Se uma máquina é capaz de fazer determinados metros cúbicos e uma outra faz mais é porque tem engenharia incorporada naquele troço.

Revista M&T: Se a tecnologia, como o senhor diz está dentro das fábricas, qual o grande desafio para o engenheiro de campo?
Baiardi: Sempre que fazemos uma renovação de frota, o objetivo é o de trazer tecnologia, eficiência e resultados para dentro da obra. Já do lado da engenharia construtiva, seu grande desafio hoje é levar para dentro de seus serviços as diversas tecnologias incorporadas pelas fábricas. E, isso, se fatalmente está relacionado ao equipamento, também está ao operador. E preciso saber como treinai' essa turma, como fixar os operadores —para que de fato se tenha um retorno.

Revista M&T: Nessa ótica, a Odebrecht manteve algum intercâmbio com os fabricantes para desenvolver novos equipamentos?
Baiardi: Tivemos o privilégio de ter entre nós durante muitos anos um profissional como o Paulo Brito, um verdadeiro “professor Pardal”, que falava cinco línguas e era frequentemente barrado nos aeroportos por excesso de bagagens em razão do volume de catálogos que trazia de feiras internacionais. Era ele que fazia a ligação entre a indústria de fabricantes e a organização e que encaminhava nossas propostas de soluções e de desenvolvimento de um determinado componente ou de um equipamento.

Revista M&T: Quais os resultados dessa interação?
Baiardi: Fizemos várias provocações a fabricantes que já conhecíamos bem. Os seis primeiros caminhões articulados da Randon. os guindastes 98.3 e os caminhões betoneira totalmente hidráulicos, da Liebherr. foram lançados no Brasil também por força desse esforço indutor da Odebrecht, Quando a Sobratema surgiu, demos total apoio porque percebemos que teríamos uma organização paira levar aos fabricantes a palavra do usuário e mostrar a eles o que realmente o mercado precisava.

"O doutor Norberto disse: Meu filho, você sabe o que é um ativo? Então fuja, porque não temos como pagá-lo".

Revista M&T: É verdade que o senhor se considera um “engenheiro mecânico frustrado”?
Baiardi: E verdade, adoro equipamentos e não gosto de vendê-los. Talvez tenha sido um trauma que trago da construção de minha primeira ponte, quando o único equipamento que eu tinha era um pau de carga e um macaco. Foi quando procurei o Dr Norberto e disse que precisava de um guindaste, ao que ele me respondeu-' “Meu filho, você sabe o que é um ativo? Então fuja, porque não temos como pagá-lo.” O jeito foi usar o diabo do tifor em todo o processo de levantamento de peso, para transporte do material da ponte, improvisando com roldana, cabo de aço, pau de carga e talhas de 20 e 40 t. Isso que me deu um gosto, uma vontade tremenda de lidar com equipamentos e perceber o que eles podiam traduzir em resultados. Daí em diante, em todas as minhas obras, procurei sempre dar uma assistência especial a área de equipamentos.

"Não existe falta de dinheiro se há um bom projeto; qualquer investimento busca o melhor retorno".

Revista M&T: E a manutenção das máquinas? Como era?
Baiardi: Dependia muito da competência dos encarregados. Não me esqueço de um. por exemplo, que fabricou um torno onde coubesse o eixo de um gerador que havia quebrado e devia ser soldado. Eu próprio comprava molas de caminhão em ferro-velho para esquentar na brasa, em óleo e água, e encontrar a têmpera ideal para aproveitá-las como cunha nas talhas e macacos. Também era preciso dar valor ao operador e ao mecânico. Um bom operador e um bom mecânico são capazes de transferir benefício às máquinas.

Revista M&T: E quando o engenheiro mecânico chegou aos canteiros?
Baiardi: Na Odebrecht, isso ocorreu mais pelo impacto da cultura das empresas do sul, grandes frotistas. O Dr. Norberto costumava dizer que o maior ativo não era o equipamento e sim aquele que não aparecia em balanço- o homem. Então, a presença do engenheiro mecânico nas obras passou a ser sentida a partir de 1974/ 75, justamente quando começamos a constituir nossa frota com a compra da Star em 1975, assumindo seu grande número de máquinas, entre elas motoescrêiperes e tratores. Também havia uma necessidade em função da característica da obra. como no caso de Angra II que demandava equipamentos especiais e de fundações. Com isso, nossas equipes passaram a incorporar os homens de equipamentos.

Revista M&T: A seu ver qual o principal diferencial da Odebrecht?
Baiardi: E justamente essa filosofia empresarial de confiança nos homens, de descentralização, de parceria. Nesse sentido, um grande empresário com a marca Odebrecht é principalmente um empresário educador, alguém capaz de ensinar e desenvolver pessoas. Por isso. com minha experiência de 36 anos de organização, valorizo tanto nossos líderes educadores que treinam, desenvolvem e transformam jovens em grandes empresários. Talvez seja quase como uma restituição daquilo que o Dr. Norberto. ele próprio um grande educador, fez comigo. Me pegou saindo da escola, sem saber absolutamente nada e me transformou num empresário.

Revista M&T: Qual o peso da engenharia nesse processo de transformação?
Baiardi:- Veja, nós formamos empresários não pela arte de fazer engenharia, mas sim por praticar uma filosofia. Mesmo que fossemos apenas uma empresa de varrição de rua, se praticássemos essa filosofia, acho que iríamos acabar formando algum empresário. Não é pela engenharia em si. O engenheiro que se forma hoje tem que ser um elemento global, falar línguas, lidar com softwares, etc. e realmente estar disposto à mobilidade. Tanto na universidade quanto nos escritórios é possível encontrar especialistas, mas é raro encontrar empresários prontos. Esses precisam ser formados para isso.

Revista M&T: E um conceito então que independe de uma atuação específica do profissional?
Baiardi: Sim. Importa que o estudante, seja de equipamentos, civil, estrutural, seja capaz de se tomar um empresário dentro de uma organização. O sujeito responsável pelo equipamento tem que ser empresário do equipamento e se tornar um grande empresário de um mercado. E o que ocorreu, por exemplo, com Jorge Barata, um engenheiro nosso e hoje responsável por todo a atuação da empresa no Peru. Acreditamos que o vetor de crescimento da Odebrecht é fruto da formação de seus empresários e é a quantidade desses empresários que irá determinar o ritmo de crescimento da organização.

Revista M&T: E como esse processo tem sido desenvolvido na Odebrecht?
Baiardi: Desde o ano passado, começamos a pensar em uma forma mais tangível de reforçar essa filosofia. Daí, criamos uma espécie de universidade interna, hoje chamada de Programa de Desenvolvimento de Empresários (PDE), em que selecionamos jovens egressos na organização nos últimos quatro anos aos quais, durante nove meses. transmitimos casos de experiência na área de desenvolvimento de negócios e promovemos contatos com pessoas que tenham esse dom de educador, inclusive o fundador Norberto Odebrecht. Iniciamos neste ano com a primeira turma de 30 pessoas de várias áreas engenheiros, advogados, economistas e de vários países.

Revista M&T: A engenharia continua sendo o carro-chefe da Odebrecht?
Baiardi: O negócio engenharia, ao contrário da área industrial/petroquímica que requer um grande patrimônio, é mais atrativo porque exige menos capital e tem um retorno muito maior. Sempre vamos ter a engenharia como foco principal da organização, principalmente porque sabemos que é com a engenharia que formamos a maior parte de nossos empresários. Tanto que temos várias diretorias na área petroquímica com pessoas oriundas da engenharia. E vai continuar assim- a engenharia como fornecedora de mão-de-obra da organização como um todo.

"Com a Sobratema, ganhamos uma organização para mostrar aos fabricantes o que realmente precisávamos".

Revista M&T: A Odebrecht consolidou uma presença internacional de peso. Como o senhor relataria essa evolução?
Baiardi: Quando, em 1976/77, começou a reduzir-se o volume de recursos externos com que o governo desenvolvia os grandes projetos brasileiros, percebemos que uma alternativa de crescimento era sair para o exterior e nos decidimos por países em que a geopolítica brasileira fosse forte. Não iríamos, por exemplo, para o Iraque ou a Mauritânia e sim para onde tivéssemos uma maior facilidade de aprendizado. Nossa atuação internacional foi iniciada em 1980, com a construção da Hidrelétrica de Chaicani V, no Peru, e do sistema hidrelétrico de Colbún -Machicura, no Chile, seguidos de uma obra de irrigação no Equador. Em 1984, a convite da União Soviética e com contrato pelo Ministério de Energia da República Popular de Angola, fomos parceiros na construção da Barragem de Capanda, iniciada em 1986. Em 1992, investimos na compra da construtora Bento Pedroso, em Portugal, que podia nos abrir portas na África.

Revista M&T: E o mercado norte-americano? Quando passou a fazer parte dos planos da empresa?
Baiardi: Também em 1992, quando decidimos investir nos Estados Unidos (EUA), não porque iríamos ter grandes retornos, mas sim para alcançar um referencial de tecnologia, de desempenho e gestão. Na época, tínhamos duas empresas de engenharia: a CBPO e a CNO. A Odebrecht escolheu Miami e eu, como presidente, decidi ir para Flórida. Já a CBPO optou por Denver, associando-se a uma empresa local. Atualmente, temos contratos da ordem de US$ 450milhões em Miami e estamos executando as duas maiores obras da cidade - a ampliação do aeroporto e o centro de performance de artes. Ou seja, nesses dez anos, acumulamos um faturamento de US$ 1,5 bilhão nos EUA.

Revista M&T: E no Brasil? Quais as perspectivas para o País e de onde virão os recursos para o setor de infraestrutura?

Baiardi: Manter o crescimento do Brasil entre 3 e 4% ao ano. irá demandar uma necessidade absurda de infraestrutura, com portos, estradas, ferrovias e industrias. Só quem foi capaz de viver num País como nós vivemos no passado, com uni crescimento de 4 a 5%, é capaz de perceber a mudança que isso pode ocasionar. Quando a economia voltar a crescer, não faltará espaço para as empresas de engenharia. Quanto aos recursos, acredito que não existe falta de dinheiro se há um bom projeto, porque em todo o mundo, qualquer investimento busca o melhor retorno. Claro que sempre será papel do estado sinalizar e criar as condições e garantias para que isso se viabilize. O boom recente que ocorreu no setor energético atraiu o interesse de diversas empresas e - uma vez regularizada a questão tarifária e definidas regras claras-não vai faltai- dinheiro, se for um bom negócio. Eu sou muito otimista ao dizer que o Brasil, com uma regulamentação adequada, voltará a ter taxas progressivas de crescimento.

Revista M&T: E, nesse contexto, como deverá ser a Odebrecht no futuro?
Baiardi: A Odebrecht, como empresa de engenharia, deve começar a buscai’ o que vai ser no futuro. A cada dia mais, até por força de sua experiência internacional, tende a caminhai-mais paira uma empresa demanegement, ou seja, mais coordenar as ações de quem faz do que propriamente fazer. É o crescimento qualitativo natural que qualquer organização de engenharia pode virar ter, a exemplo das grandes companhias mundiais, com um corpo muito mais de gestão e gerenciamento, agregando em torno de si pequenas empresas no papel de executoras. Isso para propor a seus clientes soluções integradas, não apenas de engenharia, mas de gestão, finanças e logística.

"Gostei tanto da iniciativa do Chico, que fez exatamente o que eu deveria ter feito, que só deixei ele sair de lá empregado".

Revista M&T: Finalizando, nesses anos todos, qual a história mais curiosa e inesquecível?
Baiardi: Aconteceu quando fazíamos a ponte de Florianópolis e usávamos ilhas (balsas) que davam suporte às fundações no meio do mar. Compramos, então, alguns geradores com excita triz computadorizada e circuito integrado, que garantiam a operação das ilhas, fundamentais em seu trabalho para o prazo da obra. Mas, um dos geradores quebrou e nosso encarregado não conseguiu consertá-lo. Como se tratava de um circuito integrado, trouxemos de Florianópolis um eletricista de automóvel, o Chico. No meio do dia seguinte, com o gerador já funcionando, perguntei como ele havia conseguido. “Eu não consegui. Quando cheguei lá e vi que não entendia nada, notei o nome da fábrica em São Paulo, retirei a excitatriz, peguei o avião ontem à noite e amanheci na fábrica, onde me ensinaram a consertar. "Gostei tanto da iniciativa do cara, que fez exatamente o que eu deveria ter feito, que só deixei ele saia de lá empregado, como nosso encarregado eletricista.

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