Há cerca de um ano, a fabricante brasileira de rolos e tambores para transportadores de correias Parcan Indústria Metalúrgica foi adquirida pelo Grupo Superior Industries, considerada a maior fabricante de transportadores dos Estados Unidos. Desde então, a empresa localizada em Rafard (SP) passa por uma restruturação completa.
A operação tem sido acompanhada de perto pelo CEO global da Superior, Micah Zeltwanger. Nascido em Hancock, Minnesota, o executivo é formado em administração de empresas e gestão pela Universidade de Minnesota Carlson School of Management. Sua trajetória na Superior iniciou em 2000, inicialmente como diretor de sistemas de informação e, depois, como gerente de produção. De 2004 a 2010, Zeltwanger atuou também como vice-presidente de vendas e marketing.
Em 2010, o executivo assumiu a posição de CEO da empresa e, desde então, sua gestão tem sido marcada por uma estratégia agressiva de expansão. Sob sua liderança, a Superior vem realizando inúmeras aquisições, incluindo plantas nos Estados Unidos, Canadá e Brasil. Em recente visita
Há cerca de um ano, a fabricante brasileira de rolos e tambores para transportadores de correias Parcan Indústria Metalúrgica foi adquirida pelo Grupo Superior Industries, considerada a maior fabricante de transportadores dos Estados Unidos. Desde então, a empresa localizada em Rafard (SP) passa por uma restruturação completa.
A operação tem sido acompanhada de perto pelo CEO global da Superior, Micah Zeltwanger. Nascido em Hancock, Minnesota, o executivo é formado em administração de empresas e gestão pela Universidade de Minnesota Carlson School of Management. Sua trajetória na Superior iniciou em 2000, inicialmente como diretor de sistemas de informação e, depois, como gerente de produção. De 2004 a 2010, Zeltwanger atuou também como vice-presidente de vendas e marketing.
Em 2010, o executivo assumiu a posição de CEO da empresa e, desde então, sua gestão tem sido marcada por uma estratégia agressiva de expansão. Sob sua liderança, a Superior vem realizando inúmeras aquisições, incluindo plantas nos Estados Unidos, Canadá e Brasil. Em recente visita à sede da Parcan, Zeltwanger concedeu entrevista exclusiva à M&T, na qual discorre sobre o que espera para a empresa no país e no mercado latino-americano. Acompanhe os principais trechos.
O que levou a Superior a fazer essa aquisição?
A Superior começou suas operações há 40 anos, produzindo rolos e tambores. E a Parcan também começou nos anos 1970 com a mesma atividade, desenvolvendo especialmente rolos e tambores para mineração pesada, uma área não atendida pela Superior. Desde o início, a linha de produtos da Superior é focada mais no mercado leve, no mercado de agregados, de grãos, de peneiras. E, como a Parcan desenvolvia produtos apenas para o Brasil, a Superior enxergou uma oportunidade de entrar nesse nicho. Afinal, a Parcan fornece rolos para as principais empresas do setor de mineração, sendo considerada uma das principais fabricantes do país. Assim, a Superior comprou 100% das ações da Parcan.
Quais mudanças foram realizadas na fábrica desde a compra?
Nossa meta para a integração é de preservar o que há de melhor na Parcan, como a tecnologia de produto e fabricação e o controle de qualidade, enquanto trazemos dos EUA as melhores práticas de segurança no trabalho, organização da fábrica e eficiência de processos.
Quais são os planos agora para a operação?
Nesse primeiro ano, nosso foco é mesmo a integração. A operação tem de estar com um nível básico de integração para trazermos os equipamentos da Superior. Que não são poucos. A Superior começou fazendo rolos e tambores, mas ao longo dos anos se desenvolveu, passando a aplicar esses produtos nos próprios transportadores de correia, a ponto de tornar-se uma fabricante expressiva nos EUA nesse segmento. Alguns anos atrás, desenhamos uma estratégia para complementar nossa oferta de produtos, introduzindo a fabricação dos dispositivos de processos, como britadores, peneiras vibratórias, equipamentos para lavagem, transportadores de correia, componentes para transportadores e sistemas de empilhamento. Tudo isso para prover ao mercado uma solução completa. Ou seja, nossos planos incluem a introdução de equipamentos modulares Superior para as indústrias de mineração, siderurgia, cimento e portuária.
Isso implica muitos nichos a explorar. Há um foco?
Atualmente, as atividades que estão caminhando bem no Brasil são mais focadas na importação e exportação. Por isso, o mercado portuário é o que está andando em um ritmo melhor. Devagar, mas está caminhando. Desse modo, nosso foco de marketing está em portos. Há muito porto tentando flexibilizar suas atividades, investindo na utilização de contêineres para o transporte de grãos, por exemplo. Por isso, os transportadores telescópicos móveis (TeleStackers), utilizados frequentemente em agregados, pedreiras e demolição, podem ser utilizados também para carregamento de grãos em contêineres de navios. O Brasil importa contêiner, normalmente não exporta; sendo assim, existem várias docas paradas que precisam exportar a granel. Dessa forma, instalamos nossos equipamentos, sem comprometer a doca, resultando em um menor custo de capital, mais rápido, viabilizando a exportação que o Brasil precisa.
A propósito, qual é o produto com maior demanda no Brasil?
Como disse, há um potencial muito grande para os transportadores telescópicos móveis. Os novos conceitos de projeto têm valorizado a flexibilidade e modularidade. Equipamentos móveis há tempos já apresentam níveis de performance de plantas estacionárias, mas têm a vantagem de serem totalmente flexíveis para a operação. Isso se aplica especialmente ao gerenciamento de pilhas. Essa mobilidade de equipamentos é conceito-padrão nos EUA.
Qual é a capacidade de produção local da Superior?
No Brasil, a nossa média de produção é de 30 mil rolos por mês. Nos EUA, temos a capacidade de produzir 70 mil rolos, O suficiente para suprir o mercado. Já na produção de tambores pesados, a capacidade é de 600 unidades ao ano no Brasil, com planos de dobrar esse número em 2017. O mercado de tambores é bastante estratégico, mesmo sendo tão fragmentado e carente de conhecimento técnico. Há atualmente uma tendência de consolidação dos players e estamos bem posicionados para aumentar significativamente nossa participação.
Pensam em instalar uma fábrica da Superior aqui?
Quando fizemos a aquisição da Parcan não queríamos mudar o nome da marca, especialmente devido à sua forte presença no Brasil e à própria qualidade dos produtos, já bem conhecidos no mercado. Evidentemente, nosso objetivo era não desacreditar as boas qualidades de uma marca reconhecida, que se integra a uma nova empresa. Por isso, a ideia da Superior é abrir o mercado, ganhar terreno, para que, sem dúvida, em um futuro próximo possamos iniciar uma fabricação nacional. Com a aquisição, a companhia passa a ser Superior, mas os produtos comercializados manterão o nome da Parcan. Em outros países, os mesmos produtos levarão a marca Superior, mas tudo faz parte da mesma empresa.
Quais são as expectativas no curto prazo?
O Brasil está em um estado de mudança e acredito que seja para melhor. Onde muita gente enxerga medo, nós vemos oportunidades. No momento atual, estamos focados na exportação dos produtos que já temos aqui, especialmente para o Chile. A Parcan nunca investiu em exportação, mas esse agora é o foco da Superior e estamos trabalhando para consolidar a companhia no restante da América Latina.
E como vê o futuro em um prazo mais longo?
O Brasil não para. A economia brasileira é jovem e, como todo jovem, passa por picos altos de euforia e vales profundos de retração. Mas não para. Temos as maiores riquezas minerais do mundo, as terras mais férteis e um excelente parque fabril. O importante é ter visão de longo prazo e se preparar para estar junto aos clientes, tanto nos momentos difíceis quanto nos bons.
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