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Revista M&T - Ed.191 - Junho 2015
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Entrevista

"Só há espaço para quem oferece produtividade"

Desde 1995 na Atlas Copco Brasil, o gerente geral da divisão Construction Technique, Fernando Groba, tem uma trajetória profissional ligada à indústria, principalmente no setor de equipamentos de construção no Brasil. Quando ingressou no grupo, o executivo já trazia na bagagem uma experiência de oito anos de intensa atuação no mercado de locação de equipamentos como compressores, escavadeiras, perfuratrizes e soluções para desmonte de rochas.

Atualmente, essa expertise angariada no segmento tem contribuído para reforçar a atuação da fabricante sueca – que em 2015 completa 60 anos de atividades no Brasil –, em grande parte embasada na constante diversificação de soluções para atender à demanda do mercado de construção civil.

Em quase duas décadas na organização, o especialista já teve passagens de destaque pelas áreas de pós-vendas e gerência de negócios da unidade de energia portátil. Neste segmento, inclusive, Groba acompanhou mudanças importantes do mercado brasileiro, contribuindo para o fortalecimento do nicho de geradores e o desenvolvimento de equipes especializadas nesse t


Desde 1995 na Atlas Copco Brasil, o gerente geral da divisão Construction Technique, Fernando Groba, tem uma trajetória profissional ligada à indústria, principalmente no setor de equipamentos de construção no Brasil. Quando ingressou no grupo, o executivo já trazia na bagagem uma experiência de oito anos de intensa atuação no mercado de locação de equipamentos como compressores, escavadeiras, perfuratrizes e soluções para desmonte de rochas.

Atualmente, essa expertise angariada no segmento tem contribuído para reforçar a atuação da fabricante sueca – que em 2015 completa 60 anos de atividades no Brasil –, em grande parte embasada na constante diversificação de soluções para atender à demanda do mercado de construção civil.

Em quase duas décadas na organização, o especialista já teve passagens de destaque pelas áreas de pós-vendas e gerência de negócios da unidade de energia portátil. Neste segmento, inclusive, Groba acompanhou mudanças importantes do mercado brasileiro, contribuindo para o fortalecimento do nicho de geradores e o desenvolvimento de equipes especializadas nesse tipo de equipamento.

Com formação técnica em mecânica pela Universidade São Judas e em marketing pela Universidade Anhembi Morumbi, Groba também possui MBA em gestão estratégica de negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). E, nesta entrevista exclusiva à revista M&T, Groba mostra a sua visão privilegiada do mercado brasileiro de máquinas e equipamentos, detalhando como pretende conduzir suas equipes para atender à demanda do setor no presente e no futuro. Acompanhe.

M&T – Como ingressou no segmento de máquinas?

Fernando Groba – Na Atlas Copco, eu iniciei na área de pós-vendas de equipamentos para a indústria e construção civil. Antes, em meados de 1987, minha origem foi em locadoras de equipamentos, incluindo compressores, escavadeiras, perfuratrizes de rocha e serviços especializados em desmonte de rocha. A partir daí, comecei a atuar como fabricante e me alinhei aos planos da empresa, que incluem a diversificação de suas soluções para o mercado de construção civil.

M&T – Quais são os principais desafios como gerente geral?

Fernando Groba – A divisão Construction Technique nasceu da fusão de quatro linhas de negócios da empresa: energia portátil (englobando geradores de energia, torres de iluminação, compressores de ar portáteis e bombas submersíveis), equipamentos de demolição e concreto (como rompedores, martelos hidráulicos, tesouras hidráulicas, alisadoras e cortadoras de concreto), equipamentos para construção de estradas (basicamente os equipamentos Dynapac) e suporte e serviços. Nesse sentido, meu principal desafio é aumentar a sinergia entre essas soluções e levar ao mercado a percepção de que a Atlas Copco Construction Technique possui todas as soluções que precisa em construção civil.

M&T – E como fazer isso na conjuntura atual?

Fernando Groba – Daremos foco em serviços e, para isso, vamos reforçar a nossa equipe no pós-vendas. Isso inclui desde uniforme, ferramental e oficina até um trabalho muito focado na agilidade na parte de manutenção. Nosso objetivo é ajudar o cliente a evitar paradas inesperadas e, para tanto, oferecemos ao cliente o desafio de fazer mais com menos. Nossos geradores duram mais e exigem menos investimentos para instalação e transporte, nossos compressores portáteis têm maior produtividade, nossos rolos compactadores finalizam a obra mais rapidamente, enfim, temos soluções que ajudam o cliente a produzir mais e gastar menos, agregando valor aos negócios.

M&T – O que é ser um bom líder?

Fernando Groba – Está dentro dos meus objetivos sempre desenvolver e reter os profissionais mais talentosos na equipe. Além de mantê-la unida e motivada, estimular o crescimento profissional de cada um e, acima de tudo, manter o foco no desenvolvimento de soluções por aplicação e estimular a inovação com o melhor time do mercado.

M&T – Como capacitar profissionais em um mercado cada vez mais dinâmico?

Fernando Groba – Na parte de pós-vendas estamos contratando profissionais que possam dar apoio aos clientes na busca por soluções customizadas. Um grupo como a Atlas Copco busca oferecer infraestrutura e uma cultura corporativa que já é naturalmente orientada a isso.

M&T – As empresas passaram a valorizar mais o profissional de gestão?

Fernando Groba – Gosto de formar equipes fortes e ter um grupo de pessoas que queiram aprender. É muito importante para a companhia contratar profissionais com perfil que possa atender à demanda do mercado. Não é fácil, mas é necessário para que possamos formatar os serviços e ter alguém apto a executá-los.

M&T – E a Atlas Copco faz isso?

Fernando Groba – Sim. Toda empresa que possui planejamento de longo prazo, como é o caso da Atlas Copco, precisa de bons profissionais de gestão. Isso é essencial para garantir que os objetivos de planejamento sejam atingidos. No nosso caso específico, a valorização da qualidade dos profissionais é algo que sempre esteve presente. É um dos fatores-chave para o sucesso obtido nesses 60 anos de Brasil e 141 anos no mundo. A empresa busca os melhores profissionais, criando condições para que desenvolvam todo seu potencial.

M&T – Na prática, como isso funciona?

Fernando Groba – Um exemplo é o Gold Club, uma iniciativa mundial da empresa para homenagear funcionários com 25 anos de casa ou mais. E temos muitos profissionais que começaram como estagiários e chegaram a ocupar cargos gerenciais, com seu talento valorizado e aprimorado pela empresa. Meu caso é um exemplo disso. Entrei no grupo há 20 anos, na área de pós-vendas para suporte técnico a clientes Key Account e, no início deste ano, assumi a gerência geral da divisão Construction Technique no Brasil.

M&T – Os profissionais ficam atentos a essas oportunidades?

Fernando Groba – Sem dúvida. Hoje, o número de profissionais que fazem MBA e outros cursos de aperfeiçoamento vem aumentando muito. Em um mundo cada vez mais competitivo, um profissional se diferencia pela gestão e inovação.

M&T – Qual é a importância do pós-vendas neste segmento?

Fernando Groba – O atendimento é muitíssimo importante. Inclusive, tem sido uma parte fundamental em nossa estratégia de Customer Centricity (centralidade no cliente), ou o que chamamos no grupo de “centricidade”. Quem não tiver foco no cliente, não tem presente ou, muito menos, futuro. Temos de ter uma interação cada vez maior com os clientes, independentemente das distâncias e regiões.

M&T – Qual foi o maior avanço nesse sentido?

Fernando Groba – Temos investido constantemente na ampliação e treinamento da equipe e acabamos de renovar toda a frota para atendimento em campo. Também a criação da Construction Technique é um grande avanço. Hoje, um cliente que tem, por exemplo, torres de iluminação, geradores e rompedores hidráulicos, possui uma equipe cada vez mais unificada para atendê-lo, com gestão centralizada nesta nova área de negócios do grupo.

M&T – Como avalia o mercado de equipamentos pesados no país?

Fernando Groba – Há dois anos, o Brasil é o quinto maior mercado para a Atlas Copco no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Canadá e Austrália. E isso não é por acaso. Temos muitas obras de infraestrutura por fazer e, independentemente de aquecimentos do mercado, estamos sempre motivados em desenvolver novas soluções com foco no cliente por aplicação. Mas só há espaço para quem oferece produtividade e qualidade, assim como a tendência é oferecer soluções que aliem isso à produtividade sustentável.

M&T – Aliás, qual a estratégia para o país?

Fernando Groba – Basicamente, o grupo tem investido em fabricação nacional de várias soluções, como compressores portáteis, torres de iluminação e geradores de energia portátil a diesel.

M&T – E o que diferencia a marca da concorrência?

Fernando Groba – Podemos resumir em três palavras: comprometimento, inovação e interação. O comprometimento de realmente estar no país para ficar. A Atlas Copco tem planos de expandir cada vez mais. A criação da área de negócios Construction Technique, por exemplo, unificou todas as soluções para construção civil em um “one stop shop”. Somado ao constante investimento em fabricação nacional, isso representa um comprometimento que poucos têm. No que se refere à inovação, lançamos os primeiros geradores portáteis desenvolvidos para aplicação on site com chassi vedado e certificado contra vazamentos e contaminação do solo, os compressores de ar portáteis com tecnologia Dual Pressure, que permitem regulagem de pressão com maior produtividade e menor consumo de energia e a tecnologia compact asphalt, patenteada pela Dynapac, o primeiro sistema de pavimentação no mundo “quente sobre quente”, dentre outras. E, finalmente, existe a interação, que posso exemplificar com outra inovação – o desenvolvimento dos geradores portáteis QAS 360 e 550, um projeto totalmente nacional, que nasceu a partir de uma solicitação dos clientes brasileiros no sentido de transportar dois geradores num espaço onde antes só cabia um.

M&T – O BNDES mudou as regras do PSI/Finame. Quais foram os reflexos disso nos negócios da empresa?

Fernando Groba – Aproximadamente 95% ou mais dos nossos produtos são máquinas montadas no Brasil. Estamos enquadrados nessa modalidade, por isso, houve um impacto. Por outro lado, em função do portfólio pulverizado, na média esse impacto se reduziu. Além disso, passamos a oferecer soluções financeiras da Atlas Copco Finance com um parceiro, no sentido de facilitar a aquisição de nossos equipamentos nacionais.

 

 

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