Revista M&T - Ed.23 - Mai/Jul 1994
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OPINIÃO

Peixe e peças de reposição: é tudo a mesma coisa

Muita gente aprecia peixe, peixe fresco. Peças de reposição e peixe são vendidos em lojas especializadas. Por ser deteriorável, o peixe fresco perde seu valor em curto prazo; peças não utilizadas e mantidas em estoque também perdem o seu valor... e aqui cessam as semelhanças!
Passado algum tempo de mal uso e/ ou conservação, o mau cheiro do peixe avisa a todos a sua precariedade. Peças não têm cheiro. Peças sem utilização, mal embaladas etc. permanecem no seu cantinho até que alguém tome consciência do seu estado e se decida a delas se livrar.
Alguns usuários consideram um fato estrategicamente importante manter um “adequado estoque de peças”. A distância/dificuldade na obtenção de peças para uso emergencial é, quase sempre, a maior justificativa para aquela tomada de decisão.
O problema consiste na qualificação e na quantificação desse estoque “de proteção”. Fatores fora do cont


Muita gente aprecia peixe, peixe fresco. Peças de reposição e peixe são vendidos em lojas especializadas. Por ser deteriorável, o peixe fresco perde seu valor em curto prazo; peças não utilizadas e mantidas em estoque também perdem o seu valor... e aqui cessam as semelhanças!
Passado algum tempo de mal uso e/ ou conservação, o mau cheiro do peixe avisa a todos a sua precariedade. Peças não têm cheiro. Peças sem utilização, mal embaladas etc. permanecem no seu cantinho até que alguém tome consciência do seu estado e se decida a delas se livrar.
Alguns usuários consideram um fato estrategicamente importante manter um “adequado estoque de peças”. A distância/dificuldade na obtenção de peças para uso emergencial é, quase sempre, a maior justificativa para aquela tomada de decisão.
O problema consiste na qualificação e na quantificação desse estoque “de proteção”. Fatores fora do controle do usuário (e deles existe um grande número) contribuem para o acúmulo de itens inativos e a simples descoberta desses fatores, embora ajude na tomada de medidas preventivas para futuras encomendas, não resolve o problema do inativo real. Ele simplesmente fica ali, parado, perdendo valor, como um peixe morto.
A seguir, algumas regras muito simples que podem ajudar na eliminação de boa parte do problema:
* nunca estoque peça que possa ser restaurada com solda e/ou cuja quebra ou falha não ocasione a parada do equipamento;
* mantenha controles atualizados; há computadores mais baratos que certas peças;
* quando inevitável, estoque somente o “mínimo minimorum”; não se deixe atrair por promoções: o desconto não paga o custo do excesso;
* verifique regularmente a “idade” dos itens estocados; isso ajuda a rever a demanda e corrigir futuros pedidos; se um item já estiver “cheirando”, trate de livrar-se deles; não espere pela desmobilização da obra;
* certifique-se de que os itens estejam devidamente protegidos contra danos (oxidação, quebra, perda);
* faça a compra certa; informe sempre ao seu revendedor o modelo e o número de série do equipamento ao qual uma peça se destine; é a melhor maneira de fazê-lo assumir a responsabilidade pela correção do fornecimento;
* compre somente de um revendedor que aceite formalmente um programa de recompra dos seus inativos, por escrito;
* tome decisões na hora certa: ao “sentir o cheiro”, por mais fraco que ele seja, livre-se do excesso. As peças são usadas em máquinas que se desgastam com o uso, sendo eventualmente, retiradas de circulação. Este fato reduz o potencial de compras (primeiro, pelo revendedor; depois, pelos usuários) das suas peças inativas. Não as deixe apodrecer. Cuide da “refrigeração” e mantenha, assim, o valor das peças. Lembre-se de que o revendedor que as comprar de você pretende vendê-las a outros usuários e que, portanto, elas devem ter aspecto de novas.
Uma boa gerência de estoque requer decisões planejadas e uma política definida de devolução de peças. Não aja por impulso. Não compre mais peixes do que o necessário.

Snuff; snuff

Steve Schneider

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