Lançado pela Zemag em 1967, o protótipo do guindaste sobre esteiras RDK 250, de 25 ton, usou uma escavadeira UB 162 como base do projeto
Durante a Guerra Fria, surgiu a necessidade de guindastes pesados para obras no Leste Europeu. Por razões políticas, essas máquinas tinham de ser fabricadas na União Soviética, cujo mercado era controlado pela Maschinexport, uma empresa que, embora contasse com alguns modelos interessantes, estava praticamente impedida de comercializá-los fora da área de influência desse país.
Guindastes com lança treliçada montados sobre caminhões comuns e especiais, com capacidades variando entre 25 e 100 ton, passaram a ser produzidos em uma fábrica em Odessa, a mesma unidade em que, na década seguinte, houve uma tentativa de acordo de produção com a Liebherr.
Os guindastes eram destinados a diversas regiões do Leste Europeu e, por isso, foram projetados para condições que iam de
Lançado pela Zemag em 1967, o protótipo do guindaste sobre esteiras RDK 250, de 25 ton, usou uma escavadeira UB 162 como base do projeto
Durante a Guerra Fria, surgiu a necessidade de guindastes pesados para obras no Leste Europeu. Por razões políticas, essas máquinas tinham de ser fabricadas na União Soviética, cujo mercado era controlado pela Maschinexport, uma empresa que, embora contasse com alguns modelos interessantes, estava praticamente impedida de comercializá-los fora da área de influência desse país.
Guindastes com lança treliçada montados sobre caminhões comuns e especiais, com capacidades variando entre 25 e 100 ton, passaram a ser produzidos em uma fábrica em Odessa, a mesma unidade em que, na década seguinte, houve uma tentativa de acordo de produção com a Liebherr.
Os guindastes eram destinados a diversas regiões do Leste Europeu e, por isso, foram projetados para condições que iam desde temperaturas extremamente baixas até áreas desérticas.
União Soviética
Fundada na Rússia em 1865, a Zemag logo passou a produzir guindastes. O primeiro protótipo usou a escavadeira UB 162, lançada em 1967, cujo projeto serviu de base para o guindaste sobre esteiras RDK 250, de 25 ton. Até o final da década, a linha da marca tinha modelos com capacidades entre 16 e 63 ton. Até 1990, haviam sido produzidas cerca de 16 mil unidades, a maioria vendida na União Soviética.
Os projetistas também buscavam maior velocidade de giro, melhores freios, simplicidade construtiva e outros aperfeiçoamentos. Os modelos sobre pneus KC-5363, de 25 ton, com dois eixos, e KC-6362, de 40 ton e 3 eixos, podiam receber lanças até 40 m, tornando-se bastante populares.
As lanças eram dobradas para o transporte, cujas velocidades chegavam a 18 km/h. Essa série foi complementada pelos modelos KC-1571 (4 ton), 2571 (6,3 ton), 3571 (10 ton) e 4571 (16 ton), montados sobre chassis de caminhões GAZ, ZIL, MAS e KRAZ, todos produzidos na União Soviética.
O crescimento das demandas de construção no país trouxe uma necessidade maior de produção de concreto para uso em edificações pré-moldadas, o que encorajou os projetistas a desenvolver guindastes de torre de maior capacidade.
O KB-674, por exemplo, tinha altura de 70 m sob o gancho e capacidade de 50 ton. Seu peso chegava a 236 ton nas variações maiores do modelo, com potência até 166 kW. O uso de tiristores (dispositivos semicondutores multicamadas) para controle da elevação e giro era uma tecnologia típica dessa época.
O modelo 674-3 tinha capacidade de elevação de 4 ton a um raio de 12,5 m, enquanto o modelo 674-4 tinha capacidade de 6,3 ton a um raio de 25 m. Modelos com lança de elevação como o C-981A – que oferecia giro na parte inferior, raio de operação de 12,5 a 25 m e capacidade de elevação de 8 ton – tiveram participação importante nos programas habitacionais do país. Recursos como sistemas de elevação e extensões de lança estavam no mesmo nível de seus similares ocidentais.
ALEMANHA ORIENTAL
A Takraf era o organismo responsável pela exportação de muitos fabricantes importantes da Alemanha Oriental. A gama de produtos permitia atender praticamente a qualquer dispositivo de elevação necessário em obras de construção, desde grandes pórticos para manuseio de contêineres até pequenos guindastes na faixa do ADK 125.
Com potência até 166 kW, o modelo soviético KB-674 tinha altura de 70 m sob o gancho e capacidade de 50 ton
Na década de 60, a Takraf praticamente liderou o mercado de guindastes de alta capacidade para ferrovias, enfrentando inclusive grandes concorrentes nos Estados Unidos e na Alemanha. Em 1967, a marca forneceu para a East German State Railway um guindaste EDK 750 e um modelo lançado pouco depois, ambos com capacidade de 125 ton a um raio de 6 m ou 36 ton a um raio de 14 m.
O acionamento era diesel-elétrico, com um gerador de 160 kVA alimentado por um motor diesel de 12 cilindros. Naquele mesmo ano, um guindaste com momento de carga de 1.120 ton foi produzido pela VEB para a indústria ferroviária. Essa empresa também produziu a série MDK, que incluía modelos com lança treliçada bastante populares na Alemanha Oriental.
Foram também produzidos guindautos com capacidades até 10 ton, além de pórticos, equipamentos de manuseio, pontes rolantes e guindastes industriais de fundição para aplicações estáticas. Os guindastes sobre caminhão ADK 63-2 e MDK 204/404 foram exportados a partir do escritório de Dusseldorf.
Em 1972, a Takraf produziu sua segunda unidade de 125 ton (capacidade de 36 ton a um raio e 14 m) para uso nas ferrovias. Uma terceira unidade foi fornecida para uma mina de lignito a céu aberto.
ADAPTAÇÕES
Mas as condições extremamente difíceis de topografia e solo nas minas na Alemanha Oriental demandaram soluções novas e criativas para extração desse material, importante fonte de energia para a região.
Em 1979, por exemplo, foram combinados o ADK 125, um modelo de guindaste típico da Alemanha Oriental com capacidade de 29 ton e lança telescópica de 15 m (7,96 m recolhida), e o chassi de um tanque T-34 russo, o que lhe dava a mobilidade necessária para executar reparos em guindastes maiores que trabalhavam nas minas de lignito a céu aberto.
Em 1967, a Takraf forneceu para a indústria ferroviária este guindaste EDK 750, que tinha capacidade de 125 ton e acionamento diesel-elétrico
Como adaptação, foi acrescentada uma cabina na parte superior, com boa visibilidade no deslocamento e operação. As características operacionais eram excelentes, graças à estabilidade e desempenho do chassi de tanque.
O protótipo foi montado na área de produção de lignito da VEB em Oberlausitz Hagenwerder, sendo que a produção em série ocorreu nas fábricas de Regis (onde era produzido o chassi de tanque, com potência de 331 kW) e Babelsberg.
O guindaste cuja superestrutura foi usada para esse modelo trabalhou em praticamente todo o território da Alemanha Oriental como uma máquina versátil da classe de 18,6 ton. O chassi era produzido na Hungria, mas o guindaste e o motor eram fabricados pela própria VEB.
A Mannesmann Demag também comercializou o ADK 125 modificado na Alemanha Ocidental, onde recebeu o nome de Demag HC38, com capacidade de 13 ton, altura de 21,61 m sob o gancho e lança telescópica de quatro seções.
Em 1989, a Liebherr – então já o maior fabricante da Alemanha – celebrou 40 anos envolvida em um projeto com a fábrica russa “January Uprising”, para conversão de transportadores médios de foguetes em guindastes telescópicos.
O Progress 2000, resultante desse acordo, teve bastante destaque quando apareceu na bauma, em Munique. A parte superior de um guindaste LTM 1120, de 120 ton, foi montada sobre um chassi de seis eixos MAZ 547 12x12, transportador de foguetes, que pesava 40 ton e tinha um motor Deutz de 650 hp.
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