Casa de ferreiro, espeto de pau, como diz o tradicionalíssimo ditado. Embora tenham sido desenvolvidas há muito tempo, as talhas de corrente com acionamento manual ou elétrico ainda são largamente usadas em indústrias e oficinas mecânicas de todo tipo.
Porém, muitas vezes seu dimensionamento e manutenção são extremamente negligenciados, o que acaba resultando em acidentes de maior ou menor gravidade. Neste artigo, abordaremos alguns aspectos relevantes desses dispositivos, buscando auxiliar na precaução a esses acidentes.
DEFINIÇÕES
Começando pelas definições, a corrente é usada para mover um sistema de rodas de corrente, acoplado a um par de engrenagens ou um sistema sem-fim e coroa.
As rodas de corrente são similares às polias usadas com correias, apenas com recorte de formato específico para alojamento da corrente. Neste artigo, serão referidas simplesmente como “polias”.
Casa de ferreiro, espeto de pau, como diz o tradicionalíssimo ditado. Embora tenham sido desenvolvidas há muito tempo, as talhas de corrente com acionamento manual ou elétrico ainda são largamente usadas em indústrias e oficinas mecânicas de todo tipo.
Porém, muitas vezes seu dimensionamento e manutenção são extremamente negligenciados, o que acaba resultando em acidentes de maior ou menor gravidade. Neste artigo, abordaremos alguns aspectos relevantes desses dispositivos, buscando auxiliar na precaução a esses acidentes.
DEFINIÇÕES
Começando pelas definições, a corrente é usada para mover um sistema de rodas de corrente, acoplado a um par de engrenagens ou um sistema sem-fim e coroa.
As rodas de corrente são similares às polias usadas com correias, apenas com recorte de formato específico para alojamento da corrente. Neste artigo, serão referidas simplesmente como “polias”.
As talhas de engrenagens são as mais difundidas. Atendendo a uma ampla faixa de capacidade, utilizam um ou mais pares de engrenagens para multiplicação da capacidade de elevação.
Normalmente, sua configuração possui dois ganchos, sendo um fixado na carcaça, para instalação da talha no local, e o outro, na extremidade da corrente, para elevação da carga.
Partes da talha que devem ser
inspecionadas nas atividades de manutenção
As talhas podem ainda ser acopladas a um trolley, também de acionamento manual ou elétrico, que permite deslocar o dispositivo ao longo de um trilho suspenso. Essas instalações são comumente chamadas de monovias.
Uma outra versão é chamada de talha de arrasto, uma forma mais simples de talha de corrente operada com uma catraca, que permite arrastar, elevar ou mover horizontalmente uma carga. Nesse caso, a capacidade varia entre ¾ e 15 ton.
As versões elétricas são talhas de engrenagens acionadas por um motor elétrico comandado por botoeira.
Porém, existem modelos menores, que utilizam motor monofásico e podem ser ligadas a qualquer tomada, assim como maiores, de acionamento trifásico.
DIMENSIONAMENTO
Os critérios de seleção são os mesmos para talhas manuais ou elétricas. A tabela à frente mostra os esforços necessários e as eficiências de cada sistema para talhas manuais.
Fatores que precisam ser levados em conta nessa escolha incluem custo inicial e de operação, frequência de utilização, economia de mão de obra, segurança e portabilidade, capacidade (definida com base na carga mais pesada a ser manipulada) e condições atmosféricas especiais (que poderão requerer proteção contra pó, impermeabilização ou outro tipo de proteção especial dos componentes e correntes).
Além disso, também devem ser consideradas condições operacionais como altura livre até o teto, altura do ponto mais baixo da corrente de acionamento (em torno de 60 cm) ou da botoeira no caso de talhas elétricas (em torno de 1,20 m), eventual necessidade de gancho de sustentação, uso de trolley e interferências no percurso do dispositivo.
Como regra, a talha deve ser posicionada diretamente sobre a carga a ser içada, com os ganchos livres para girar, mantendo outras pessoas afastadas do local. A carga deve ser içada no fundo, e não na ponta do gancho.
No entanto, antes de se iniciar o serviço, é necessário ainda inspecionar o olhal ou gancho de fixação e testar os freios. Ganchos com desgaste ou abertos por sobrecarga devem ser sumariamente trocados.
Evolução do projeto permitiu reduzir as necessidades
de manutenção periódica dos dispositivos
PREVENTIVAS
A evolução do projeto das talhas manuais e elétricas permitiu reduzir cada vez mais as necessidades de manutenção periódica desses dispositivos industriais.
Devido à robustez, contudo, modelos mais antigos permanecem em serviço, de modo que sua manutenção deve ser objeto de cuidado.
Afinal, trata-se de dispositivos de elevação normalmente sujeitos a condições severas de trabalho e de desgaste de componentes, que podem assumir níveis críticos de segurança.
Nas talhas manuais, é preciso dar atenção às correntes de acionamento e, principalmente, às correntes de elevação e às rodas de corrente usadas para tracionar a carga. A limpeza é fundamental, pois o acúmulo de sujeira em correntes, polias e demais componentes pode criar tensões indevidas e acelerar o desgaste.
Como referência, a maioria dos fabricantes dispõe de tabelas com as dimensões originais e máximas de passo de suas correntes.
Na falta de dados originais de fabricação, no entanto, sempre é possível comparar o comprimento da seção desgastada com a extremidade menos solicitada (e, portanto, sujeita a menor desgaste), próxima do ponto de fixação na carcaça.
A corrente e o volante de acionamento devem ser limpos e inspecionados
criteriosamente, verificando-se desgastes, danos e incrustações de materiais
Em termos de periodicidade, as atividades programadas devem ser executadas mensalmente. Inicialmente, deve-se operar a talha sem carga para verificar se o funcionamento se mantém uniforme e suave.
Se não forem encontrados problemas, deve-se seguir normalmente as instruções de lubrificação definidas pelo fabricante.
SISTEMÁTICA
Nessa sistemática, a corrente de içamento deve ser limpa com solvente e inspecionada cuidadosamente, verificando-se o desgaste dos elos e do passo, além de eventuais danos à estrutura.
Em casos de desgaste de um trecho localizado, é possível inverter a posição da corrente, colocando uma seção em melhor condição estrutural na área de maior desgaste. Uma dica importante é nunca instalar uma corrente nova em polias com desgaste – e vice-versa.
Da mesma maneira, a corrente e o volante de acionamento devem ser limpos e inspecionados criteriosamente, verificando-se desgastes, danos e incrustações de materiais estranhos.
A inspeção dos ganchos deve observar deformações, desgastes e danos, enquanto os ganchos devem girar livremente na fixação.
É necessário ainda observar o estado e a fixação de parafusos, porcas e pinos.
No caso de moitão, deve-se desmontar o conjunto e verificar o estado das polias.
A carcaça e tampas devem ser inspecionadas em busca de parafusos frouxos, trincas e outras evidências de danos físicos. Deve-se observar o aperto e as condições das juntas de vedação e a eventual ocorrência de vazamentos.
Já o freio de carga deve ser objeto de atenção especial. A manutenção mensal é similar a qualquer sistema de frenagem convencional.
Lembrando que a maioria dos freios atuais utiliza discos metálicos de atrito, projetados para trabalhar sem lubrificação.
Após a inspeção, deve-se testar o funcionamento livre e a capacidade de frenagem, executando-se as regulagens e os reparos necessários. Além dessa inspeção mensal, deve-se desmontar anualmente o conjunto, inspecionando-se todos os componentes.
Verificar o desgaste dos dentes da catraca e da ponta da lingueta, o desgaste das superfícies de atrito (que não devem ter riscos, nem material estranho), o cubo e o volante de acionamento por corrente. Limpar e trocar o que for necessário e remontar conforme as instruções do fabricante.
A inspeção mensal das talhas elétricas é similar à das talhas manuais. Na revisão anual, também devem ser verificadas as chaves limitadoras de curso, terminais, chaves magnéticas, fiação, conexões e isolação, executando-se inclusive a manutenção do motor (rolamentos, isolação, tensão, medição de corrente e resistência, desgastes internos etc.).
Guincho de arrasto com cabos de aço pode ser
usado em serviços de içamento, tração e arraste
TIRFOR
O guincho de arrasto com cabos de aço (mais conhecido por tirfor, nome de um modelo disponível no mercado) pode ser usado em serviços de içamento, tração e arraste, inclusive em serviços de tração de longas distâncias.
Trata-se de um dispositivo pequeno, prático e leve, que pode trabalhar com comprimentos praticamente ilimitados de cabo de arraste.
Seu funcionamento está baseado em dois pares de mordentes com molas (superior e inferior), que exercem pressão sobre um cabo de aço, impedindo o deslizamento e assegurando a eficiência do arraste.
Esses mordentes estão montados dentro de uma carcaça bipartida e seu funcionamento pode ser comparado à ação de puxar o cabo com uma mão por vez.
Os mordentes atuam sobre o cabo, executando alternadamente um trabalho de soltura e frenagem.
Critérios de seleção e dimensionamento
são os mesmos para talhas manuais ou elétricas
Deve-se verificar sempre qual é o cabo especificado pelo fabricante (por exemplo, 6 x 25 F – AACI RD) e o diâmetro utilizado em cada modelo (o guincho Berg Steel de 3.200 kg, por exemplo, utiliza cabo de 16 mm ou 5/8”, com carga de ruptura mínima de 18.685 kg).
A operação em si é muito simples. Após inserir o cabo, uma alavanca serve para puxar, e a outra, para retroceder.
Os principais cuidados se referem ao cabo, que deve ser mantido lubrificado e limpo ao final de cada serviço, removendo-se os resíduos aderidos. Deve-se também ter cuidado para não provocar torção quando for desenrolar o cabo.
Se for usado dentro das especificações, sem deslizamento do cabo nos mordentes, a tendência é que haja um desgaste reduzido nesses componentes, assegurando-lhe uma longa vida útil.
Da mesma forma que as talhas, o tirfor pode ser associado a um moitão, que permite a multiplicação de sua capacidade de carga. A perda por atrito, contudo, pode chegar a 15% nessa situação.♦
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