Uma das coisas mais temerárias observadas nos nossos dias tem sido a crescente redução do realismo na mente das pessoas. A esse propósito, o escritor e jornalista Laurentino Gomes já disse certa vez que “as notícias nunca foram tão rápidas e erradas como nos dias de hoje”.
Lembro-me que, no princípio da internet, a expectativa era de acesso ilimitado às informações e ao conhecimento, em um movimento de igualdade que proporcionaria às pessoas uma visão mais ampla e precisa da realidade. Era o conceito, não a prática, que sempre tem o potencial de abrigar distorções em sua aplicação.
Eis que a prática nos levou a receber como realidade informações que não são exatamente mentiras, mas podem estar fora do contexto original ou construir frases de efeito e chavões que reforçam ideias equivocadas ou obsoletas. Há um exerc&iacu
Uma das coisas mais temerárias observadas nos nossos dias tem sido a crescente redução do realismo na mente das pessoas. A esse propósito, o escritor e jornalista Laurentino Gomes já disse certa vez que “as notícias nunca foram tão rápidas e erradas como nos dias de hoje”.
Lembro-me que, no princípio da internet, a expectativa era de acesso ilimitado às informações e ao conhecimento, em um movimento de igualdade que proporcionaria às pessoas uma visão mais ampla e precisa da realidade. Era o conceito, não a prática, que sempre tem o potencial de abrigar distorções em sua aplicação.
Eis que a prática nos levou a receber como realidade informações que não são exatamente mentiras, mas podem estar fora do contexto original ou construir frases de efeito e chavões que reforçam ideias equivocadas ou obsoletas. Há um exercício permanente de interpretar os fatos à conveniência do momento, com um excesso dos antigos e novos meios de comunicação (notoriamente as redes sociais) para se posicionarem como influenciadores ativos das percepções da sociedade.
Por falar das redes sociais, frequentemente elas têm sido usadas como arma política. No contexto geral dessas mídias sociais, o resultado pode ser uma discussão acalorada, agressiva e ofensiva, porém com pouco impacto imediato e prático sobre as pessoas, além de eventuais rompimentos de amizade e família. Duvido que alguém mude sua opinião com os embates travados nas mídias sociais. Esse efeito, ademais, ainda não foi devidamente estudado.
No entanto, a politização de notícias e informações que circulam nos meios de comunicação tradicionais eventualmente distorcem a capacidade de tomada de decisões. No mínimo, podem induzir a um fator de redução de credibilidade e criar dúvidas sobre a capacidade das pessoas que carregam o dever da decisão, afetando as empresas e indivíduos que delas dependem.
Conheço pessoas que são adeptas profundas de teorias da conspiração, vendo motivos, razões e intenções maquiavélicas e malévolas em fatos que parecem absolutamente triviais para outras pessoas. Reconheço que é atrativa e curiosa a ideia de que a humanidade esteja sendo manipulada e enganada por poucos que conhecem a realidade secreta do mundo. Mas há – ou deveria haver – um limite para a fantasia.
A tomada de decisões nos negócios é de tal responsabilidade e importância que considero como regra fundamental que seja necessariamente baseada em fatos, dados e referências reais. Claro que às decisões sempre estarão associadas incertezas, daí a necessidade de discernimento, de uma visão que represente a melhor aproximação à realidade do nosso mundo em um dado momento.
*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema
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