Correias e correntes são componentes que basicamente servem para transmitir força e movimento, por meio do atrito, no caso das primeiras, ou engates, como as últimas. A correta instalação e manutenção dessas peças podem prolongar a vida útil do conjunto e, assim, reduzir o tempo de máquina parada, diminuindo custos de produção e gestão da frota.
De saída, há vários tipos, tanto de umas como das outras. No caso das correias, os principais são sincronismo (dentada), planas e em V e duplos V. Ao contrário das dentadas e em V, as planas deslizam e, portanto, não transmitem integralmente a potência. Entre as principais características das correias estão o baixo custo inicial, o alto coeficiente de atrito, a grande resistência ao desgaste e o funcionamento silencioso. Além disso, são elásticas e flexíveis.
Quanto às correntes, podem ser de cinco espécies: comum (cadeia de elos), de rolos, de dentes, de elos livres e de blocos. “Existem muitas variações de correntes atualmente”, conta Wesley Pereira, da área de vendas técnicas e desenvolvimento da Daido. “E
Correias e correntes são componentes que basicamente servem para transmitir força e movimento, por meio do atrito, no caso das primeiras, ou engates, como as últimas. A correta instalação e manutenção dessas peças podem prolongar a vida útil do conjunto e, assim, reduzir o tempo de máquina parada, diminuindo custos de produção e gestão da frota.
De saída, há vários tipos, tanto de umas como das outras. No caso das correias, os principais são sincronismo (dentada), planas e em V e duplos V. Ao contrário das dentadas e em V, as planas deslizam e, portanto, não transmitem integralmente a potência. Entre as principais características das correias estão o baixo custo inicial, o alto coeficiente de atrito, a grande resistência ao desgaste e o funcionamento silencioso. Além disso, são elásticas e flexíveis.
Quanto às correntes, podem ser de cinco espécies: comum (cadeia de elos), de rolos, de dentes, de elos livres e de blocos. “Existem muitas variações de correntes atualmente”, conta Wesley Pereira, da área de vendas técnicas e desenvolvimento da Daido. “Em função disso, nós dividimos nossa atuação no mercado nos segmentos de motocicletas, industrial, agrícola e transportadora.”
A transmissão por correntes é usada quando já não é possível a utilização de correias, por causa de umidade, vapores e óleos, por exemplo. São muito empregadas em maquinário pesado, como escavadeiras hidráulicas, betoneiras, moinhos, secadores, britadores e outras máquinas, cujas condições de trabalho exigem a transmissão de cargas elevadas em baixa velocidade, superando trancos, vibrações, presença de material abrasivo e desalinhamento de eixos.
PROBLEMAS
Embora sejam projetadas para tais condições severas, tanto as correias quanto as correntes podem apresentar uma série de problemas, decorrentes do elevado esforço e exposição a altas temperaturas, por exemplo.
Além disso, quando estão mal instaladas ou frouxas, as correias causam a perda de velocidade e de eficiência da máquina. Ao contrário, esticadas demais põem em risco os eixos e aumentam o desgaste dos mancais. Além disso, devido ao atrito contínuo, podem sofrer superaquecimento, o que também leva à quebra. Além disso, conforme decorre o tempo de uso, vão se desgastando e tornando-se mais frágeis, o que pode causar o desencaixe das polias.
O consultor técnico de pós-venda da Continental do Brasil, uma empresa do grupo ContiTech Power Transmission, José Silveira, enumera outros problemas frequentes com correias. “Pode haver desgaste na lateral, costas e parte interna delas”, elucida. “Mas também podem se romper ou sofrer extirpação de material, assim como degradação da borracha.”
Especificamente sobre correias dentadas, Davi Cruz, supervisor técnico de equipamentos originais e de reposição da área desenvolvimento de produtos da Dayco, acrescenta que os componentes podem ainda sofrer contaminação, quando em contato com óleo ou derivados de petróleo. “Também há risco de quebra dos cordonéis de fibra de vidro por dobra ou torção excessiva (vinco) e desprendimento dos dentes, quando há o travamento do comando de válvulas ou outro componente do conjunto”, explica. “Além disso, podem surgir cortes gerais, quando há desalinhamento dos componentes, montagem incorreta ou aplicação divergente da indicada, inutilizando a peça.”
Apesar de alguns danos naturais inevitáveis como o desgaste por uso, a maior parte pode ser evitada ou, pelo menos, amenizada. “A melhor forma é realizar a manutenção preventiva quando se atinge o tempo de uso indicado pelo fabricante”, recomenda Cruz. “Sem esquecer-se de utilizar produtos de qualidade e certificar-se de que o mecânico está usando a aplicação correta para o veículo.”
ADEQUAÇÃO
De acordo com Silveira, para evitar problemas com correias é fundamental verificar a aplicação, que deve ser adequada ao veículo, e o alojamento onde vai ser instalada (quanto a possíveis desgastes e contaminações). “Lembrando que, desde a instalação, é importante sempre utilizar ferramentas adequadas e seguir as recomendações do fabricante”, reforça.
Se ainda assim o dano não puder ser evitado, o recomendado é que seja corrigido o mais rápido possível. Claro que o bom funcionamento da correia depende ainda das condições do tensionador e das polias. Por isso, a cada troca, recomenda-se a substituição de todo o conjunto. “Se necessário, devem ser substituídos os componentes que tenham desgaste, desalinhamento, fadiga ou incompatibilidade na aplicação”, enumera o especialista da Continental.
O mesmo vale para as correias dentadas, como as fabricadas pela Dayco. “O que sempre recomendamos é a substituição imediata dos componentes avariados e que estejam causando problema”, explica Cruz. “Na maioria dos veículos, ela também aciona a bomba d’água (componente do sistema de transmissão), provocando o desgaste do conjunto. Por este motivo, é importante estar atento e optar sempre pela troca de todos os itens do sistema.”
As correntes, por sua vez, sofrem uma série de danos ao longo de sua vida útil, como desgaste (alongamento) e fadiga dos componentes (pinos, rolos, buchas e placas). Além disso, pode ocorrer fratura de peças (placa, pino, bucha e rolo), ruído anormal ou excessivo, vibração (chicoteamento) e travamento de elos. Contudo, grande parte desses problemas é evitável. Para isso, a corrente deve estar corretamente dimensionada à aplicação quanto à carga aplicada, velocidade de trabalho e temperatura, dentre outros fatores. É preciso ainda respeitar as regras e recomendações do fabricante para instalação e conservação.
Segundo Pereira, cada problema tem causa determinada. A fratura de componentes, por exemplo, pode ser originada por velocidade acima do máximo recomendado para o modelo da corrente, mas também aplicação repentina de carga excessiva (travamento ou choque mecânico) e ação de agentes corrosivos. Já o excesso de ruído tem entre suas causas o tensionamento excessivo, a lubrificação inadequada ou insuficiente e o desalinhamento entre as rodas dentadas. “Esse último também é a razão do travamento dos elos, além de carga excessiva e contaminação por partículas”, completa. “No caso da vibração, os motivos podem ser a folga excessiva e o alongamento demasiado da corrente.”
MONITORAMENTO
O consultor de vendas da SKF, Clayton Ferreira, cita alguns cuidados para evitar danos como esses e aumentar a vida útil das correntes. Para começar, ele lembra que uma aplicação pode dispor de diversos tipos de correntes, mas é importante que estejam bem dimensionadas para a função. “Deve-se levar em consideração a velocidade e a potência de trabalho, o tipo de carga, as limitações de espaço e a distância entre os centros dos eixos”, alerta.
Ele recomenda ainda utilizar correntes e rodas dentadas de mesma norma reguladora, ajustar a folga e alinhá-las, preferencialmente a laser. “A lubrificação eficiente também é muito importante para reduzir o desgaste e falha prematura, pois evita oxidação, dissipa o calor e diminui o atrito entre os componentes”, acrescenta. “Os locais a serem lubrificados são: entre as placas, a fim de atingir buchas e pinos, e entre placas internas e rolos.”
Independentemente dos cuidados que sejam tomados para evitar ou corrigir os problemas, reduzir as paradas das máquinas e aumentar a vida útil de correntes e correias, não se deve nunca menosprezar a importância de uma boa manutenção desses componentes. Isso faz com que todos os sistemas atinjam seu perfeito funcionamento e a vida útil esperada.
Além disso, também são itens importantes de segurança, podendo causar acidentes em caso de falha. “Assim como outros itens mecânicos, os componentes de transmissão devem receber os cuidados necessários para que trabalhem com confiabilidade e de forma segura”, diz Pereira. “Sem falar que as trocas constantes acarretam máquinas paradas, perda de produção e aumento de custos.”
Nesse quesito da manutenção, deve-se evitar a corretiva, mais cara que a preventiva. No entanto, deve ser feita toda vez que houver necessidade. Ou seja, sempre que apresentar defeito, a peça deve ser substituída, juntamente com todos os itens comprometidos com uma possível anomalia, o que encarece o processo.
Se não forem trocadas no momento certo, as correias – embora sejam peças relativamente de baixo custo – podem causar prejuízos significativos. Uma roda dentada quebrada, por exemplo, pode significar o fim do motor. Por isso, o melhor caminho é sempre a manutenção preventiva.
PREVENTIVAS
No caso das correias, a manutenção deve ser feita levando-se em conta a quilometragem do veículo, pois com o passar do tempo os componentes periféricos do sistema que trabalham diretamente em contato com elas tendem a sofrer desgaste. “Também é importante saber o local em que o veículo trafega e as condições de trabalho. Se forem severas, as revisões devem ser antecipadas”, diz Silveira, da Continental. “A verdade é que existem recomendações de manutenções preventivas, o problema é que, por falta de informação e de bom senso, não são feitas ou, quando o são, erroneamente.”
De acordo com ele, o recomendável é verificar visualmente todo o sistema a cada 20 mil km. Dessa forma, caso aconteça desgaste prematuro em algum componente, evita-se um dano maior no motor, pois o item comprometido pode ser substituído a tempo. “Existem duas situações que complicam o período de manutenção recomendada para a troca preventiva: uso severo e falsa quilometragem”, diz. “O uso severo exige dos componentes trabalhos em regimes de rotação, temperatura e contaminação acima dos recomendados, reduzindo a vida útil ou até causando a degradação do material de que é feita a correia. Já a falsa quilometragem engana o aplicador e ou dono da máquina, pois o painel marca uma quilometragem, mas o motor tem muito mais.”
Manutenções preventivas também devem ser realizadas nas correntes. Para isso, recomenda-se observar periodicamente vários aspectos visuais, nelas e em seus componentes. Isso inclui, por exemplo, sinais de desgaste nas superfícies, folgas entre componentes e trincas. “É preciso ainda efetuar a lubrificação do sistema e ajustar a folga excessiva, se for o caso”, diz Pereira, da Daido. “Mas não há critério técnico para o período desejável entre uma manutenção e outra, pois cada produto e aplicação têm suas particularidades.”
Para Rivaldo Fonseca, também consultor de vendas da SKF, a manutenção preventiva deve estar sempre apoiada em um monitoramento das condições da corrente, criando um banco de dados para se determinar a periodicidade da verificação. “Antes da execução, deve-se ter todo o cuidado relacionado à segurança, para garantir que os equipamentos estejam parados e bloqueados”, alerta.
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