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Revista M&T - Ed.72 - Ago/Set 2002
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ENTREVISTA

Novos rumos

Em uma empreiteira com 80 anos de tradição

Quem não se lembra da cena do filme "Assim Caminha a Humanidade" em que Jett Rink (James Dean), peão de fazenda de um rancho texano, vê jorrar petróleo em suas terras. Renato de Almeida Pimentel Mendes, atual diretor-presidente da Azevedo & Travassos se lembra bem, porque é ainda hoje um dos poucos brasileiros que vivenciaram esse sonho, quando contava pouco mais de dezesseis anos. Mais precisamente no início dos anos 80, quando a empreiteira dirigida por seu pai, Bernardino Pimentel Mendes, decidiu diversificar as atividades assinando um contrato de risco com a Petrobrás e, através da Azevedo & Travassos Petróleo, investir na exploração de um campo na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.
A perfuração do primeiro poço foi iniciada em dezembro de 1983 e, sua operação, com até 12 barris/dia, em novembro de 1984. Outros poços, com maior produção, chegaram a atingir 100 barris de petróleo e 50 mil m3 de gás ao dia. "Brincávamos, na época, que éramos o segundo maior produtor de petróleo do Brasil e realmente fomos a única empresa privada a realizar todo o ciclo de upstream e a produzir petróleo", lembra Mendes.
Esse ciclo envolveu desde o estudo geológico da área, a definição dos locais de perfuração dos poços, a própria perfuração e descoberta do petróleo, até a otimização da produção, desenvolvendo o campo de exploração com o aumento do número de poços e a construção de todas as instalações necessárias. Mesmo a partir daí, quando o contrato previa que a operação passasse à Petrobrás, a A&T continuou com a extração, passando pelo tratamento do óleo, descarte da água, separação de óleo/gás e transporte e entrega do produto final para a estatal chegando, inclusive, a construir um gasoduto só para


Em uma empreiteira com 80 anos de tradição

Quem não se lembra da cena do filme "Assim Caminha a Humanidade" em que Jett Rink (James Dean), peão de fazenda de um rancho texano, vê jorrar petróleo em suas terras. Renato de Almeida Pimentel Mendes, atual diretor-presidente da Azevedo & Travassos se lembra bem, porque é ainda hoje um dos poucos brasileiros que vivenciaram esse sonho, quando contava pouco mais de dezesseis anos. Mais precisamente no início dos anos 80, quando a empreiteira dirigida por seu pai, Bernardino Pimentel Mendes, decidiu diversificar as atividades assinando um contrato de risco com a Petrobrás e, através da Azevedo & Travassos Petróleo, investir na exploração de um campo na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.
A perfuração do primeiro poço foi iniciada em dezembro de 1983 e, sua operação, com até 12 barris/dia, em novembro de 1984. Outros poços, com maior produção, chegaram a atingir 100 barris de petróleo e 50 mil m3 de gás ao dia. "Brincávamos, na época, que éramos o segundo maior produtor de petróleo do Brasil e realmente fomos a única empresa privada a realizar todo o ciclo de upstream e a produzir petróleo", lembra Mendes.
Esse ciclo envolveu desde o estudo geológico da área, a definição dos locais de perfuração dos poços, a própria perfuração e descoberta do petróleo, até a otimização da produção, desenvolvendo o campo de exploração com o aumento do número de poços e a construção de todas as instalações necessárias. Mesmo a partir daí, quando o contrato previa que a operação passasse à Petrobrás, a A&T continuou com a extração, passando pelo tratamento do óleo, descarte da água, separação de óleo/gás e transporte e entrega do produto final para a estatal chegando, inclusive, a construir um gasoduto só para comercializar o gás produzido.
A experiência, desenvolvida com o Grupo Paranapanema, durou até o final de 1 998, consumiu US$ 40 milhões e, embora não rendendo o retorno financeiro projetado, foi o que deu à construtora o know-how e os equipamentos necessários para conquistar a qualificação em um segmento emergente e que lhe abriria novas oportunidades no futuro.
Grupo seleto - A Azevedo & Travassos que em 2002, completa 80 anos, faz parte de um grupo seleto de empresas credenciadas para a instalação, completação (revestimento) e manutenção de dutos de petróleo e gás e, além da certificação ISO 9002 nessa área, possui a famosa "carteirinha" da ANP (Agência Nacional de Petróleo), que lhe dá a condição de convidada vip em qualquer leilão de novos campos de petróleo. Hoje, Mendes avalia positivamente a experiência: "Nossa qualificação atual vem do know-how adquirido e dos equipamentos que mantivemos, como as sete sondas - seis delas operando para a Petrobrás - capazes de perfurar poços com até 4 mil m de profundidade". Para ele, há boas perspectivas tanto no setor de petróleo, agora aberto ao capital privado, quanto no mercado de gás, em plena evolução. "A privatização da área de gás, somada à construção dos gasodutos e térmicas, deve fazer com que seu uso como matriz energética passe de 2 para 12%", estima.
Só para a Comgás, com quem começou a trabalhar em 1972, a A&T já realizou, entre outras obras, a implantação das redes de Cubatão, na Baixada Santista (SP), a adequação da rede da capital, quando foi feita a conversão do gás de nafta para o gás natural, a instalação de toda a rede de Jundiaí-Itatiba e do trecho Mogi Mirim-Jaguariúna, no interior do Estado e a recuperação de 1000 ramais domiciliares e comerciais na região oeste da cidade, através da substituição dos tubos galvanizados por uma rede nova de Polietileno (PE), além de 11 km novos de rede na região sul, 90% deles executados por MND (Método Não Destrutivo). Neste semestre inicia o prolongamento da rede de Jundiaí, a partir de Campinas, ao longo da via Anhanguera e continua as ligações dos postos de GNV (Gás Natural Veicular) e os contratos fechados com a concessionária carioca de gás.
Para a Petrobras, explica Mendes, "entramos na fase de perfuração dos poços, na fase de completação - revestimento - desses poços e, também na manutenção dos poços já existentes. A empresa participou da instalação de dutos no Gasoduto Brasil-Bolívia e, atualmente, através da CNO - Construtora Norberto Odebrecht, está executando a recuperação de uma linha no píer de Angra dos Reis (RJ) e a adequação dos lançadores e recebedores da estação de Barra do Furado, com a recuperação de trechos da tubulação, sem paralisar o fluxo de petróleo.
Capacitação - Os contratos com a Comgás - Companhia de Gás de São Paulo - e a Petrobrás, também levaram à formação de uma nova filosofia na A&T para atender a exigências severas em segurança, saúde e meio ambiente. Cumprir esses procedimentos rigorosos, explica o diretor- presidente Renato de Almeida Pimentel Mendes, pode implicar num acréscimo de custos da ordem de 30% para a contratante. "A Comgás e a Petrobras assumem isso, mas isso não é comum em muitos órgãos públicos. Por outro lado, as normas já integram nossa rotina e é impossível trabalhar de outra forma", diz. Depois de obter, em 2000, a certificação ISO 9002 para a área de Dutos, a empresa está finalizando a implantação de um segundo sistema de gerenciamento, o SSM (Segurança, Saúde e Meio Ambiente), que envolve toda uma estrutura de engenheiros e técnicos de segurança, atendimento médico e procedimentos de limpeza dos canteiros e descarte de materiais, entre outros. Como exemplo, Mendes cita uma obra recém-contratada pela Petrobrás, onde cada uma das 10 equipes de 20 funcionários terá um técnico de segurança, treinamentos, atuação padronizada e monitoramento contínuo por uma gerência específica. "Hoje, se preciso, paralisamos uma obra pela falta de um equipamento de segurança, o que seria considerado loucura em outros tempos", lembra. Também a concepção administrativa da empresa foi mudando nos últimos anos e se refletiu na transferência de sua sede para as instalações de sua central operacional e no enxugamento da frota de equipamentos, hoje reduzida a um "básico", como define Mendes, de 67 máquinas. "A aquisição é interessante dentro de uma continuidade, por 150 horas/mês e durante o ano todo. Do contrário, os custos da ociosidade do equipamento e do operador são muito altos e acabam gerando uma situação de patrimônio sem liquidez", afirma.

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