A SOBRATEMA reuniu seus associados para o debate de um importante tema: Material Rodante. Convidados pela entidade, representantes da Caterpillar, Fiatallis e Komatsu participaram de uma palestra na sede do Instituto de Engenharia, em São Paulo, no final de agosto.
O tema Material Rodante é um dos mais importantes quando se fala em manutenção. Responsável, em média, por 40% - fala-se em até 60% - dos custos de manutenção do equipamento sobre esteiras, este item está sem- pre em pauta. Preocupada em divulgar as suas características e saber quais são as últimas inovações tecnológicas, a SOBRATEMA - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Manutenção -, com o apoio do Instituto de Engenharia, organizou a palestra “Material Rodante”, realizada no dia 31 de agosto, no grande auditório do IE.
Foram convidados Francisco de Assis Figueiredo Lacerda, da Caterpillar; Wellington Turci Reis, da Fiatallis; e Marcos Cariutto, da Komatsu, que apresentaram o tema para cerca de 130 inscritos. Com um assunto consider
A SOBRATEMA reuniu seus associados para o debate de um importante tema: Material Rodante. Convidados pela entidade, representantes da Caterpillar, Fiatallis e Komatsu participaram de uma palestra na sede do Instituto de Engenharia, em São Paulo, no final de agosto.
O tema Material Rodante é um dos mais importantes quando se fala em manutenção. Responsável, em média, por 40% - fala-se em até 60% - dos custos de manutenção do equipamento sobre esteiras, este item está sem- pre em pauta. Preocupada em divulgar as suas características e saber quais são as últimas inovações tecnológicas, a SOBRATEMA - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Manutenção -, com o apoio do Instituto de Engenharia, organizou a palestra “Material Rodante”, realizada no dia 31 de agosto, no grande auditório do IE.
Foram convidados Francisco de Assis Figueiredo Lacerda, da Caterpillar; Wellington Turci Reis, da Fiatallis; e Marcos Cariutto, da Komatsu, que apresentaram o tema para cerca de 130 inscritos. Com um assunto considerado “apaixonante”, a palestra resultou num grande painel técnico, com participação ativa de todos os presentes.
Após a abertura feita pelo presidente da SOBRATEMA , engenheiro Jader Fraga dos Santos, cada um dos palestrantes procurou enfatizar as novidades tecnológicas que vêm sendo feitas para o material rodante, desde a usinagem das peças até a utilização da informática no sentido de aperfeiçoar manufatura e manutenção.
Manutenção, aliás foi o ponto mais debatido, confirmando a sua importância nos dias de hoje. Para proporcionar maior participação dos presentes, foi organizada uma mesa redonda, onde os convidados puderam responder diversas perguntas.
"Foi um importante debate. Aprendemos coisas novas, mas também constatamos a falta de uma literatura específica sobre o tema. Os profissionais ligados à área de manutenção devem receber maiores informações para que possam executar suas funções com maior perfeição”, destacou Jader Fraga dos Santos. O presidente da entidade ainda ressaltou a necessidade de novos encontros. “É através de eventos como este que poderemos solucionar inúmeros problemas. Ficamos felizes com a boa presença na palestra, fato que nos motiva ainda mais para dar sequência aos eventos da SOBRATEMA”, encerrou.
O sucesso da palestra sobre “Material Rodante”, confirmado pelo número de inscritos, mostra que a SOBRATEMA está no caminho certo, procurando divulgar temas de interesse do setor de manutenção. Para este ano ainda está programado o VI Seminário SOBRATEMA, previsto para a segunda quinzena de outubro, quando serão abordados outros importantes temas.
Fabricação e Qualidade
O tema da primeira palestra do evento foi abordado por Wellington Turci Reis, do departamento de qualidade da Fiatallis. Através de slides, Reis explicou o processo de fabricação e a importância da qualidade e das peças que compõem o sistema do material rodante.
Tomando como exemplo o processo de fabricação da Fiatallis, onde os próprios operadores controlam a usinagem das peças e inspetores auditam a qualidade do produto, Reis iniciou a explicação pelos elos. O palestrante demonstrou que, após o processo de usinagem, os elos são submetidos ao tratamento térmico de têmpera por indução. Este tratamento visa: aumentar a dureza superficial, prolongar a vida útil da peça e aumentar as propriedades mecânicas resistentes ao desgaste.
Tratamento idêntico é dispensado na fabricação dos pinos da esteira. Já as buchas, são submetidas ao tratamento térmico de cementação e têmpera por indução, que aumenta sua resistência aos esforços mecânicos. As suas extremidades são revenidas para evitar a quebra das mesmas durante a aplicação.
Os roletes, compostos por aço carbono ao boro, são temperados e revenidos. Entretanto, os roletes duplos passam pelo tratamento térmico de têmpera em forno contínuo e os simples têm o tratamento por indução.
Quanto aos retentores, a atenção se concentra sobre a região de contato dos anéis que são retificados e lapidados com rugosidades minúsculas para garantir melhor deslizamentos e vedação. A roda da guia e a roda matriz, bem como os parafusos das sapatas, recebem o mesmo tratamento que os elos - usinagem e tratamento térmico de têmpera por indução.
Aplicar o tratamento térmico de têmpera por indução após a usinagem é fundamental para a obtenção das seguintes propriedades: profundidade de camada efetiva e dureza superficial.
Sistema de Medição e Gerenciamento
Francisco de Assis Figueiredo Lacerda, consultor de marketing da Caterpillar, foi o responsável pela apresentação deste tema, que se baseou no programa S.E.M.R. - Serviço Especializado do Material Rodante -, da CAT. Como explicou Assis, “o objetivo do S.E.M.R. é maximizar a disponibilidade do equipamento e reduzir os custos de manutenção através do gerenciamento".
Lembrando que os custos de manutenção com o material rodante podem ultrapassar 60% dos custos totais de manutenção, Assis mostrou que a importância deste programa está em proporcionar aos usuários dados e relatórios realistas, para que a substituição e recondicionamento dos componentes sejam feitas no momento correto - ou seja, antes da quebra do equipamento.
Dentro desta linha de aplicar um gerenciamento moderno, que acompanhe de perto o desempenho do sistema de material rodante, foram expostas duas novidades: o aparelho ultrasônico e um programa de computador, que consolida a informatização do S.E.M.R.
O aparelho ultrasônico, além de aprimorar o sistema de medição dos componentes do material rodante, reduz aproximadamente 50% do tempo gasto para medição destes componentes. O aparelho também armazena medições de 64 máquinas que, posteriormente, podem ser transferidas para o banco de dados de um programa de computador.
Este programa permite a elaboração da escala de vida útil e o cálculo de custo por hora de todos os componentes do sistema. Até 12 medições de uma mesma máquina podem ser mantidas no banco de dados, permitindo ao usuário obter o histórico de vida útil do sistema do material rodante e dados para comparações con- siderando-se mais de um ciclo de vida útil.
“Todo este aparato permite que o usuário faça paralisações programadas do equipamento e que se consiga um equilíbrio de desgaste de todos os componentes do material rodante”, finalizou Assis.
Recuperação e Substituição
O material rodante pode ser responsável por até 60% dos custos totais de manutenção dos equipamentos sobre esteiras. Este foi o argumento da abertura da palestra de Marcos Carlutto, chefe da área de assistência técnica da Komatsu, sobre a importância de se acompanhar corretamente a vida do material rodante.
Chamando a atenção para o fato de que o material rodante opera como sistema e, portanto, a recuperação de alguns componentes deve ser feita em conjunto, Carlutto sugeriu alternativas para a manutenção desse material e listou uma série de cuidados que visam maximizar o seu aproveitamento e reduzir os custos.
Várias ações foram discutidas quanto a recuperação e substituição de componentes do material rodante. Sobre pinos e buchas, por exemplo, deve-se tomar cuidado com o momento adequado de girá-los. Se, por falta de acompanhamento houver aumento excessivo no passo da esteira, devido ao desgaste interno da bucha e do pino, a reutilização das buchas e dos pinos poderá ficar impossibilitada, podendo até comprometer os segmentos das rodas motrizes e elos.
É importante analisar a vantagem do rodízio dos segmentos entre as rodas motrizes sempre que houver diferença significativa no desgaste entre os lados de marcha avante (LMA) e de marcha-à-ré (LMR). Em muitos casos ê possível otimizar a durabilidade das buchas com essa ação.
É bom lembrar que os segmentos das rodas motrizes não devem ser recuperados. No caso das esteiras lubrificadas, elimina-se o problema do desgaste interno da bucha e do pino, entretanto, nem sempre a sua utilização diminui os custos de manutenção, principalmente nos locais onde o desgaste externo da bucha é predominante (mais acentuado).
Outra ação de importância relevante é o acompanhamento do desgaste dos roletes inferiores para efetuar o rodízio no momento adequado. Na maioria das aplicações, há diferença na progressão do desgaste entre os roletes dianteiros e traseiros, e o rodízio permite uniformizar o desgaste. Há que considerar também, que a recuperação ou substituição dos roletes deve ser efetuada em conjunto com a dos elos, para alcançar o máximo aproveita- mento desses componentes.
Outros pontos de cuidados abordados foram: a tensão correta das esteiras, a inspeção de componentes lubrificados quanto a vazamentos, o alinhamento dos componentes, a escolha adequada das sapatas e a sua inspeção, a verificação do estado dos protetores dos roletes, etc.
Por fim, uma medida essencial é manter os registros atualizados para determinar o custo horário de cada componente. A análise desse custo permite a tomada de decisões adequadas no sentido de aumentar o aproveitamento do conjunto do material rodante.
Gabriela Garcia
Marcelo Eduardo Braga
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