A Sobratema reuniu seus associados para o primeiro grande evento do ano. A palestra "Recuperação de Estradas”, que teve o apoio da Caterpillar e do Instituto de Engenharia, apresentou um tema muito atual e importante.
A situação das estradas brasileiras é assombrosa. Com exceção do Estado de São Paulo, onde as rodovias apresentam, em sua grande maioria, excelentes condições, o restante do território nacional sofre com o descaso e a falta de atenção dos governantes. Nem mesmo o perigo que a má conservação gera tem sido sufi- cientemente convincente para alterar a situação. Para um; análise correta dessa realidade e necessário que sejam considerados dois pontos básicos. Em primeiro lugar, a manutenção das estradas está ultrapassada; e, em segundo lugar, o conhecimento técnico está defasado.
Legenda: A recuperação de rodovias est&aacut
A Sobratema reuniu seus associados para o primeiro grande evento do ano. A palestra "Recuperação de Estradas”, que teve o apoio da Caterpillar e do Instituto de Engenharia, apresentou um tema muito atual e importante.
A situação das estradas brasileiras é assombrosa. Com exceção do Estado de São Paulo, onde as rodovias apresentam, em sua grande maioria, excelentes condições, o restante do território nacional sofre com o descaso e a falta de atenção dos governantes. Nem mesmo o perigo que a má conservação gera tem sido sufi- cientemente convincente para alterar a situação. Para um; análise correta dessa realidade e necessário que sejam considerados dois pontos básicos. Em primeiro lugar, a manutenção das estradas está ultrapassada; e, em segundo lugar, o conhecimento técnico está defasado.
Legenda: A recuperação de rodovias está se tornando comum na América Latina
Com o objetivo de apresentar as novidades do Primeiro Mundo com relação a este tema tão importante, a Sobratema - Sociedade Brasileira de Tecnologia, Equipamentos e Manu- tenção - organizou, no dia 14 de março último, no Instituto de Engenharia, em São Paulo, a palestra “Recuperação de Rodovias”, com a presença do engenheiro português José M. Lourenço, gerente de pavimentação da Caterpillar Incorporation, nos Estados Unidos, e há dez anos na empresa. Um especialista no assunto, Lourenço, formado em construção civil pelo Brooklin College, da Inglaterra abordou o que vem sendo feito nos Estados Unidos e Europa no campo de pavimentação e reparo de estradas. A palestra teve vários inscritos e confirmou a participação do setor nas promoções feitas pela Sobratema.
Esse evento marcou a primeira grande realização da Sobratema em 1994, um ano que promete ser recheado de atrações. “Nosso objetivo com esta foi palestra foi o de levar conhecimento para o pessoal de manutenção, equipa- mento e produção sobre o que há de mais moderno na construção civil e recuperação de estradas. Também estamos ampliando nosso campo de atuação. Queremos abordar te- mas de vária áreas como saneamento, construção de dutos, entre outros, para manter nossos profissionais tão atualizados quanto possível. Com a ajuda de nossos diretores e patrocinadores, poderemos organizar palestras, cursos, seminários e muito mais neste ano”, destacou Carlos Pimenta, presidente da Sobratema.
Legenda: Engenheiro José Lourenço
O convidado especial, por sua vez, disse ter sido uma honra falar sobre um tema tão importante, em especial para a América Latina. “É um setor que ganha destaque a cada Durante muito tempo, em função das dificuldades econômicas, ele esteve relegado a um segundo plano. Com isso, precisamos recuperar milhares de quilômetros a um custo baixo e em pouco tempo. Para este trabalho, a recuperação de estradas a partir da base mostrou-se mais eficiente”, afirmou Lourenço, que começou a trabalhar com pavimentação quando jovem, ajudando seu pai, um dos maiores empreiteiros da África responsável por 60% das estradas.
Outras duas razões foram apresentadas por José Lourenço. “A recuperação evita muitos acidentes. No México, por exemplo, o go- verno tinha sérios transtornos com acidentes provocados pela má situação das estradas e isso acabou motivando o investimento na recuperação. Há também a questão ecológica, pois com a reutilização do material empregado você descarta a necessidade de se criar um depósito de asfalto - de custo muito elevado. Como ele entra na mistura para uma nova base, temos ainda uma economia de dinheiro público", completou.
DE BAIXO PARA CIMA
O processo de recuperação de estradas baseia-se no reaproveitamento do material já utilizado na rodovia, melhorando a sua base, de baixo para cima, dando maior homogeneidade à superfície de rola- mento. Ele supera o processo de recapeamento superficial, que não consegue resolver os problemas e apenas camufla, de forma frágil, o piso. Mas como funciona este sistema?
Através de máquinas especiais, o asfalto é pulverizado por um rotor de grande potência trans- formando-se em grãos. Esses, então, são misturados, na proporção desejada, à base, formando uma estrutura muito mais resistente para as estradas. A partir daí, com o auxílio de uma motoniveladora, a rodovia tem um novo e melhor perfil, onde poderá ser feita a compactação e recapeamento, em camadas finas. Se houver necessidade, também poderão ser adicionados aditivos líquidos para o asfalto.
Legenda: José Lourenço, Carlos Pimenta e Augusto Azevedo.
As razões para o emprego desse processo são muitas: alto preço dos materiais betuminosos; reutilização do pavimento asfáltico; escassez de materiais de pavimentação; orçamento e verbas governamentais limitadas; e economia de 50 a 70% em relação ao método tradicional. Já as vantagens são inúmeras: reutilização do agregado de base, melhora da qualidade estrutural da base, menos mobilização de equipamento; mais rápido e mais barato que outros processos. São eliminadas as fases de quebra, transporte e armazenagem do material, um ser- viço de custo alto. “As vantagens são inegáveis”, afirma José Lourenço.
No que diz respeito aos incômodos para os cidadãos, a utilização desse processo não implica no fechamento do trânsito. Afinal, os recuperadores de estrada realizam o trabalho todo, pulverizando e misturando-o à base praticamente no mesmo momento. Dividindo o trabalho adequadamente, uma das pistas de rolamento estará sempre livre para o tráfego.
AMÉRICA LATINA
A América Latina é hoje um dos maiores usuários do processo de recuperação de rodovias. Mas isso não foi sempre assim e os países em desenvolvimento sofreram durante muito tempo com o descaso de seus governantes. Até o final deste ano, todos os países da América Latina já investirão neste setor. “Antigamente, pensava-se que a América Latina, jamais mudaria este quadro. Isso, feliz- mente, não aconteceu”, enfatizou José Lourenço.
Dentro dessa realidade, o México aparece como líder. Com muitos quilômetros a recuperar, principalmente nas regiões desérticas, o governo mexicano tornou-se o maior comprador de máquinas para a recuperação de estradas. São 35 equipamentos de um total de 100 em atividade no país, que confirmam a preocupação dos líderes mexicanos com o tema.
Para este ano, o México deverá recuperar nada menos que quatro mil quilômetros de estradas, número muito maior do que o programado para os Estados Unidos.
Legenda: A palestra atraiu bom número de pessoas ao IE
No Brasil, já estão funcionando duas máquinas. “Nós, como fabricantes do equipamento, esperamos que o número de máquinas aumente. Mais do que isso, espero, como contribuinte, que esse processo seja adotado, pois esta- ríamos reutilizando um recurso já gasto. O imposto foi pago e nada melhor do que ele ser aproveitado para melhoria das condições das estradas. Já fizemos algumas apresentações dos produtos Governo, que estudando a de má- afirmou Augusto Azevedo, diretor de Paving Products da Caterpillar no Brasil.
A iniciativa da Sobratema mostrou que existem pessoas preocupadas com as condições das estradas brasileiras. Melhor ainda, apresentam soluções viáveis e modernas para um problema antigo.
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