Produzido no Brasil, com tecnologia Palfinger e Finame, novo guindaste articulado reforça meta de expansão da Madal.

E levar a fábrica de Caxias do Sul (RS) à condição de uma plataforma de exportação para a América Latina e daí para o mundo está dentro da estratégia global da Palfinger AG. Para isso, desde sua associação ao grupo austríaco, em 2001, “a Madal tem registrado investimentos pesados em tecnologia de ponta e inovações para ganhos de produtividade, eficiência e qualidade”, afirma Jorge Zir Bothomé, CEO da empresa brasileira. Apenas em pesquisas e testes para o desenvolvimento do novo guindaste articulado — o PKB 38502 - apresentado na M&T Expo’2003, foram aplicados, durante dezoito meses, R$ 2,5 milhões.

O equipamento possui sistema Power Link, para levantamento de cargas perpendicularmente ao solo, sem que seja necessário aproximá- las da coluna do guindaste, diferencial que, ao facilitar os trabalhos de movimentação, agrega produtividade ao modelo. O PKB 38502 possui momento de elevação de 38,2 t.m e até 6 lanças hidráulicas, chegando a um alcance horizontal de 16,8 metros e vertical de 20,7 metros. Outros avanços em relação aos guindastes convencionais são o dobro de velocidade na abertura das lanças e a garantia de controle total dos movimentos através de um comando hidráulico de grande sensibilidade.

O PKB 38502 se integra a outros três guindastes articulados (PKB 6500, PKB 10000 e PKB 15500) já fabricados no Brasil e, como eles, deve alcançar um índice de nacionalização de 70% - atualmente tem 68% com aquisição via Finame. Mesmo considerando todo o processo de introdução mercadológica do novo produto, Bothomé arrisca uma projeção de vendas de 100 unidades do modelo até o final de 2004, entre os segmentos de construção e mineração. Essa estimativa reforça também a previsão da Madal-Palfinger de manter, no próximo ano, um crescimento de 25%, o mesmo verificado em 2003 sobre os resultados de 2002.

A fabricação de quatro modelos de guindastes articulados pela Madal foi possível com sua incorporação à Palfinger, líder do mercado mundial desses equipamentos (28% de participação) e que repassou integralmente sua tecnologia à unidade industrial brasileira. Foi uma espécie de troca, já que o grupo austríaco ganhou, de seu lado, a linha áe guindastes telescópicos, entre 23 e 60 toneladas/m2 fabricada aqui. “Assim, a telescopia crane produzida no Brasil pode ser disponibilizada para o mundo”, destaca Bothomé.

Além do PKB 38502, a Madal está em processo de desenvolvimento, com lançamento previsto para meados de 2004, da Crayler, uma empilhadeira off-i'oad de pequeno porte (l a 2 toneladas), que é acoplada entre os eixos dianteiro e traseiro do caminhão, totalmente automatizada e com operação por controle remoto, a uma distância visual de até 200 metros pelo próprio motorista. Para o futuro, outro segmento onde a empresa deve começar a trabalhar é o de produtos de logística. “A estratégia mundial do grupo é a expansão, claro. A passos medidos, mas grandes. E estamos abertos a novas parcerias, inclusive com aqueles que podem ser considerados nossos concorrentes”, avisa Bothomé.