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Revista M&T - Ed.299 - Novembro de 2025
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GUINDASTES

As novas tendências em içamento

Com avanços em tecnologia e manutenção, gruas se consolidam como solução estratégica para a produtividade e a segurança nos canteiros de obras
Por Redação

Também conhecidas como guindastes de torre, as gruas continuam sendo protagonistas discretas – porém indispensáveis – nos canteiros de obras brasileiros. Com estruturas verticais imponentes, representam mais do que meros equipamentos de içamento, pois constituem sistemas de alta precisão que integram engenharia, tecnologia embarcada e planejamento logístico.

Em um momento em que eficiência e segurança se tornam diferenciais competitivos, entender as diferenças entre os tipos de montagem, lança e aplicação é essencial para dimensionar corretamente o investimento e o retorno proporcionado às obras por esses equipamentos. Afinal, o mercado já entendeu que a nova geração de gruas não se notabiliza mais apenas pelo alcance, mas também pela inteligência, conectividade e eficiência energética.

Entre sensores, softwares de controle e sistemas de monitoramento


Também conhecidas como guindastes de torre, as gruas continuam sendo protagonistas discretas – porém indispensáveis – nos canteiros de obras brasileiros. Com estruturas verticais imponentes, representam mais do que meros equipamentos de içamento, pois constituem sistemas de alta precisão que integram engenharia, tecnologia embarcada e planejamento logístico.

Em um momento em que eficiência e segurança se tornam diferenciais competitivos, entender as diferenças entre os tipos de montagem, lança e aplicação é essencial para dimensionar corretamente o investimento e o retorno proporcionado às obras por esses equipamentos. Afinal, o mercado já entendeu que a nova geração de gruas não se notabiliza mais apenas pelo alcance, mas também pela inteligência, conectividade e eficiência energética.

Entre sensores, softwares de controle e sistemas de monitoramento remoto, o setor avança para uma operação cada vez mais previsível, segura e produtiva. À medida que o mercado amadurece, as gruas se tornam peças estratégicas da engenharia moderna, conectando tecnologia, planejamento e produtividade em um mesmo movimento. “Hoje, é possível substituir guindaste por grua, se for a solução mais viável para a obra”, aposta Fernando Rossi, engenheiro mecânico da Real Guindastes.

O especialista conta que, embora uma máquina não concorra com a outra, muitas vezes é possível mostrar evidências técnicas sobre qual equipamento faz mais sentido no projeto do cliente. E, nesse aspecto, as gruas vêm ganhando espaço crescente.

CONFIGURAÇÃO

Basicamente, as gruas se dividem em três grupos, definidos pela configuração da base: fixa, móvel e de torre ancorada, cada uma delas atendendo a necessidades específicas. “As gruas de base fixa podem ser instaladas diretamente sobre fundações ou, em determinados casos, ancoradas na própria edificação em construção, possibilitando que ‘subam’ conforme a obra avança”, detalha Paulo Carvalho, diretor técnico da Locabens. “Já as gruas de base móvel se deslocam sobre trilhos, sendo ideais para projetos horizontais como galpões, fábricas ou usinas, embora possuam limitação de altura operacional, variando conforme o porte.”

Em média, explica Carvalho, as gruas fixas podem atingir entre 30 e 80 m de altura, superando esse patamar em situações especiais. A escolha depende da altura e do porte da edificação. “Em obras com mais de dez pavimentos, a ancoragem é praticamente indispensável”, observa. “Já em projetos horizontais e não muito altos, a base móvel é a solução mais racional.”

O especialista cita ainda uma alternativa intermediária – a grua sobre chassi estático –, que dispensa a execução da base de concreto, pois equilibra as reações estruturais com contrapesos. “Trata-se de uma opção interessante para obras de duração mais curta ou que exigem agilidade de instalação”, completa o diretor.

Outro ponto central é o tipo de lança, um dos elementos que mais exercem influência no desempenho. O diretor da Locabens avalia que as gruas convencionais com tirantes ainda são mais populares no Brasil, “até por oferecerem uma melhor relação entre porte estrutural e capacidade de carga”. Por outro lado, as lanças sem tirantes (topless ou flat-top) vêm ganhando espaço em locais com restrições de altura, como regiões próximas a aeroportos, ou em obras que envolvem a operação simultânea de várias gruas, que permitem uma diferença menor entre as alturas de trabalho.

Sistemas de alta precisão integram engenharia, tecnologia embarcada e planejamento logístico. Foto:REAL GUINDASTES


As lanças basculantes (articuladas), por sua vez, são indicadas para obras em áreas urbanas densas ou com interferências de edificações vizinhas. “Nesse caso, operam com velocidade de trabalho menor, já que o movimento horizontal é feito pelo basculamento da lança, enquanto nas gruas de lança horizontal o carro se desloca ao longo da lança”, descreve Carvalho. “É uma escolha que privilegia a viabilidade de operação e não a velocidade.”

Na visão do executivo, as gruas automontáveis têm conquistado espaço em obras menores, até quatro ou cinco pavimentos, especialmente pela facilidade de transporte, montagem e reposicionamento. “Como são patoladas e não exigem base de concreto, podem ser deslocadas rapidamente no canteiro, atendendo a diferentes frentes de trabalho”, explica.

Ancoragem do equipamento é praticamente indispensável em obras com mais de dez pavimentos. Foto:LOCABENS


Dessa maneira, esses equipamentos são indicados para conjuntos habitacionais, condomínios horizontais ou empreendimentos com múltiplas unidades em terrenos amplos, onde a mobilidade é o ponto central. “De fato, oferecem uma operação muito mais econômica do que desmontar e remontar uma grua de torre convencional”, completa.

Gruas convencionais com tirantes ainda são mais populares no Brasil. Foto:LOCABENS


Segundo o engenheiro mecânico da Real Guindastes, Fernando Rossi, as gruas automontáveis são transportadas por reboque, sem a necessidade de embarque em carretas. “É possível mudá-la de lugar em apenas dois dias, com baixo custo operacional”, ele assegura.

De acordo com ele, todas as gruas automontáveis da Real Guindastes possuem controle remoto, de modo que o operador trabalha desembarcado. Embora exista a opção de operar dentro da cabine, Rossi diz não ver sentido prático nisso, porque cabines muito estreitas não deixam o operador confortável. Todavia, alguns fatores ainda dificultam a utilização desse tipo de grua no mercado brasileiro, a começar pela legislação de trânsito. “Embora seja uma máquina rebocável, o Contran não permite que circule a reboque em vias públicas, devendo ser transportada em carreta prancha até a obra”, explica Rossi. “Ao chegar, é desembarcada por outro guindaste de 100 t, para finalmente cumprir o propósito de ser rebocável dentro do canteiro.”

PARÂMETROS

A definição do modelo exige estudo prévio, no qual devem ser considerados parâmetros como altura, raio de alcance, tipo e peso das cargas, prazo da obra e movimentação dentro do canteiro. “Esses fatores determinam se a solução mais adequada é uma grua automontável – mais ágil e compacta – ou de torre convencional, com maior porte e capacidade”, orienta Gustavo Ferreira, supervisor de pós-venda da Liebherr.

Seleção exige estudo de parâmetros como altura, raio, tipo e peso das cargas, prazo e logística. Foto:REAL GUINDASTES


Aspectos como espaço disponível, condições do terreno, acessos logísticos e interferências externas também devem ser analisados, diz ele. Além do custo de locação, o tempo de montagem, a facilidade de operação e a frequência de reposicionamento impactam diretamente a produtividade. “A escolha da grua exige um esforço conjunto entre o responsável técnico da obra e o fornecedor do equipamento”, ressalta. “Somente com essa colaboração é possível desenvolver a solução mais adequada para os desafios de cada projeto.”

A segurança é outro pilar fundamental nessa escolha. Ferreira destaca que tanto a NR-12 como a NR-18 estabelecem “exigências rigorosas para equipamentos reformados e em operação”. Nesse sentido, a grua deve possuir documentação técnica atualizada, incluindo laudo estrutural e operacional elaborado por profissional legalmente habilitado, com a finalidade de avaliar tanto a integridade estrutural, quanto os sistemas eletromecânicos da grua.

A validade do laudo é de até dois anos para equipamentos com mais de 20 anos de fabricação, conforme exige a NR-18. “Operar uma grua sem certificação válida representa risco não só à integridade dos trabalhadores, mas também à continuidade da obra, podendo levar à interdição, além de graves sanções legais e trabalhistas”, alerta Ferreira.

No campo tecnológico, a Liebherr tem incorporado soluções de automação e controle inteligente em suas gruas. Geralmente, esses sistemas são aplicados em modelos automontáveis, mas, de acordo com Ferreira, já se expandem para outras configurações. Um exemplo é o Dynamic Load Control, que permite identificar e manusear cargas pesadas com maior precisão, reduzindo significativamente o risco de sobrecarga. Outro destaque é o Manual Hook Positioning, que facilita o posicionamento do gancho sem a necessidade de manobras complexas, otimizando tempo e aumentando a segurança na operação.

A marca também incorporou o Load Centering Control, assegurando que a carga permaneça centralizada durante a elevação, minimizando oscilações e aumentando a estabilidade do içamento. “Já o Position Path Routing permite programar trajetos seguros para o deslocamento das cargas, evitando colisões com estruturas próximas e respeitando áreas restritas”, acrescenta Ferreira.

Setor tem incorporado soluções de automação e controle inteligente em gruas. Foto:LIEBHERR


Na Locabens, as evoluções caminham em duas frentes: tecnologia embarcada e gestão inteligente de manutenção. A companhia desenvolveu um sistema de inspeções diárias que permite reportar as manutenções preventivas e corretivas via QR Code, instalado na base e na cabine da grua. “O operador pode abrir um chamado, registrar ocorrências e programar serviços direto do celular”, explica Carvalho. “Isso garante rastreabilidade e resposta rápida.”

A empresa também investe em formação técnica, assegura o especialista. “Apenas neste ano, mais de 120 pessoas já foram capacitadas, sem considerar os treinamentos periódicos”, afirma o diretor.

TENDÊNCIAS

Para Carvalho, o Brasil ainda tem grande potencial de expansão no uso de gruas automontáveis, especialmente fora de grandes centros, onde o conceito de locação está em rápida evolução. “Nos países europeus, o número de automontáveis já é equivalente ao de gruas convencionais”, comenta. “Esse movimento tende a chegar aqui também, à medida que o mercado amadurece.”

Ferreira complementa que o mercado brasileiro ainda é fortemente vinculado ao desempenho da construção, que segue como principal motor da demanda por esse tipo de equipamento. “No entanto, observa-se uma expansão gradual do uso das gruas em aplicações menos tradicionais, onde sua presença ainda é limitada no país”, posiciona.

Em construções industriais e obras de infraestrutura, o uso de guindastes acima de 500 tm é cada vez mais comum, consolidando-se como uma ferramenta essencial em diversas etapas desses projetos. “Ainda assim, existem múltiplas oportunidades de aplicação que permanecem pouco exploradas, revelando um potencial significativo para ampliar o uso desses equipamentos e otimizar a produtividade e segurança dos canteiros”, avalia Ferreira.

Outro movimento importante é a busca crescente – real e factível, inclusive para empresas de menor porte – pelos avanços da chamada Construção 4.0. Essa transição aponta para uma maior adoção de tecnologias inteligentes, com destaque para o uso de gruas automontáveis, que oferecem agilidade, mobilidade e facilidade de operação, mesmo em canteiros menores. “Esse avanço abrange tanto o uso de guindastes de grande porte, empregados em projetos mais complexos, quanto a disseminação de modelos menores e mais versáteis”, conclui Ferreira.


GUINDASTE GARANTE C0NSTRUÇÃODA PONTE MAIS ALTA DO MUNDO

Posicionado a 625 m sobre o rio, guindaste viabilizou obra em ponte na China. Foto:MANITOWOC


Posicionada a uma altura de 625 m em Guizhou, no sudoeste da China, a ponte Huajiang Grand Canyon foi construída em um dos ambientes mais desafiadores que se possa imaginar. Com altura livre vertical de 625 m entre o tabuleiro e a superfície do rio, a nova estrutura reduzirá o tempo de viagem de Liuzhi a Anlong de 3 h para apenas 1,5 h.

No terreno inóspito da paisagem local, um guindaste Potain MCT 385 desempenhou um papel fundamental na obra, trabalhando com jib completo de 75 m para içar cargas de até 20 t. Operada pela Guizhou ShengYongSheng, a grua chegou ao canteiro no final de 2023, quando começou a manusear cargas em tarefas críticas, como a construção de pilares e a instalação de vigas de treliça de aço sobre um vão principal de 1.420 m, com comprimento total de 2.890 m.

Posicionado entre falésias íngremes, o MCT 385 trabalhou em conjunto com o sistema a cabo com o maior vão do mundo, cobrindo áreas inacessíveis por guindastes fixos convencionais e acelerando significativamente a construção, ao mesmo tempo em que proporcionou estabilidade e eficiência em condições extremas. “Esse desfiladeiro já foi uma ‘zona proibida’ para a construção, mas o MCT 385 reafirmou a posição da Potain como parceiro estratégico capaz de oferecer avanços tecnológicos”, disse Ling Qian, gerente de marketing da Manitowoc na China.

Saiba mais:

Liebherr: www.liebherr.com/pt-br

Locabens: www.locabens.com.br

Manitowoc: www.manitowoc.com/pt/manitowoc

Real Guindastes: https://realguindastes.com

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