P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.287 - Setembro 2024
Voltar
GUINDASTES

Produtividade nas alturas

Fabricantes aprimoram equipamentos com automação, eletrônica embarcada e uso de sensores em resposta às exigências do mercado em questões de segurança, sustentabilidade e eficiência

Nos últimos anos, avanços tecnológicos significativos têm marcado o setor de guindastes, que evoluíram para responder às diferentes necessidades de aplicação do mercado interno.

Em diferentes áreas da construção civil, mas também do segmento portuário, industrial, de energia e mineração, as empresas assimilaram regras de compliance, com políticas de sustentabilidade, segurança e eficiência.

Para atender à nova realidade, a indústria tem dotado os equipamentos com recursos de automação, eletrônica e uso de sensores avançados, que aprimoram sensivelmente o controle da operação.

De fato, essas melhorias têm sido fundamentais para minimizar a probabilidade de erros humanos e aumentar a precisão nas manobras.

Em paralelo, o mercado brasileiro também vivencia uma crescente adaptação dos guindastes para trabalhos em condi&


Nos últimos anos, avanços tecnológicos significativos têm marcado o setor de guindastes, que evoluíram para responder às diferentes necessidades de aplicação do mercado interno.

Em diferentes áreas da construção civil, mas também do segmento portuário, industrial, de energia e mineração, as empresas assimilaram regras de compliance, com políticas de sustentabilidade, segurança e eficiência.

Para atender à nova realidade, a indústria tem dotado os equipamentos com recursos de automação, eletrônica e uso de sensores avançados, que aprimoram sensivelmente o controle da operação.

De fato, essas melhorias têm sido fundamentais para minimizar a probabilidade de erros humanos e aumentar a precisão nas manobras.

Em paralelo, o mercado brasileiro também vivencia uma crescente adaptação dos guindastes para trabalhos em condições adversas, bastante comuns em obras de infraestrutura, por exemplo, com áreas de difícil acesso e limitações de espaço. Isso motiva uma busca constante por máquinas mais versáteis e capazes de operar em diferentes tipos de terreno.

Uma das prioridades atuais do mercado, a sustentabilidade entra em cena com fabricantes e operadores focados em soluções capazes de reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes.

A utilização de guindastes elétricos e híbridos, por exemplo, tende a crescer no médio e longo prazo, acompanhando uma tendência global de descarbonização da indústria.

Esses desenvolvimentos refletem um movimento mais amplo de modernização do setor, impulsionado por investimentos em inovação e pela necessidade de atender às normas ambientais, cada vez mais rigorosas.

“A evolução dos guindastes acontece de acordo com as necessidades locais”, observa Luciano Dias, gerente de vendas da Manitowoc no Brasil. “Nos últimos anos, percebe-se no Brasil um aumento das frotas de guindastes sobre caminhão, por exemplo, ocupando o lugar dos modelos para terrenos acidentados.”

Segundo ele, isso vem ocorrendo também em outros países emergentes, até por uma questão prática: os guindastes sobre caminhão podem transitar em rodovias, sem exigir uma carreta para transporte, o que diminui o custo de operação.

“No entanto, não oferecem a mesma performance dos RTs, que apresentam tabela de carga para içar e mover-se sobre pneus, sem precisar de patolas”, explica Dias. “Para vários projetos, porém, os guindastes sobre caminhão são suficientes.”


Tecnologias embarcadas como o sistema Liccon 3aprimoram a eficiênciaq e a segurança

Outras novidades específicas vêm sendo impulsionadas para atender segmentos em crescimento, como o mercado de montagem e manutenção de torres eólicas, por exemplo. Há 20 anos, os guindastes de 250 t e 300 t de capacidade eram considerados grandes demais no mercado interno.

Atualmente, servem de apoio nos canteiros a guindastes de 1.000 t, 1.500 t ou até 4.000 t de capacidade, que sequer estavam disponíveis anteriormente.

“Isso influencia todo o setor de construção”, constata Dias, destacando que, sempre que se desenvolve uma máquina que aumenta a produtividade, também surgem projetos direcionados ao seu uso. “As torres eólicas de antigamente, por exemplo, tinham 90 m ou 100 m, enquanto as atuais chegam a 160 m”, compara.

Gerente divisional da área de guindastes móveis da Liebherr, o executivo Rene Porto reconhece que o aumento na demanda por guindastes com capacidade superior a 500 t leva à maior necessidade de tecnologia embarcada, visando aprimorar o controle, a eficiência e a segurança dos equipamentos.

“O sistema de controle Liccon 3, por exemplo, auxilia o motorista na identificação de pedestres, pontos cegos e outros obstáculos”, ressalta.

DIFERENCIAIS

Basicamente, as diferenças entre os modelos de guindastes são ditadas pelo tipo de aplicação. Os guindastes rodoviários, por exemplo, não requerem carreta para trabalhar nos canteiros, pois são capazes de rodar sozinhos em rodovias, desde que devidamente registrados e emplacados. Nesta categoria se enquadram os modelos Boom Truck e Truck Crane.

Por sua vez, os guindastes para terrenos acidentados (Rough Terrain) precisam ser transportados para o local da obra, o que eleva o custo de operação.

Porém, oferecem uma enorme vantagem em termos de produtividade, podendo içar e transportar cargas para outros locais dentro na obra, pois não precisam ser patolados, ou seja, não precisam manter-se fixos para trabalhar, como ocorre com Truck Cranes e ATs.

Esses modelos possuem apenas dois ou três eixos, são mais compactos e podem oferecer a mesma capacidade de outros guindastes de quatro ou cinco eixos, o que os torna ideais para locais confinados.

Já os guindastes todo-terreno (All Terrain) são campeões de venda no Brasil, sendo indicados para atuar sob condições extremas no local de trabalho, podendo lidar com terrenos acidentados, áreas de difícil acesso ou solos irregulares, enquanto os Truck Cranes geralmente são limitados a superfícies mais estáveis.


Sistema telemático Hello-Net permite rastreamentoe gestão operacional em guindastes

Com grande capacidade de elevação, os modelos ATs têm aplicação em uma ampla variedade de projetos. “Com versatilidade no deslocamento, os ATs são capazes de trafegar tanto em estradas como fora delas, podendo ser emplacados”, resume Porto.

De acordo com o especialista, os RTs também são apropriados para obras com condições topográficas desafiadoras, mas não podem transitar por estradas, sendo transportados sobre carretas.

“A vantagem é que podem trafegar com a carga içada dentro dos limites da tabela de carga específica, enquanto os ATs trabalham apenas patolados”, acrescenta.

Para Anilton Leite, gerente de vendas da Tadano Brasil, o mercado brasileiro demonstra maior preferência por guindastes rodoviários (Truck Cranes e ATs), embora também haja mercado para modelos autopropelidos sobre pneus (RTs) e sobre esteiras (Crawler Cranes).

“Fabricamos um guindaste Premium que prioriza a segurança, com qualidade, performance e tecnologia”, assegura.

De acordo com Leite, a fabricante se empenha continuamente no desenvolvimento de novas tecnologias para guindastes, a exemplo dos sistemas telemáticos Hello-Net e IC1 Remote, para comunicação, rastreamento e gestão operacional e de manutenção dos equipamentos.


Entre os mais cotados no país, modelos AT assimilam tecnologias híbridas de funcionamento

A marca também conta com o sistema de funcionamento híbrido E-Pack, para guindastes móveis de utilização industrial e remoção, além de soluções para eletrificação de guindastes sobre esteiras de porte extragrande e sistemas para redução do número de horas do motor, consumo de diesel e emissões (Eco-Mode).

“Os sistemas de operação de guindastes por meio de controle remoto também constituem um dos diferenciais atuais no segmento”, acrescenta Leite.

Ao comparar modelos rodoviários com RTs, o gerente descreve que os primeiros são caminhões-guindastes com chassi, motor diesel, transmissão, suspensão e sistema de freios preparados para o tráfego em vias, sendo equipados com duas cabines – uma de direção e outra de operação do guindaste.

“Já os segundos têm apenas uma cabine, são mais compactos e possuem melhor manobrabilidade, com capacidade de entrada em locais de difícil acesso e agilidade na obra”, descreve Leite.

DEMANDA

Dias, da Manitowoc, conta que há muitas variáveis a considerar para a especificação do modelo de guindaste mais apropriado a uma operação específica.

Isso inclui prazo e localização da obra, espaço disponível para montagem, condições de compactação do solo, obstáculos e interferências dentro do canteiro, além de carga total, raio e altura, entre outros fatores.

“Para auxiliar os clientes, dispomos de um aplicativo para celular que simula algumas dessas variáveis, indicando o melhor guindaste da frota para utilização na obra”, explica. “Nesse aplicativo, também há a opção de otimizar a quantidade de contrapesos, visando economizar em frete e transporte.”

Nessa mesma linha, Porto, da Liebherr, reforça a necessidade de se conhecer a fundo o local de içamento, antes de dimensionar o equipamento adequado, além das demais informações sobre as cargas que serão içadas.


Seleção exige avaliação de carga total, raio e altura, entre outros fatores

“É fundamental considerar fatores como dimensões, pesos, raios de atuação, alturas, áreas de acesso e obstáculos no giro 360°, assim como dimensões disponíveis para entrada e saída do guindaste, curvas, obstáculos, pressão de solo etc.”.

Já Leite, da Tadano, lembra que a maioria dos clientes do segmento conta com departamento de estudo de rigging, que coleta informações básicas como altura do içamento, dimensões da carga, raio entre o eixo do guindaste e o local em que a carga será içada, entre outras.

“Essas informações permitem definir a configuração da máquina e dos contrapesos, fundamentais para qualquer projeto”, ele comenta, destacando que os guindastes mais vendidos pela Tadano na América Latina são modelos ATs de 220 t e 250 t.

Por falar em vendas, os guindastes AT de fato estão entre os mais cotados no país, e não apenas pela Tadano, mas também pela maior parte dos principais fornecedores de soluções para içamento no Brasil.

Na Liebherr, por exemplo, essa configuração está entre os guindastes mais vendidos pela marca atualmente, até por contemplar mais modelos e dispor de elevada capacidade de carga, acompanhando a tendência de aplicação no país.

“São utilizados em obras de infraestrutura como construção e manutenção de parques eólicos, hidrelétricas, portos, aeroportos, papeleiras, refinarias, e projetos de mineração”, enumera Porto. “Neste ano, também já obtivemos boas vendas de RTs, mas a busca por ATs é dez vezes superior, proporcionalmente.”

Por sua vez, Leite destaca que a Tadano tem recebido pedidos de toda a América Latina para diferentes modelos, desde RTs de 13 t a 145 t até ATs e TCs (Truck Cranes) nas faixas de 75 t a 500 t de capacidade.

Já a Manitowoc espera que o ano seja semelhante a 2023, com histórico positivo particularmente no desenvolvimento das vendas de seminovos da marca.

Segundo Dias, a iniciativa alavancou as vendas de guindastes recondicionados e certificados no Brasil, reforçando a estratégia de foco no cliente, com aprimoramento da venda de peças e serviços não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.

As máquinas incluídas no programa apresentam poucos anos de uso, diz o especialista, passando por um processo de recondicionamento e recertificação dentro da própria Manitowoc.

“Oferecem o mesmo alto desempenho de quando atuavam em outros continentes”, garante. “A diferença é o custo mais baixo.”

O programa foi implementado recentemente para facilitar a comercialização no Brasil de guindastes seminovos provenientes da Europa e dos Estados Unidos, principalmente, sendo que a maioria das máquinas são GMKs (da sigla para Grove Mobilkran).

“No mercado brasileiro, a linha de guindastes AT Grove GMK é bem disseminada entre os usuários, tanto na linha de novos quanto de usados”, acentua o gerente, destacando que os guindastes de torre Potain também são populares no país, com uma frota expressiva em construções verticais e projetos mais pesados de infraestrutura.

Em relação ao mercado consumidor, dados levantados pela Sobratema em parceria com a Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) apontam que as empresas de locação são responsáveis por 90% a 95% das compras de gruas, guindastes e plataformas elevatórias no Brasil.

Nesse rol, o rental responde por uma parcela significativa do mercado de guindastes AT, alta explicada pelo fato de o segmento estar mais próximo das áreas onde ocorrem as demandas.

Além disso, as locadoras destinam essas máquinas para as indústrias eólica, de construção e energia, entre outras, ganhando espaço com a diversificação do mercado.


MERCADO
Guindastes AT mantêm a preferência nacional no segmento de içamento de cargas


Flexibilidade em diferentes tipos de projetosgarantem demanda para guindastes todo-terreno

O mercado brasileiro demonstra clara predileção por modelos de guindaste todo-terreno (AT) devido à flexibilidade e boa performance em diferentes tipos de projetos, especialmente em obras que demandam capacidades mais elevadas de carga.

No entanto, guindastes montados sobre caminhões (Truck Cranes) também têm vez, até pela praticidade e menor custo de aquisição.

“Essa é uma diferença marcante em relação ao mercado americano, por exemplo, onde observa-se uma grande demanda por guindastes sobre esteiras e para terrenos acidentados, que oferecem alta produtividade em projetos de infraestrutura”, assinala Luciano Dias, da Manitowoc.

No Brasil, os ATs são usados especialmente nos setores de óleo & gás, construção civil e, notoriamente, energia renovável – para construção e manutenção de torres eólicas.

O especialista também identifica uma procura crescente por guindastes sobre esteiras, destinados em boa parte à construção de torres eólicas, que já ultrapassam a marca de 5 mil estruturas instaladas no país.

“Os guindastes ATs dão apoio fundamental aos guindastes de esteira de grande porte que atuam nesse tipo de montagem", ressalta.


ENCOMENDA
XCMG Brasil entrega guindaste de 800 t para a Mamuth

Projetado especialmente para o mercado nacional, o modelo todo-terreno XCA800BR conta com 8 eixos direcionais (Kessler) e 6 eixos trativos, além de transmissão ZF de 12 marchas com retarder e pneus Michelin.

O equipamento pode operar com dois motores, sendo um Weichai (de 660 cv), usado para locomoção, e outro Mercedes (de 280 cv), para operação.


Projetado para o mercado nacional, guindaste
XCA800B conta com lança telescópica de sete sessões

A máquina é configurada com lança telescópica de sete sessões e extensões de 17 a 92 m.

“Por possuir wind power jib de 19,2 m a 36,2 m, esse equipamento permite operar com até 126,2 m de comprimento de lança”, diz Frederico de Oliveira, engenheiro da XCMG Brasil, destacando que a combinação de lança telescópica e jib fixo permite atingir até 135 m.

“Além disso, o luffing jib permite que o equipamento seja capaz de içar cargas até 154 m quando montado com o superlift.”


Saiba mais:

Liebherr:www.liebherr.com
Manitowoc:www.manitowoc.com/pt
Tadano:group.tadano.com/brazil/pt-br
XCMG:www.xcmg-america.com

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E