P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.275 - Julho 2023
Voltar
GUINDASTES

Bom momento para o segmento todo-terreno

Obras em parques eólicos, construção e energia atraem investimentos em equipamentos de grande porte, revitalizando um segmento que amargou anos de baixa demanda

A partir de 2016, o mercado de guindastes atravessou um momento de exceção no Brasil, com a curva de vendas em forte queda.

O problema, causado pela recessão econômica, atingiu não apenas os equipamentos do tipo todo-terreno (AT), mas boa parte do setor. A situação só começou a mudar em 2018, quando a demanda se tornou positiva e as vendas voltaram a crescer.

Entre 2020 e 2021, mesmo com a pandemia, o crescimento se manteve em parte motivado por um maior volume de obras, embora o setor já enfrentasse problemas de câmbio.

“Naquele período, as moedas estrangeiras acabaram disparando e, consequentemente, a elevação do euro e do dólar funcionou como um freio”, analisa Anilton Leite, gerente de vendas da Tadano Brasil, destacando que nos últimos dois anos o segmento de guindastes finalmente retomou um ritmo de crescimento mais consistente.

“Hoje, há demanda de maneira geral e cada setor faz investimentos com base em necessidades técnicas, comerciais e de prazo”, complementa.

Na avaliação de Alex Xiao, presidente da Sany do Brasil, nessa equação também deve ser considerado o fato de que projetos eólicos começaram a se multiplicar no país a partir de 2019.

“Essas obras justificaram novos investimentos em equipamentos de elevação de carga de grande porte, ao invés de modelos truck cranes”, diz Xiao, indicando que as máquinas AT passaram a ser fundamentais para trabalhos de maior porte, como montagem de pontes e sítios de mineração.

“Inclusive, a partir da retomada do mercado os clientes passaram a olhar de maneira diferente para os guindastes AT de origem chinesa”, comenta o executivo.

Antes dominado por marcas ocidentais, diz ele, o mercado brasileiro de guindastes começou a dar mais espaço aos equipamentos orientais.

“Primeiramente, isso ocorreu em um patamar até 250 t e, depois, passou para máquinas de 300 t a 650 t”, detalha Xiao. “Atualmente, temo


A partir de 2016, o mercado de guindastes atravessou um momento de exceção no Brasil, com a curva de vendas em forte queda.

O problema, causado pela recessão econômica, atingiu não apenas os equipamentos do tipo todo-terreno (AT), mas boa parte do setor. A situação só começou a mudar em 2018, quando a demanda se tornou positiva e as vendas voltaram a crescer.

Entre 2020 e 2021, mesmo com a pandemia, o crescimento se manteve em parte motivado por um maior volume de obras, embora o setor já enfrentasse problemas de câmbio.

“Naquele período, as moedas estrangeiras acabaram disparando e, consequentemente, a elevação do euro e do dólar funcionou como um freio”, analisa Anilton Leite, gerente de vendas da Tadano Brasil, destacando que nos últimos dois anos o segmento de guindastes finalmente retomou um ritmo de crescimento mais consistente.

“Hoje, há demanda de maneira geral e cada setor faz investimentos com base em necessidades técnicas, comerciais e de prazo”, complementa.

Na avaliação de Alex Xiao, presidente da Sany do Brasil, nessa equação também deve ser considerado o fato de que projetos eólicos começaram a se multiplicar no país a partir de 2019.

“Essas obras justificaram novos investimentos em equipamentos de elevação de carga de grande porte, ao invés de modelos truck cranes”, diz Xiao, indicando que as máquinas AT passaram a ser fundamentais para trabalhos de maior porte, como montagem de pontes e sítios de mineração.

“Inclusive, a partir da retomada do mercado os clientes passaram a olhar de maneira diferente para os guindastes AT de origem chinesa”, comenta o executivo.

Antes dominado por marcas ocidentais, diz ele, o mercado brasileiro de guindastes começou a dar mais espaço aos equipamentos orientais.

“Primeiramente, isso ocorreu em um patamar até 250 t e, depois, passou para máquinas de 300 t a 650 t”, detalha Xiao. “Atualmente, temos várias negociações em andamento para equipamentos de até 1.000 t.”


Locadoras impulsionam mercado nas indústrias eólica, de construção e de energia

Parcela importante desse bom momento no mercado de guindastes todo-terreno é proveniente do setor de locação, que atualmente responde por mais de 80% das vendas de equipamentos.

“Essa alta procura pode ser explicada pelo fato de que esse segmento está mais próximo de onde as demandas ocorrem”, argumenta Leandro Nilo de Moura, gerente de marketing da Manitowoc.

“Por sua vez, as locadoras aplicam muitas máquinas nas indústrias eólica, de construção e energia”, completa Rene Porto, gerente divisional de guindastes móveis sobre esteiras e pneus da Liebherr Brasil.

CARACTERÍSTICAS

Como o próprio nome diz, o principal diferencial do guindaste todo-terreno é que se trata de uma solução capaz de operar tanto em ambiente rodoviário quanto em áreas off-road. Além disso, os modelos AT apresentam extrema mobilidade, com a possibilidade de esterçar praticamente todos os eixos do equipamento.

Assim, posiciona-se de lado dentro da área de trabalho – o que é uma enorme vantagem desse tipo de máquina. Diferentemente do truck crane, o AT possui suspensão hidropneumática, que junto ao chassi mais robusto permite que a máquina se desloque com contrapeso.

“De fato, são equipamentos extremamente versáteis, que apresentam capacidades de carga bastante variáveis”, ressalta Porto.

A relação de características únicas inclui um versátil sistema de direção, que – como citado acima – movimenta todas as rodas simultaneamente, assim como um sistema de nivelamento de eixos para melhorar a dirigibilidade.


Máquinas são essenciais na instalação de componentes de grande volume e extremamente pesados

Esse tipo de guindaste conta ainda com lança telescópica potente e longa, capaz de atingir grandes alturas de trabalho.

“A flexibilidade é uma das principais características desses equipamentos”, prossegue o gerente da Liebherr. “Com extensões de treliça, jibs dobráveis, treliçados fixos e basculantes, podem ser configurados para todas as aplicações em um curto espaço de tempo.”

No Brasil, o mercado oferece guindastes AT na faixa de 40 t a 1,2 mil t de capacidade, com quantidade variável de eixos. “A máquina de cinco eixos atende à faixa de 130 t a 250 t, enquanto a de seis eixos tem capacidade de 300 t a 400 t e a de sete eixos consegue lidar com 450 t”, detalha Leite.

Evidentemente, cada um desses equipamentos é mais indicado para determinado tipo de aplicação. “Os modelos de três e quatro eixos são muito utilizados em projetos rápidos em cidades e manutenções de edifícios, que têm pouco espaço”, exemplifica Moura.

Segundo os especialistas, os guindastes AT de 40 t a 45 t são específicos para remoção industrial e trabalhos de manutenção indoor. “Por ser bastante compacta, essa máquina pode entrar onde equipamentos médios não conseguem”, detalha Leite.

Acima dessa faixa, os guindastes de 100 t (de quatro eixos) exercem funções do tipo “taxi crane”, executando diferentes serviços em locais bem variados. Por sua vez, as máquinas de 220 t e 250 t atuam com frequência nas áreas de mineração, óleo & gás e infraestrutura.

“São máquinas bastante utilizadas em paradas de manutenção da Petrobras, por exemplo”, completa o executivo da Tadano.

Aliás, os equipamentos maiores, de 400 t, também são indicados para paradas de manutenção em diversos tipos de fábricas, além de serviços pesados de infraestrutura.

Já os guindastes AT de 500 t atuam preferencialmente em setores como energia eólica e infraestrutura, assim como paradas de manutenção em refinarias e petroquímicas, enquanto os modelos de 750 t a 1,2 mil t são mais utilizados na montagem e manutenção de torres eólicas.

Em geral, os guindastes AT acima de 400 t são direcionados para aplicações de montagem de torres, geradores e pás em parques eólicos.

“Devido à excepcional capacidade de carga, essas máquinas são essenciais para a instalação de componentes complexos, de grande volume e extremamente pesados”, aponta Xiao, destacando nesse rol trabalhos com alturas superiores a 100 m em projetos de energia eólica.

Inclusive, o setor energético é atualmente um dos principais consumidores de guindastes AT, absorvendo em torno de 40% do volume de vendas de produtos acima de 250 t. “Em seguida, com 30%, vem a indústria de óleo & gás para atividades onshore, incluindo montagem e desmontagem de equipamentos de grande porte em canteiros de perfuração, produção e mineração”, diz Xiao.

“Os setores de infraestrutura e construção respondem pelos demais 30%, com destaque para montagem de pontes, gruas e estruturas metálicas.”

SISTEMAS

O mercado de guindastes AT tem evoluído constantemente e, com isso, novas tecnologias são incorporadas para melhorar o desempenho dos equipamentos.

Os modelos da Tadano, por exemplo, contam com computadores de alta capacidade de processamento e operação. “Esse sistema verifica centenas de parâmetros de sensores instalados na máquina, exibindo essas informações no painel de controle”, comenta Leite.

Outro destaque é a telemática, que disponibiliza uma série de dados por meio da internet, como histórico de trabalho, posição da máquina e alarmes de falhas e de sobrecarga.


Sistemas eletrônicos aprimoram operações com guindastes AT em locais mais estreitos

“Já o Surround View é composto por câmeras posicionadas em diversas áreas do equipamento para eliminar pontos cegos, enquanto o E-Pack é uma solução elétrica que permite que a máquina funcione com motor a diesel desligado”, acrescenta.

A Liebherr também disponibiliza recursos exclusivos para tornar a operação dos guindastes AT ainda mais versáteis. É o caso dos sistemas VarioBase, que permite o patolamento variável em locais com restrição de acesso e/ou espaço, e VarioBallast, que possibilita a configuração variável do contrapeso, para operações em que o raio do contrapeso precisa ser alterado.

“Outro destaque é o computador de bordo Liccon, um sistema de controle e monitoramento em tempo real de funções como posicionamento e movimento da lança, capacidade de carga e estabilidade”, enumera Porto.

Na Manitowoc, os equipamentos têm diferenciais como o MAXbase, um sistema de configuração variável dos estabilizadores para operações em locais mais estreitos.

“Com os novos computadores, são efetuados milhares de cálculos por segundo para que o guindaste obtenha a tabela de carga mais apropriada, garantindo eficiência e segurança”, comenta Moura, destacando ainda o sistema patenteado Twin-Lock, que diferencia os modelos Grove GMK.

“Com uma estrutura robusta, compacta e eficiente, esse sistema trava a lança em posicionamento pré-definido, resultando em um projeto de construção leve para essa parte do equipamento”, detalha.

Já o Crane Control System (CSS) é um sistema de controle rápido e intuitivo, presente em quase todos os modelos Grove GMK. “Por trás dele há um hardware de alta eficiência e grande capacidade de memória”, assegura Moura. “O usuário extrai várias informações pela porta USB, tornando-se útil também para a gestão de frotas.”

Com capacidade entre 350 t e 800 t, os guindastes AT da linha SAC, da Sany, também apresentam características que prometem benefícios significativos aos clientes. Entre esses recursos, destacam-se contrapesos e superlift intercambiáveis.


Recursos atuais permitem que a máquina funcione com motor a diesel desligado

“Isso resulta em uma economia no transporte, por ajustar a configuração de mais de um equipamento, trabalhando em conjunto na obra e de acordo com as necessidades específicas do projeto”, afirma Xiao. “Tudo isso sem a necessidade de transporte adicional de contrapesos e de acessórios.”

Outro destaque é a presença de uma lança telescópica de grande extensão, que oferece flexibilidade em pacotes de seções parciais – o que reduz os custos de mobilização e desmobilização.

“Em vez de desmontar completamente o guindaste após cada trabalho, a máquina pode ser ajustada para trabalhar com seções parciais da lança, economizando tempo e recursos no processo”, diz Xiao, lembrando que os equipamentos contam com um sistema de contrapeso com três posições de ajuste.

“Essa flexibilidade otimiza o equilíbrio e a estabilidade do guindaste de acordo com a carga e as condições específicas do local de trabalho, melhorando a eficiência operacional”, conclui.


LEGISLAÇÃO
Regras regulam transporte de guindastes AT no país


Resolução do Contran
estabelece limites de pesos e dimensões para transporte dos equipamentos

Existem regras que estabelecem limites para o transporte de guindastes AT em rodovias, de modo a garantir a segurança e possibilitar uma logística eficiente.

“A resolução 882 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) estabelece limites de pesos e dimensões para caminhões e ônibus”, relembra Leandro Moura, da Manitowoc.

Para guindastes AT, a resolução inclui regras como limite de 12 t por eixo, comprimento de 14 m (podendo chegar a 19,8 m), altura de 4,4 m e largura de até 2,6 m para faixas regulares de trânsito, entre outras medidas. Essas exigências começaram a valer em janeiro de 2022.

“Com a permissão de carga por eixo, uma máquina de cinco eixos pode sair da garagem com até 60 t, mesmo que a capacidade técnica do equipamento seja maior”, comenta Anilton Leite, da Tadano.

Saiba mais:
Liebherr:
www.liebherr.com.br
Manitowoc: www.manitowoc.com/pt
Sany do Brasil: https://sanydobrasil.com
Tadano: https://tadanoamericas.com

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E