O crescimento do mercado brasileiro de equipamentos para construção tem impulsionado um processo de amadurecimento do setor, revelado pelo comportamento dos usuários em utilizar modelos cada vez mais adequados a cada aplicação, para obter maior eficiência e produtividade em suas operações. Essa tendência, já constatada na M&T Expo 2009, se refletiu na diversificação da frota em operação no país nos últimos anos, com a popularização de modelos até então pouco utilizados nos canteiros de obras.
Se as plataformas aéreas de trabalho, os manipuladores telescópicos e máquinas compactas, como minicarregadeiras e miniescavadeiras, figuraram como uma tendência de mercado na última edição da feira, em 2012, eles já podem ser considerados como algo consolidado e oferecido por diversos fabricantes. A tendência, agora, aponta para outras soluções.
Em um mercado cada vez mais preocupado com o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade nos canteiros de obras, a escavadeira hidráulica HB205-1, exposta no estande da Komatsu, figura provavelmente como uma das inovações mais interessantes na
O crescimento do mercado brasileiro de equipamentos para construção tem impulsionado um processo de amadurecimento do setor, revelado pelo comportamento dos usuários em utilizar modelos cada vez mais adequados a cada aplicação, para obter maior eficiência e produtividade em suas operações. Essa tendência, já constatada na M&T Expo 2009, se refletiu na diversificação da frota em operação no país nos últimos anos, com a popularização de modelos até então pouco utilizados nos canteiros de obras.
Se as plataformas aéreas de trabalho, os manipuladores telescópicos e máquinas compactas, como minicarregadeiras e miniescavadeiras, figuraram como uma tendência de mercado na última edição da feira, em 2012, eles já podem ser considerados como algo consolidado e oferecido por diversos fabricantes. A tendência, agora, aponta para outras soluções.
Em um mercado cada vez mais preocupado com o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade nos canteiros de obras, a escavadeira hidráulica HB205-1, exposta no estande da Komatsu, figura provavelmente como uma das inovações mais interessantes na M&T Expo 2012. Dotado de acionamento diesel/elétrico, o equipamento foi apresentado como a primeira solução comercialmente viável para essa tecnologia no país, reproduzindo o pioneirismo da empresa em conseguir oferecer aos clientes japoneses, europeus e norte-americanos um modelo híbrido como produto de linha.
A HB205-1 reproduz a experiência da Komatsu em outros mercados internacionais, contando com um sistema híbrido composto por um motor gerador elétrico que transforma em energia elétrica a energia dissipada durante a desaceleração do giro do carro. Essa energia, armazenada em bancos de capacitores, auxilia o motor a diesel nos picos de demanda de potência, proporcionando uma economia de até 25% no consumo de combustível e sensível redução na emissão de gases poluentes.
Segundo a fabricante, os ganhos operacionais e ambientais também se devem ao fato de que o motor a diesel sempre trabalha em regime de marcha lenta, mesmo quando a operação exige maior torque e potência. Toda a operação pode ser acompanhada da cabine a partir de um indicador de fluxo instalado no painel de controle da máquina.
Usinas menos poluentes
As preocupações com o consumo energético e a sustentabilidade da operação também marcam o desenvolvimento da nova geração de usinas de asfalto, conforme explica Clauci Mortari, diretor comercial da Ciber. “O consumo de combustível foi reduzido de 10 l/t produzida, nos modelos fabricados na década de 1970, para 5 t/l nas usinas atuais, que também diminuíram pela metade e emissão de poluentes.” Ele ressalta que a evolução dos filtros de manga também contribuiu para diminuir a emissão de materiais particulados a índices praticamente desprezíveis nas modernas usinas de asfalto.
Segundo Mortari, esses equipamentos foram inicialmente desenvolvidos para atingir uma vida útil de 20 anos, mas as exigências relacionadas à economia de combustível e às demandas por novas misturas asfálticas têm diminuído esse ciclo pela metade. “No Brasil, as concessionárias de rodovias contribuíram significativamente para esse processo de modernização ao estimularem o uso de tecnologias voltadas à maior durabilidade do pavimento, como os asfaltos modificados por polímero, o asfalto borracha e as misturas mornas (WMA), entre outras”, ele afirma.
Pertencente ao grupo alemão Wirtgen, a empresa fabrica usinas de asfalto há 54 anos, inclusive para exportação ao mercado externo, em modelos de 50 a 150 t/h de capacidade de produção. Além disso, ela também comercializa no Brasil outros equipamentos fabricados pelas demais empresas do grupo, como os rolos compactadores da Hamm, as vibroacabadoras da Vögele, as fresadoras e recicladoras de asfalto da Wirtgen e os britadores móveis da Kleemann.
Essa última linha, aliás, também é apontada pelo executivo como uma tendência, voltada à maior flexibilidade nas operações de mineradoras, pedreiras e produção de agregados para construção civil. Ele avalia que o país já consome de 80 a 100 unidades por ano de britadores móveis, um volume relevante para um mercado que demanda anualmente cerca de 300 instalações de britagem fixa. “Completando a lista de tendências, também há uma recuperação no segmento de usinas de asfalto gravimétricas, que têm aplicação muito específica.”
Facilitando a montagem
Atenta a essa tendência, a Terex lançou durante a M&T Expo 2012 uma usina de asfalto gravimétrica montada sobre esteiras. Segundo George Ellis, presidente global da divisão de construção da Terex, a SB150HM reúne a flexibilidade das usinas móveis de fluxo contínuo tradicionalmente comercializadas no mercado brasileiro, com a elevada precisão dos modelos gravimétricos. “Apostamos em uma recuperação acelerada dos projetos de obras rodoviárias no país, o que justifica seu lançamento”, ele afirma.
O equipamento possui dois módulos na sua versão básica e três na versão completa com os opcionais, excluindo a tancagem, cuja configuração varia de acordo com a necessidade de cada cliente. De acordo com Ellis, seu principal diferencial é a facilidade de montagem, que dispensa a utilização de guindaste de alta capacidade de carga, reduzindo o tempo de instalação em até 10 dias quando comparada com as usinas gravimétricas fixas.
De acordo com o executivo da Terex, essa usina de asfalto pode ser equipada com agitadores e um sistema de tubulação para trabalhar com asfalto convencional, com asfalto modificado por polímeros e também na produção de misturas mornas (WMA). A sua produtividade é de 120 a 150 t/h, dependendo do tipo de material processado.
A Ticel, outra fabricante de usinas de asfalto presente na feira, também destacou a flexibilidade proporcionada pelos equipamentos móveis, que, no caso do modelo apresentado em seu estande, do tipo contrafluxo, não representa uma novidade. O ineditismo na usina CF260 é que ela figura como a maior instalação do tipo contrafluxo portátil já produzida na América Latina.
Com capacidade para produzir 260 t/h de massa asfáltica, o equipamento é montado sobre quatro conjuntos móveis, sendo uma carreta para os dosadores quíntuplos, outra para o conjunto secador contrafluxo, uma terceira para o sistema de filtros de ar a seco e uma quarta para os silos de armazenagem. Com essa configuração, a empresa ressalta que o equipamento proporciona rapidez na montagem e alta qualidade na produção dos mais diferentes tipos de massas asfálticas.
Máquinas mais simples
Em meio a tantas inovações tecnológicas, a chinesa SDLG aposta na oferta de equipamentos com menos conteúdo eletrônico para atender os clientes com modelos de simples operação e manutenção. Esse conceito, batizado pela empresa de “simple tech”, revela uma estratégia voltada para clientes com menor capacidade financeira para investimentos na frota, que tradicionalmente adquirem seus equipamentos no mercado de usados.
A empresa, pertencente ao grupo Volvo, já vem operando dentro desse conceito no país há três anos, período no qual conquistou uma fatia significativa do mercado de pás carregadeiras. O foco da SDLG, nesse caso, são as construtoras e locadoras de pequeno porte, depósitos de materiais de construção, propriedades rurais, concreteiras e demais empresas que operam com movimentação de materiais em pátios. Durante a M&T Expo 2012, entretanto, ela anunciou a intenção de ampliar ainda mais essa linha de atuação com o lançamento de uma família de escavadeiras hidráulicas, destinada ao mesmo perfil de clientes
A nova linha de máquinas, que também segue a filosofia “simple tech”, é composta por quatro modelos de escavadeiras, da classe de 13 t a 24 t de peso operacional, que contam respectivamente com motor de 93 HP a 180 HP de potência e operam com caçambas de 0,75 m³ (no menor modelo da linha) a 1,45 m³ (no maior modelo). Além da SDLG, outro fabricante chinês que segue o mesmo conceito voltado para os equipamentos mais simples é a SEM, que também ampliou sua linha de produtos durante a M&T Expo 2012 (veja quadro na pág. 46).
Sem reinventar a roda
A opção por máquinas robustas e com menor conteúdo tecnológico, entretanto, não é uma exclusividade dos fabricantes oriundos da China. A canadense Skyjack, que produz plataformas aéreas de trabalho, também aposta nesse conceito como forma de facilitar a manutenção de seus produtos e a logística de peças de reposição, diminuindo o tempo de máquina parada (downtime) para o cliente. “Conseguimos tornar o complexo em algo mais simples por meio de um atalho que é a redução da eletrônica”, pontua Adriano Battazza, diretor de vendas da Skyjack para a América Latina. “Isso aumenta a confiabilidade do equipamento, que apresenta um índice de falhas bem menor.”
A empresa, que acaba de iniciar as operações no país, conta com um centro de distribuição de peças em Indaiatuba (SP) e pretende focar as atividades comerciais na venda direta para locadores de grande a pequeno porte. “Nos Estados Unidos, a Skyjack é bem-sucedida no atendimento aos grandes grupos, como a United Rentals, mas mantém um relacionamento muito estreito com as locadoras regionais e familiares, denominadas de mon-and-pop”, diz Battazza. “Pretendemos reproduzir essa mesma linha de atuação no Brasil”, ele complementa.
O atendimento também é uma das prioridades nos planos de investimento da empresa. No centro de distribuição de peças da América do Norte, Battazza conta que a Skyjack consegue atender prontamente um índice de 99% dos pedidos, o que o desafia a repetir esse desempenho no Brasil. “Sabemos como é difícil atingir essa sintonia fina, mas esperamos alcançar um índice acima de 90% já no primeiro ano de operação”, diz ele.
Controlada pela Linamar Corporation, fabricante global de autopeças, a Skyjack produz todos os seus equipamentos no Canadá. Na M&T Expo, um de seus primeiros passos para apresentação ao público latino-americano, a empresa expôs seis máquinas de diferentes modelos. Segundo Battazza, um dos destaques da linha é a SJIII 3226, uma plataforma elétrica tipo tesoura com 26 pés de alcance e 2,3 m de largura.
“Sem dúvida, trata-se de um dos modelos mais leves de sua classe, que oferece extensão da plataforma de até 0,9 m e pode ser conduzida com a plataforma na altura máxima.” O equipamento atinge uma altura de 7,9 m e o tempo de elevação da sua plataforma é de 56 s. Além disso, ele opera com inclinação de até 30%, tendo 227 kg de capacidade de carga e uma largura de plataforma de 2,1 m.
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