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Revista M&T - Ed.227 - Setembro 2018
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Tendências

O futuro das máquinas autônomas

Especialista traça um cenário em que equipamentos sem tripulantes, conectados e elétricos abrem novas perspectivas para um transporte mais seguro e eficiente
Por Mike Schmidt

Uma trinca de tendências tecnológicas está prestes a transformar completamente o modo com o qual o mundo imagina os veículos, as máquinas e os equipamentos do futuro. E a questão não é se essas tendências alcançarão maturidade suficiente para causar uma disruptura na indústria em sentido amplo, mas de quando elas irão mudar fundamentalmente o modo com que as pessoas, os bens e os materiais são transportados de um lugar a outro.

Com o tempo, essas três tendências disruptivas – automação, conectividade e eletrificação – estão constantemente ganhando impulso. E o ponto de partida para os fabricantes depende de sua habilidade para entender como essas tendências irão crescer e evoluir nos próximos anos, assim como o modo com o qual serão incorporadas à oferta dos equipamentos pesados do amanhã. “Temos a po


Uma trinca de tendências tecnológicas está prestes a transformar completamente o modo com o qual o mundo imagina os veículos, as máquinas e os equipamentos do futuro. E a questão não é se essas tendências alcançarão maturidade suficiente para causar uma disruptura na indústria em sentido amplo, mas de quando elas irão mudar fundamentalmente o modo com que as pessoas, os bens e os materiais são transportados de um lugar a outro.

No futuro, tecnologias como o platooning irão elevar a segurança e a capacidade de transporte, diz especialista

Com o tempo, essas três tendências disruptivas – automação, conectividade e eletrificação – estão constantemente ganhando impulso. E o ponto de partida para os fabricantes depende de sua habilidade para entender como essas tendências irão crescer e evoluir nos próximos anos, assim como o modo com o qual serão incorporadas à oferta dos equipamentos pesados do amanhã. “Temos a possibilidade de uma disrupção inteligente na indústria”, diz Torbjörn Holmström, conselheiro sênior do Grupo Volvo. “Isso é muito, mas muito óbvio agora. Essas tendências já estão em um nível tão maduro atualmente que nos próximos cinco a dez anos fatalmente veremos a disrupção tecnológica chegar com tudo.”

De fato, o mundo está mudando muito rapidamente. As cidades estão crescendo cada vez mais, enquanto as populações continuam a aumentar com o tempo. Com isso, a necessidade de soluções de transporte melhores – e mais inteligentes – também é crescente. Este é o objetivo máximo de um grupo de indústrias que está trabalhando para tornar isso realidade. Como Holmström destacou durante o Seminário de Segurança de Produto e Conformidade da AEM (Associação dos Fabricantes de Equipamentos, da sigla original em inglês) deste ano, a conectividade e a eletrificação podem ajudar a atingir a meta.

PROJEÇÃO

Imagine o seguinte cenário. Fora de uma grande cidade, uma frota de caminhões basculantes e semirreboques autônomos são operados em segurança dentro de áreas confinadas. Eles são reabastecidos de energia ao mesmo tempo em que os materiais destinados a uma obra são carregados, enquanto um operador se posiciona para conduzir o comboio conectado por estradas abertas.

O sistema de transporte do comboio é ativado por meio de uma plataforma integrada em nuvem – conectando veículos, pessoas e infraestrutura. Sensores detectam movimentos circundantes e reagem automaticamente a potenciais incidentes, garantindo segurança e prevenindo acidentes antes que ocorram.

Silenciosamente, com os veículos de emissão zero seguindo em “plattoning” (pelotão), a eficiência e a capacidade de transporte podem ser significativamente melhorados. Além disso, uma profusão de novas oportunidades para cidades e infraestrutura urbana planejada se tornaria disponível. “Este é o futuro definido por veículos autônomos, conectados e elétricos”, diz Holmström.

As emissões zero e o baixo ruído também permitirão que uma escavadeira compacta elétrica acesse áreas ambientais. Então, imagine agora uma cidade silenciosa e livre de emissões localizada em um mundo mais limpo, seguro e eficiente em termos de recursos, que surgirá graças à junção de automação, conectividade e eletrificação, atuando em sintonia umas com as outras para melhorar a eficiência, produtividade e – talvez ainda mais importante – a segurança. “Este é o caminho que vemos para o futuro que se aproxima”, disse Holmström. “Normalmente, nossas companhias apenas desenvolvem e colocam ofertas no mercado, tentando ficar caladas sobre o que estamos fazendo. Mas como as coisas estão indo, haverá cada vez mais regulação. Então, precisamos pensar antecipadamente, talvez de cinco a dez anos, para que todos entendam o que está por vir.”

INDÚSTRIA

De acordo com o conselheiro sênior, as tecnologias disruptivas e seus efeitos potenciais na indústria têm sido um foco estratégico para a Volvo há anos. A empresa tem respondido ao desafio com esforços no desenvolvimento de produtos, incluindo a construção de bases para um sistema de transporte de cargas apto a levar a atividade para o próximo nível, tornando-se totalmente autônomo.

Ademais, a Volvo também vem testando a hibridização de sistemas de recarga e escavadeiras totalmente elétricas, assim como caminhões totalmente autônomos e elétricos. “Estamos falando sobre engrenagens, frenagem e controle de motores automatizados, sistema de direção eletrificada, sensores ultrassônicos e radares, assim como novas capacidades computacionais das quais dependemos em absoluto”, disse Holmström.

Esse desenvolvimento contínuo da capacidade computacional, assim como a forma com que a informação é transferida via “nuvem” dos equipamentos para a infraestrutura e vice-versa, é um ponto crítico para a evolução do transporte. De acordo com o especialista, a indústria vem explorando o conceito de conectividade de veículos para determinar a melhor forma de abordar a comunicação de alta velocidade entre ativos durante anos.

Atualmente, a tecnologia permite que aproximadamente de 30 a 40 computadores trabalhem em conjunto e transfiram dados importantes das máquinas a taxas realmente incríveis de velocidade, sendo ainda capazes de conectar as unidades à nuvem, proporcionando total visibilidade da máquina, além de proverem informações sobre a sua localização e o espaço ao redor. “Hoje, já contamos com monitoramento do tempo de atividade de veículos carregados”, comentou Holmström. “Também monitoramos continuamente os veículos para verificar se há códigos de falhas ou qualquer outro problema, inclusive alertando os proprietários sobre os serviços necessários. Na infraestrutura que estamos construindo, fazemos isso diariamente com nossas máquinas.”

Equipamentos autônomos podem levar a atividade a um novo nível de produtividade

FUTURO

Então, o que o futuro nos reserva? De acordo com Holmström, veículos totalmente autônomos trabalhando em áreas confinadas e em conjunto com escavadeiras e caminhões, em um bem-organizado sistema, se tornarão a norma mais cedo do que se imagina.

As formas com que os bens e as pessoas são transportados estão passando por uma significativa mudança de paradigma, que irá impulsionar uma série de indústrias a um futuro definido por sistemas altamente eficientes e integrados, conectando infraestrutura e veículos inteligentes. Como resultado, as fabricantes OEM e as sistemistas estão pesquisando continuamente e desenvolvendo novas e melhores soluções, de modo a atender melhor as necessidades dos clientes e da sociedade como um todo.

Em síntese, as pesquisas em automação, conectividade e eletrificação constituem apenas um exemplo de como a indústria está direcionando a evolução das máquinas, sendo que o conhecimento acumulado permitirá o desenvolvimento de funcionalidades que trarão mais eficiência, produtividade e segurança ao setor.

Conectados à nuvem, pessoas, máquinas e parceiros logísticos serão interligados a qualquer momento, não importa onde eles estejam. E as máquinas totalmente autônomas estão chegando – inicialmente, em áreas confinadas, mas mais tarde também em espaços públicos. Segundo Holmström, isso fará com que todos se tornem ainda melhores. “Não se trata da tecnologia por si mesma”, afirmou. “Mas sim sobre como o desenvolvimento tecnológico pode de fato beneficiar os clientes e a sociedade.” / Tradução: MJ

*Mike Schmidt é consultor da AEM (Association of Equipment Manufacturers).

Saiba mais:

AEM: www.aem.org

Volvo: www.volvo.com

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