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Revista M&T - Ed.77 - Jun/Jul 2003
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ENTREVISTA

JÜRGEN FLEMMING, o alemão que saiu do frio.

O sempre discreto diretor superintendente da Liebherr Brasil fala pela primeira vez da evolução e dos planos da fábrica brasileira e de sua estratégia no atendimento aos usuários da marca na América Latina.

O jovem Jürgen Flemming sentia-se incomodado com sua cidade natal, Berlim, dividida pelos muros da Guerra Fria. Estudante de engenharia, acompanhou o pai, engenheiro mecânico, que assumira na distante Indonésia um cargo diretor em uma mineração de estanho. Em uma estada que se prolongou por quatro anos, descobriu um país “gostoso, quente e bonito”. Na volta a Berlim, o muro ainda estava lá e, nos rigores do inverno, em novembro, o frio propriamente dito. Foi o bastante para Jürgen Flemming prometer a si mesmo procurar um lugar ao sol, de preferência nos trópicos. Concluiu o curso, mas o primeiro emprego foi decepcionante nesse aspecto. Engenheiro mecânico como o pai, trabalhou por 10 anos na Suíça, na maior construtora predial daquele país, a Gõhner AG. Lá tomou contato com o mundo das máquinas de construção, mas a antiga promessa não lhe saia da cabeça. Tanto persistiu que se lhe abriram três oportunidades “quentes”: a Indonésia, o Irã e o Brasil. Decidiu- se pelo mais tropical de todos, embora os dois outros destinos, à época, fossem igualmente promissores. Já casado e pai de dois filhos, com três e sete anos, desembarcou por aqui em 1978 na condição de diretor técnico da Liebherr Brasil, em Guaratinguetá (SP), que iniciara atividades três anos antes. “Foi uma escolha feliz. Meus filhos se formaram por aqui e hoje são mais brasileiros do que alemães. Eu, de minha parte, vou ficar por aqui, sem dúvida. Alemanha, só para visitai', fazer compras e tomar cerveja”. Esse último item, aliás, pode não ser decisivo. Flemming se rendeu recentemente ao sabor da cerveja Bohemia, fabricada no Brasil pela AmBev.


O sempre discreto diretor superintendente da Liebherr Brasil fala pela primeira vez da evolução e dos planos da fábrica brasileira e de sua estratégia no atendimento aos usuários da marca na América Latina.

O jovem Jürgen Flemming sentia-se incomodado com sua cidade natal, Berlim, dividida pelos muros da Guerra Fria. Estudante de engenharia, acompanhou o pai, engenheiro mecânico, que assumira na distante Indonésia um cargo diretor em uma mineração de estanho. Em uma estada que se prolongou por quatro anos, descobriu um país “gostoso, quente e bonito”. Na volta a Berlim, o muro ainda estava lá e, nos rigores do inverno, em novembro, o frio propriamente dito. Foi o bastante para Jürgen Flemming prometer a si mesmo procurar um lugar ao sol, de preferência nos trópicos. Concluiu o curso, mas o primeiro emprego foi decepcionante nesse aspecto. Engenheiro mecânico como o pai, trabalhou por 10 anos na Suíça, na maior construtora predial daquele país, a Gõhner AG. Lá tomou contato com o mundo das máquinas de construção, mas a antiga promessa não lhe saia da cabeça. Tanto persistiu que se lhe abriram três oportunidades “quentes”: a Indonésia, o Irã e o Brasil. Decidiu- se pelo mais tropical de todos, embora os dois outros destinos, à época, fossem igualmente promissores. Já casado e pai de dois filhos, com três e sete anos, desembarcou por aqui em 1978 na condição de diretor técnico da Liebherr Brasil, em Guaratinguetá (SP), que iniciara atividades três anos antes. “Foi uma escolha feliz. Meus filhos se formaram por aqui e hoje são mais brasileiros do que alemães. Eu, de minha parte, vou ficar por aqui, sem dúvida. Alemanha, só para visitai', fazer compras e tomar cerveja”. Esse último item, aliás, pode não ser decisivo. Flemming se rendeu recentemente ao sabor da cerveja Bohemia, fabricada no Brasil pela AmBev. Outra iguaria de que não abre mão — o ganso — que, inclusive, já lhe causou algum embaraço na alfândega brasileira, também não é problema, pois agora ele próprio cria a ave em sua fazenda no interior de São Paulo.

Nesta entrevista exclusiva à revista M&T - Manutenção & Tecnologia, o hoje diretor superintendente da Liebherr Brasil faz um balanço dos últimos 25 anos de atividades, de uma empresa criada inicialmente para atender ao “boom” de guindastes na indústria naval e que, depois, diversificou-se em várias linhas de produtos - de guindastes off shore e para construção civil, a escavadeiras, tratores, betoneiras e pás-carregadeiras. “Não foram tempos muito fáceis, mas aprendemos muito no relacionamento diário com nossos clientes e soubemos mudar de curso quando necessário. Hoje, a empresa está consolidada e o nosso grande desafio é ampliar as exportações para toda a América Latina e desenvolver projetos específicos para a região. Queremos também ser reconhecidos como uma empresa brasileira, o que efetivamente somos”.

Revista M&T: Como era o Brasil quando o senhor chegou por aqui. Quais eram os planos que o diretor técnico da Liebherr trazia na bagagem?
Flemming: Era uma época totalmente diferente. O Brasil não era tão desenvolvido como atualmente, e a Liebherr Brasil não fabricava nada para movimentação de terra, apenas guindastes navais. Foi um grande negócio na época e eu não imaginava que iríamos fabricar no futuro escavadeiras e betoneiras. A fábrica foi construída para atender a marinha mercante. As primeiras 20 unidades foram fabricadas ainda na Alemanha. Depois, no Brasil, fabricamos mais de 330guindastes navais.

Revista M&T: Esse “boom” não durou indefinidamente. Os estaleiros ainda hoje se ressentem dos efeitos da crise. Qual foi o passo seguinte da Liebherr?
Flemming: O mercado de guindastes navais acabou - não existe mais. Naquela época, o caminho natural foi o de passarmos a fornecer guindastes para a construção civil. Tínhamos uma linha completa, de 30 metros/ toneladas até 1000metros/toneladas e nos tornamos o maior produtor nacional. Esses guindastes foram utilizados em grandes obras, do prédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a grandes hidrelétricas. Chegamos a receber o pedido, depois cancelado, de um guindaste de 4000 metros/toneladas para a Usina Nuclear III de Angra dos Reis - era o maior guindaste civil Liebherr em nível mundial. E um mercado onde ainda hoje atuamos e só não fabricamos mais no Brasil por uma questão de escala.

Revista M&T: Em que momento e com qual máquina a Liebherr entrou no mercado de movimentação nos segmentos de construção e mineração?
Flemming: O nosso foco inicial foram equipamentos de grande porte para a mineração. Em 1995, fornecemos para a Mineração Rio do Noite (MRN) quatro unidades da escavadeira elétrica R991 (160 t). Era um projeto da Liebherr França, mas com índice de nacionalização de 85% (incluindo motor elétrico. redutores e material rodante). Hoje. eles trabalham com a R994. que é diesel. mas bem maior, para 230 toneladas. Na sequência, começamos a desenvolver escavadeiras de menor porte, também para a construção civil — primeiro a R942 (351). a atualR944. em versão mais moderna, com mais eletrônica e potência. Depois, a R974 e a R954. A R974 acabou dando origem a uma máquina menor e mais adequada ao mercado brasileiro, a R964. Todas essas máquinas estão ainda hoje funcionando normalmente e em muitas fizemos já a segunda reforma. Temos máquinas R974 com 40.000 horas operando.

Revista M&T: 0 projeto de uma máquina concebida para o mercado europeu, por exemplo, tem que ser adequado para operação em um país como o Brasil, que inclusive é bastante diversificado em termos de clima?
Flemming: A Liebherr é um grupo que trabalha em nível mundial. Nós não fazemos uma máquina paia a Europa ou outro grande mercado. Sempre nossas máquinas podem trabalhar no mundo inteiro: tanto a 50 graus abaixo de zero, quanto em 50 graus acima.

Revista M&T: Os alemães na matriz da Liebherr entendem bem as necessidades do usuário brasileiro ou ainda se surpreendem? O empreiteiro daqui é igual ao empreiteiro de qualquer outro lugar?
Flemming: Nós e a Liebherr na Europa aprendemos que uma máquina aqui no Brasil é usada muito mais do que na Europa. Lá. eles trabalham geralmente oito horas por dia. Eu sei de casos em que uma máquina R994. de mais de200 toneladas, só trabalha 6horas por dia. No Brasil, as máquinas chegam a trabalhar 24 horas por dia. Nos nossos contratos fullService temos que estabelecerem contrato um número determinado de horas, normalmente durante a noite, para fazermos a manutenção necessária. Isso é muito simples de entender: o dinheiro no Brasil é muito caro. Em comparação com a Europa e Estados Unidos. Então, aqui quem investe em um equipamento. tem que trabalhar o maior tempo possível para ter um retorno sobre o investimento.

Revista M&T: Muitos comentam que a Liebherr não foi muito bem sucedida com sua linha de tratores de esteira. Tanto que sua produção foi descontinuada. O que há de verdade nisso?
Flemming: O problema da nossa máquina é que ela é hidrostática e. com isso. se tem muito mais condições de comando. Por exemplo, com essa máquina é possível girar no ponto (uma esteira vai para frente e outra vai para trás). Isso é muito útil em determinadas operações, mas quando você faz isso dentro de uma pedreira e rápido demais, pode-se danificara máquina. A nossa máquina é muito moderna, com acionamentos muito bons. Ela foi usada em locais inadequados para uma máquina deste tipo. Por isso, ocorreram problemas na translação, nas esteiras. A experiência brasileira, no entanto, foi de grande valia e o equipamento incorporou vários avanços e hoje é produzido normalmente na Áustria.

Revista M&T: Com relação ao mercado de equipamentos como um todo, o senhor tem percebido uma evolução tecnológica. Houve realmente um grande salto com a abertura do mercado? Nesses 25 anos, não somente a Liebherr, como as outras marcas realmente apresentaram novidades?
Flemming: A abertura nos anos 90 foi uma boa solução para o Brasil. Mas eu não exagero ao dizer, que foi uma mudança da noite para o dia. Eu me lembro que, nos primeiros anos, quando montávamos guindastes automotivos aqui no Brasil, havia uma grande dificuldade em equacionar os equipamentos com os da Alemanha por conta dos componentes eletrônicos, que eram comuns por lá, mas não estavam disponíveis no Brasil. Hoje, nós já importamos todos os tipos de guindastes automotivos para o Brasil Alguns estão entre os mais sofisticados fabricados na Alemanha, até o maior, sobre esteiras, que levanta 800 toneladas. E os usuários brasileiros têm toda facilidade para fazer a manutenção, independentemente de qualquer apoio nosso. Posso garantir que se colocarmos lado a lado uma máquina alemã e uma brasileira, você não saberá dizer qual é qual.

Revista M&T: Em relação aos mercados de construção e mineração, atendidos simultaneamente pela Liebherr, quais as principais tendências?
Flemming: Quando começamos a produzir escavadeiras no Brasil, era quase tudo para o mercado de mineração. E nesse segmento, como ocorre no mundo interno, a tendência é de aumento do tamanho das máquinas utilizadas. Hoje, muitas máquinas R944 e mesmo R954 trabalham na área de construção, estradas, etc. Na Alemanha, eu já vi máquinas do porte da R984 trabalhando na área de construção. Nós estamos muito longe disso, mas a tendência é de máquinas maiores também na construção.

Revista M&T: Nesses anos todos, houve em alguns momentos parcerias com os próprios usuários, que levaram ao desenvolvimento de equipamentos. Os construtores deram sugestões para a fábrica. A fábrica descobriu no campo inovações. Houve algum tipo de intercâmbio com o próprio usuário?
Flemming: Esse deve ser um dia -a- dia de um bom fabricante. Nós sabemos fabricar escavadeiras ou betoneiras, enfim máquinas. Sabemos fabricar, mas nós não temos muita experiência em trabalhar com essas máquinas. Por isso, nós procuramos e precisamos muito do feedback dos usuários, para saber o que é bom e o que deve ser mudado ou melhorado em nossas máquinas. Esse é o nosso dia -a -dia.

Revista M&T: Com relação ao suporte, como a Liebherr se relaciona com seus clientes? Sabemos que a empresa tem uma rede bastante seleta e restrita de distribuidores e que há um envolvimento direto da fábrica no suporte de campo. Qual a filosofia geral nesse aspecto?
Flemming-:Essa é realmente a grande diferença que nós temos. Eu conheço todos os diretores de nossos clientes. Foi a primeira coisa que fiz, quando eu assumia responsabilidade também pela área de vendas. Nós temos representantes para o Brasil inteiro, mas nossa área de vendas participa de toda e qualquer venda junto com esses revendedores. Não existe uma venda sequer em que nossa área de vendas e de apoio técnico não participe. Isso é muito bom para ambos os lados. O cliente, ao mesmo tempo em que nos dá sugestões, sabe que quando tiver qualquer problema pode falar diretamente com a fábrica. Essa possibilidade vai diminuir quando a fábrica for muito maior. Hoje, nós temos condições de atender diretamente os nossos clientes.

Revista M&T: O que está sendo fabricado no Brasil e o qual o índice de nacionalização atualmente?
Flemming: Nós temos 'Finame” (índice de nacionalização mínimo de 60%) para a maior parte dos modelos de nossas linhas de escavadeiras, pás-carregadeiras e betoneiras. O coração das máquinas, o trem de força, ainda é importado, mas todos os demais componentes são fornecidos pelo mercado nacional.

Revista M&T: A Liebherr é uma empresa bastante verticalizada. Outros fabricantes têm acordos com fornecedores em nível mundial, alguns deles instalados no Brasil. A Liebherr não perde competitividade?
Flemming: Veja. os principais componentes do trem de força, com exceção do motor diesel, quase não são fabricados no Brasil. Por exemplo, redutores. bombas e motores hidráulicos. Por isso, os concorrentes também tem que importar esses componentes. Com isso, nós temos até o “plus” de comprar esses componentes da própria mãe (Liebherr) e, assim, não pagamos os overheads dos fabricantes desses componentes.

Revista M&T: Qual o mercado atendido pela fábrica brasileira?
Flemming: Essa é uma fase que queremos mudar. Nós fabricamos betoneiras para toda a América Latina e até na América Central e México estamos tentando entrai'. Isso porque, graças a Deus, transportar uma beto n ei r a da Europa para cá é muito complicado, porque tem muito ar lá dentro. As escavadeiras, vendemos para a América do Sul, para os clientes brasileiros e vamos tentar reservar o mercado da América Latina para a Liebherr Brasil e para todos os produtos que fabricamos. E uma fase de mudança. Hoje ainda há máquinas do tamanho das que fabricamos aqui, por exemplo, no Chile, mas importadas da Europa.

Revista M&T: Em relação a M&TEXPO’2003.ALiebherr, que confirmou a sua participação desde o primeiro momento, tem grandes expectativas no evento?
Flemming: A M&T EXPO para nós sempre foi a Bauma do Brasil. Nós sempre tivemos muito sucesso nesta feira. Este ano, com um estande maior, vamos trazer coligadas para cá. Com isso, além da linha mais tradicional, estaremos apresentando guindastes automotivos, e talvez até uma nova escavadeira para trabalhar na área de sucata e de madeira. E uma novidade da Liebherr. pois ela pode andar com carga. Esse modelo já foi negociado com um cliente no Chile e estamos tentando intercepta-lo para mostrar na M&TEXPO.

Revista M&T: A Liebherr também está dando um grande apoio para o Instituto Opus. O que o senhor acha dessa iniciativa da Sobratema para treinamento de operadores?
Flemming: O treinamento de operadores é fundamental e sempre da - remos à Sobratema o apoio necessário. Treinamento para máquinas é muito importante para nós. Um operador treinado é fundamental. Se conseguirmos formar uma nova geração de operadores no Brasil, talvez possamos até voltar com a linha de tratores de esteiras, pois o maior problema na época eram os operadores.

Revista M&T: Que perspectivas o senhor vê para a joint-venture recentemente criada entre a Liebherr e Embraer para fabricação de trens de pouso?
Flemming: As melhores possíveis. A Embraer é hoje a quarta maior fabricante de aviões do mundo. E a divisão de aviação da Liebherr - que já conta com duas fábricas, uma na França e outra na Alemanha -, e tem como especialidade justamente os trens de pouso, só tem a ganhar com uma fábrica brasileira.

Revista M&T: Com relação ao mercado brasileiro, o senhor está otimista numa retomada do crescimento neste segundo semestre?
Flemming-:Se eu não fosse otimista, eu teria que deixar a fábrica. No Brasil, você tem sempre que ser otimista. Todo mundo se lembra de janeiro de 1999. Esses três anos e meio, foram anos difíceis. Nós percebemos nos últimos dois ou três meses, que o mercado mudou muito, e para melhor. Nós estamos hoje com tantos pedidos em carteira que temos até dificuldade em atender aos clientes, principalmente na área de escavadeiras. O mercado de betoneiras também está reagindo. Depois de um início de ano difícil, quando tivemos que dar férias coletivas em abril, estamos com 60% da capacidade e temos certeza que o segundo semestre vai ser quente. A previsão é de 350 unidades no ano, o que significa que nos próximos meses iremos fabricar em torno de 60 unidades por mês. A linha mais recente, de pás- carregadeiras, não retomou ainda, mas acreditamos em uma reação a partir de agosto.

Revista M&T: Que perspectivas o senhor vislumbra para a Liebherr no Brasil. Como ela é hoje e como ela poderá vir a ser no futuro?
Flemming: Nós queremos ser mais brasileiros. Somos ainda vistos muito como europeus. Nós fazemos de tudo para sermos a cada dia uma fábrica brasileira, o que realmente nós somos. Um pequeno problema para nós é que fabricamos as máquinas a princípio sob licença da Europa. Eu queria ter um departamento próprio de projetos para atender especialidades deste mercado. Já demos os primeiros passos. Estamos desenvolvendo guindastes tipo RTG (pórtico sobre pneus, que trabalha no porto com Container es), que será fabricado em parte aqui no Brasil. E um projeto que já está em desenvolvimento e pode significar a retomada da linha de fabricação de guindastes no Brasil. Também queremos voltar a fabricar guindastes civis. Nós já fomos o maior fabricante no Brasil — com vendas em torno de 150 unidades de vários tamanhos. Infelizmente, o mercado ainda é muito pequeno, mas queremos voltar à essa liderança. Lançamos a nova geração com a perspectiva de voltar a fabricar. Estamos prontos para fabricar e esperamos pedidos. E uma perspectiva em aberto para os próximos anos.

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