No horizonte de qualquer grande cidade é sempre possível ver um guindaste de torre (ou grua, como é popularmente chamado) ao lado de um edifício em construção. Mas o que muita gente não sabe é que tal cenário tem uma longa história.
De modo geral, os primeiros guindastes surgiram ainda nos primeiros séculos da era cristã, movidos por pessoas ou animais. A propulsão só mudaria no final do século XIX, quando surgiu o motor a vapor, depois substituído por motores elétricos ou de combustão interna.
Na Idade Média, os guindastes tinham uma estrutura longa de madeira, chamada de “lança”, acoplada a uma base giratória. Posteriormente, foi adicionado um braço horizontal, que ficou conhecido como “jib”. No final do século XIX, a estrutura passou a ser metálica, de ferro fundido ou de aço.
Os guindastes de torre, por sua vez, surgiram na primeira metade do século XX. Com a necessidade de reconstrução urbana no pós-guerra, a existência de ruas estreitas e espaços confinados fizeram com que essa solução se expandisse pela Europa afora.
PION
No horizonte de qualquer grande cidade é sempre possível ver um guindaste de torre (ou grua, como é popularmente chamado) ao lado de um edifício em construção. Mas o que muita gente não sabe é que tal cenário tem uma longa história.
De modo geral, os primeiros guindastes surgiram ainda nos primeiros séculos da era cristã, movidos por pessoas ou animais. A propulsão só mudaria no final do século XIX, quando surgiu o motor a vapor, depois substituído por motores elétricos ou de combustão interna.
Na Idade Média, os guindastes tinham uma estrutura longa de madeira, chamada de “lança”, acoplada a uma base giratória. Posteriormente, foi adicionado um braço horizontal, que ficou conhecido como “jib”. No final do século XIX, a estrutura passou a ser metálica, de ferro fundido ou de aço.
Os guindastes de torre, por sua vez, surgiram na primeira metade do século XX. Com a necessidade de reconstrução urbana no pós-guerra, a existência de ruas estreitas e espaços confinados fizeram com que essa solução se expandisse pela Europa afora.
PIONEIROS
Em 1908, a Maschinenfabrik Julius Wolff produziu os primeiros guindastes de torre da história, que rapidamente passaram a ser utilizados em estaleiros e portos, tendo sido produzidas mais de 10 mil unidades até o final da década de 60. Fabricantes como Kaiser e Potain também produziram guindastes de torre no início dos anos 30, com projetos ainda calcados em equipamentos portuários e de estaleiros. No entanto, esses guindastes eram feitos de ferro e aço, sendo muito pesados e difíceis de montar, desmontar e transportar.
A partir de 1948, a utilização dos guindastes Wolff na construção ressaltou a necessidade de torres cuja montagem fosse mais simples e fácil. Em 1949, ao perceber essa necessidade Hans Liebherr daria o próximo passo ao produzir um guindaste com giro na parte inferior e lança horizontal, capaz de carregar o material no solo, elevá-lo e girar até descarregá-lo no local de aplicação. Até então, não existiam equipamentos com essas características, sendo necessário o transporte manual do ponto de descarga até o local de aplicação. Além disso, esse guindaste era leve e fácil de montar.
Primeiro produto da Liebherr, o modelo TK-10 foi apresentado no segundo semestre de 1949 na Frankfurt Trade Fair, na Alemanha, incorporando todas essas características. Também podia ser transportado parcialmente montado e possuía dispositivo de automontagem. Embora a postura do setor no princípio fosse de cautela, o projeto acabou por ser bem aceito e entrou em produção, revolucionando a indústria de guindastes na época.
ANOS 50
Nos anos 50, a lista dos principais fabricantes de guindastes de torre incluía Peschke, Peiner, Wolff, Weitz, Liebherr, Potain, Boilot, Braud & Faucheux, Campistou, Ferro, Fiorentini, Fives Lille, Fuochi-Milanesi e Haulotte.
A década trouxe grandes avanços para a tecnologia de guindastes de torre, devido à utilização desse tipo de equipamento na construção de edifícios residenciais e comerciais, que teve grande impulso nessa época. O sistema de lança móvel (tipo jib) foi abandonado pela maior parte dos fabricantes, utilizando-se, na maior parte das obras, guindastes de lança horizontal com carro de translação e contralança com contrapeso.
Surgiram também os guindastes ascensionais, que eram montados no poço do elevador e subiam juntamente com a obra. Esses modelos eram apoiados na estrutura já pronta e dispunham de um guincho de elevação para passar para a laje seguinte após sua construção. Nessa época, eram oferecidos equipamentos com altura de até 80 m sob o gancho e sistemas de autoelevação da torre, que permitiam aumentar a altura introduzindo segmentos num componente específico da torre dotado de cilindro hidráulico para esse fim (telescopagem).
Juntamente com a passagem do giro para a parte superior, próxima ao engate da lança, essa característica permitiu que o guindaste tivesse a altura aumentada à medida que o edifício subia, levando a tecnologia de amarração da torre na estrutura do prédio para alturas maiores, o que resolvia a questão da dificuldade de desmontagem dos guindastes ascensionais no topo do prédio. Com isso, os guindastes sobre trilhos passaram a ser usados apenas em aplicações específicas, prevalecendo a montagem fixa, chumbada numa base de concreto.
ANOS 60
A partir de 1960, o projeto dos guindastes passou a ser focado em obter maior raio de ação e momento de carga, além de sistemas de controle e segurança contra sobrecarga e mecanismos de elevação rápida (faster, bigger, taller). A quantidade de fabricantes aumentou, assim como a oferta de modelos, surgindo ainda uma geração de guindastes de pequeno porte, que podiam ser montados na obra em apenas algumas horas.
Em 1961, o engenheiro e professor H. Ernst escreveu em um de seus artigos: “Enquanto o desenvolvimento de outros guindastes ocorreu dentro das fábricas, a evolução dos guindastes de torre era visível para o público. As numerosas obras desenvolvidas no pós-guerra, equipadas inicialmente com elevadores primitivos, receberam pelo menos um guindaste de torre (alguns projetos tinham uma verdadeira floresta deles). Essa máquina tornou-se o símbolo da reconstrução no pós-guerra, e seu sucesso quantitativo só foi possível devido a sua adaptação às diferentes necessidades dos canteiros. Baixo peso (portanto menor custo e transporte mais fácil), facilidade de montagem e operação, adaptação a diferentes tipos de obra, trabalho em condições difíceis foram pontos essenciais para sua evolução. Em vez das torres precisarem ser montadas completamente no solo e erguidas por um pórtico ou guindaste, hoje são telescópicas ou dobráveis, o que simplifica o transporte e reduz o esforço para colocar a torre na vertical. A translação da carga foi extremamente simplificada e foram criados sistemas que permitissem ao guindaste subir junto com a obra, o que é muito importante em edifícios de grande altura.”
ANOS 70
À medida que os arranha-céus iam aumentando de altura, a necessidade de guindastes maiores também crescia. Em 1975, a Kroll produziu o maior guindaste de torre do mundo, o K-10.000, com altura máxima de 120 m e alcance máximo de 90 m, cinco vezes mais que os guindastes disponíveis no mercado.
Devido à aplicação específica, foram produzidas somente 20 unidades desse modelo. E, trazida pela eletrônica, a evolução dos sistemas de controle e segurança levou a uma operação cada vez mais simples e segura.
Leia na próxima edição: A evolução do asfalto
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