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Revista M&T - Ed.142 - Dez/Jan 2011
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Manutenção

Guindastes - cuidados com os componentes eletrônicos

Atuando como verdadeiros mestres na operação dos guindastes, esses componentes já são inteligentes e dependem de poucas, mas especializadas, intervenções

Nos últimos anos, operar um guindaste com algum componente eletrônico avariado se tornou uma tarefa quase impossível diante da importância que essas peças desempenham em praticamente todas as funções realizadas pelo equipamento. Além de identificar falhas, os sistemas eletrônicos monitoraram todos os parâmetros operacionais do equipamento, que já conta com supervisão quase completa de suas atividades mecânicas, de locomoção e de içamento. Por esse motivo, a manutenção desses componentes merece atenção especial nos novos modelos de guindastes.

Primeiramente, é preciso estabelecer que o conceito de manutenção em componentes eletrônicos de guindastes é diferente do adotado nos reparos mecânicos, nos quais as ações preventivas e preditivas – como a análise de lubrificante, por exemplo – podem apontar uma possível falha real ou potencial. As ações preventivas, nesse caso, se limitam a uma inspeção anual dos sensores, verificando o seu funcionamento na central eletrônica, e das vedações dos conectores e compartimentos. Também é fundamental eliminar agentes contaminantes externos


Nos últimos anos, operar um guindaste com algum componente eletrônico avariado se tornou uma tarefa quase impossível diante da importância que essas peças desempenham em praticamente todas as funções realizadas pelo equipamento. Além de identificar falhas, os sistemas eletrônicos monitoraram todos os parâmetros operacionais do equipamento, que já conta com supervisão quase completa de suas atividades mecânicas, de locomoção e de içamento. Por esse motivo, a manutenção desses componentes merece atenção especial nos novos modelos de guindastes.

Primeiramente, é preciso estabelecer que o conceito de manutenção em componentes eletrônicos de guindastes é diferente do adotado nos reparos mecânicos, nos quais as ações preventivas e preditivas – como a análise de lubrificante, por exemplo – podem apontar uma possível falha real ou potencial. As ações preventivas, nesse caso, se limitam a uma inspeção anual dos sensores, verificando o seu funcionamento na central eletrônica, e das vedações dos conectores e compartimentos. Também é fundamental eliminar agentes contaminantes externos, como água, poeira e produtos químicos, cuja presença pode comprometer o bom funcionamento dos conjuntos eletrônicos.

Contudo, os fabricantes garantem que a premissa mais importante para se manter a conservação e pleno funcionamento dos sistemas eletrônicos é a especialização dos técnicos de manutenção. Quanto mais sofisticado for o guindaste, maior será a quantidade de componentes eletrônicos em seu interior, principalmente no que se refere à presença de sensores. Por isso, cada componente deve ser tratado com o máximo de cuidado, o que justifica a exigência por mão-de-obra qualificada.

Procedimentos como a calibração ou ajuste dos sensores diretamente relacionados ao monitoramento de carga exemplificam a importância da especialização na manutenção. Em geral, os equipamentos contam com três tipos de sensores para o controle de elevação de cargas: o de ângulo, o de comprimento e o de carga. Os parâmetros deles são cruzados na central eletrônica do guindaste, onde é feito o cálculo das condições de trabalho para o içamento. Caso um desses sensores não esteja instalado corretamente ou envie informações erradas ao sistema, os parâmetros de içamento podem ser totalmente comprometidos, o que representa a possibilidade de acidente.

Nos guindastes atuais, o grau de periculosidade é menor, pois alertas são emitidos a cada anomalia identificada no sistema e, dependendo da gravidade da mensagem, o equipamento trava até que se corrija o problema. O código de erros, enviado pelo sistema eletrônico, indica exatamente o local que deve ser avaliado, mas para decifrar o problema, os profissionais devem consultar o significado do código informado nos manuais originais do equipamento. Alguns fabricantes oferecem suporte por telefone ou on-line, de modo que o usuário pode relatar o erro identificado e obter auxílio para realizar manutenções mais simples em campo.

Os códigos de erros também são emitidos por qualquer outro sensor instalado nos guindastes mais modernos. Em modelos acima de 250 toneladas, por exemplo, as patolas são vigiadas por transdutores de pressão, que transformam a informação de pressão hidráulica em sinal elétrico, informando o peso suportado em cada patola. Esse sistema já é fornecido como item de série para os modelos de maior porte e como opcional para os guindastes menores.

Um controle similar também monitora o nivelamento do guindaste quando patolado e as informações são visualizadas em um painel eletrônico de comando, que fica na parte externa do equipamento. Por esse motivo, essa área do equipamento deve sempre estar vedada e protegida de intempéries.

Assim como os demais painéis de comando da máquina, o controle das patolas é interligado às unidades centrais ou processadores de informação. Alguns guindastes possuem diversas delas e oferecem a opção de intercâmbio. Ou seja, se um código de erro aponta determinada falha no sistema eletrônico de elevação de carga, por exemplo, é possível substituir seu processador de informação por outro que esteja temporariamente inativo, de forma a colocar o equipamento rapidamente em condições seguras de operação.

Inspeção anual
Os especialistas recomendam a realização de uma avaliação técnica minuciosa do equipamento a cada ano, que deve abranger suas partes estruturais, mecânicas, elétricas e eletrônicas. Para realizá-la, o gestor de frota pode contratar serviços diretamente do fabricante. Se preferir internalizar o serviço, o usuário precisa dispor de técnico especializado, que deverá observar diversos detalhes, entre eles alguns listados abaixo:

Analisar a integridade estrutural do sistema de monitoramento de carga e proteção contra sobrecarga;

Verificação e limpeza dos sensores e das vedações dos componentes eletrônicos e seus conectores;

Veracidade das informações e alertas emitidos pelos sensores que atestam os parâmetros de operação, como, por exemplo, o ângulo da lança;

Realizar a calibração dos sensores espalhados por toda a máquina;

Avaliar se os cabos de comunicação estão em boas condições e se atendem às indicações do fabricante;

Avaliar se os conjuntos hidráulicos equipados com transdutores de pressão estão em plenas condições. Se não estiverem, intervir no sistema hidráulico ou no sensor para que as informações eletrônicas não sejam deturpadas.

 

Principais sensores e suas funções
Sensor de ângulo: sua principal função é controlar o ângulo de lança, assegurando a confiabilidade do cálculo da carga içada. Pode ainda estar presente em acessórios como cavalete TY, giro ou direção;

Sensor de comprimento: informa o comprimento de lança ou outro acessório, permitindo que o guindaste monitore adequadamente a operação de acordo com as condições de vento, a carga içada, contrapeso e ângulo da lança;

Sensor de carga: avalia, juntamente com as informações emitidas pelos sensores de ângulo e de comprimento, a capacidade de carga que o guindaste pode içar;

Anemômetro: indica as condições do vento que podem comprometer a segurança do içamento;

Sensores limitadores de movimento: como o próprio nome explica, eles limitam movimentos indevidos que possam colocar a operação em risco, como a subida excessiva do gancho de carga ou o posicionamento incorreto da lança.

 

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