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Revista M&T - Ed.238 - Outubro 2019
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Entrevista

GREGORY RIORDAN

O CUSTO JÁ NÃO É UM IMPEDITIVO PARA A TECNOLOGIA

Reconhecida entre as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, ao longo dos últimos anos a CNH Industrial vem apostando em iniciativas e projetos tecnológicos para contribuir com a produtividade do mercado agrícola brasileiro, tornando-o ainda mais competitivo globalmente.

Na linha de frente desta empreitada, o diretor de tecnologias digitais da CNH Industrial para a América do Sul, Gregory Riordan, é categórico quanto ao pioneirismo da fabricante multimarcas no desenvolvimento da agricultura de precisão em âmbito mundial, mostrando-se ainda um entusiasta no que se refere às vantagens trazidas pela tecnologia embarcada aos maquinários.

Além de técnico em mecatrônica, Riordan tem ampla formação em ciências técnicas e humanas, sendo graduado em administração pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Antes da CNH Industrial, onde atua há sete anos em diversas funções, mas sempre com foco em soluções de precisão e telemática, o executivo também já passou pela AGCO Corporation, na qual permaneceu por 13 anos e amealhou sólida experiência prática no campo de agricultura de precisão e de tecnologias de automação.

Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, além de detalhar os planos estratégicos de negócios da fabricante para os próximos cinco anos, Riordan também discorre sobre o conceito ‘ConectarAgro’, uma iniciativa recente desenvolvida junto a outras empresas para promover a conexão digital nas principais regiões agrícolas no país.

“Independentemente do tamanho da propriedade, todos os tipos de agricultores poderão usufruir dos benefícios dessa iniciativa”, diz ele. Acompanhe.

  • Quais são os principais desafios para a tecnologia avançar no setor de máquinas?

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Reconhecida entre as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, ao longo dos últimos anos a CNH Industrial vem apostando em iniciativas e projetos tecnológicos para contribuir com a produtividade do mercado agrícola brasileiro, tornando-o ainda mais competitivo globalmente.

Na linha de frente desta empreitada, o diretor de tecnologias digitais da CNH Industrial para a América do Sul, Gregory Riordan, é categórico quanto ao pioneirismo da fabricante multimarcas no desenvolvimento da agricultura de precisão em âmbito mundial, mostrando-se ainda um entusiasta no que se refere às vantagens trazidas pela tecnologia embarcada aos maquinários.

Além de técnico em mecatrônica, Riordan tem ampla formação em ciências técnicas e humanas, sendo graduado em administração pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Antes da CNH Industrial, onde atua há sete anos em diversas funções, mas sempre com foco em soluções de precisão e telemática, o executivo também já passou pela AGCO Corporation, na qual permaneceu por 13 anos e amealhou sólida experiência prática no campo de agricultura de precisão e de tecnologias de automação.

Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, além de detalhar os planos estratégicos de negócios da fabricante para os próximos cinco anos, Riordan também discorre sobre o conceito ‘ConectarAgro’, uma iniciativa recente desenvolvida junto a outras empresas para promover a conexão digital nas principais regiões agrícolas no país.

“Independentemente do tamanho da propriedade, todos os tipos de agricultores poderão usufruir dos benefícios dessa iniciativa”, diz ele. Acompanhe.

  • Quais são os principais desafios para a tecnologia avançar no setor de máquinas?

Existem vários desafios, mas um dos principais é a conectividade, ou seja, fazer com que o maquinário utilizado no campo possa ser aproveitado de forma plena. Em uma máquina agrícola cuja principal função é colher, por exemplo, é preciso muito pouco para realizar a tarefa básica, basta subir e regular a máquina.

Sistemas automatizados implicam transferência de conhecimento durante a operação, diz executivo

Mas para aproveitar ao máximo os sistemas automáticos – que atualmente regulam a velocidade, as perdas e a qualidade da produção, dentre inúmeras outras tarefas – existe um nível de conhecimento que deve ser transferido e implementado durante a operação. E isso é um desafio para as fabricantes, no sentido de desenvolver tecnologias que possam tornar a atividade agrícola mais simples e intuitiva, de modo que a necessidade de treinamento seja a menor possível. A meu ver, esse é um dos principais desafios neste setor.

  • Do ponto de vista do usuário, os recursos eletrônicos não encarecem a máquina?

Hoje, as novas tecnologias já são incorporadas ao maquinário assim que surgem. Quando surgiu o piloto automático, por exemplo, o custo para sua instalação era muito alto. Então, era preciso mostrar os benefícios e o retorno proporcionado, mesmo com o alto investimento exigido. Com o passar dos anos e toda a evolução tecnológica ocorrida desde então, os preços caíram e os benefícios se tornaram mais claros, de modo que hoje podemos ver um grupo de produtores – que antes não acreditava na tecnologia – enxergando a tecnologia como algo benéfico, sendo aceita até mesmo por produtores mais conservadores na questão.

Além disso, diversas soluções podem ser facilmente controladas por aplicativos no celular, tornando-se mais fácil implementar uma aplicação de alta tecnologia na mão do produtor. Assim, o custo é cada vez menos um impeditivo.

  • E essas tecnologias já podem ser vistas em todos os tipos de produtores? Como está a sua disseminação no campo?

Por uma questão de escala, essa aderência vem sendo percebida mais entre os produtores de grande porte. Assim, podemos afirmar que a agricultura de precisão já está consolidada entre os grandes produtores e em plena expansão nos médios. Agora, o grande desafio é inovar para os pequenos produtores. E esse é o papel que a CNH Industrial vem buscando exercer.

Para Riordan, plataformas abertas de inovação podem trazer alternativas ao agronegócio brasileiro

Para isso, adotamos o primeiro trator para o Programa Mais Alimentos (MDA), por exemplo. Mesmo pequenos, representam grande parte da produção brasileira e, por isso, é importante viabilizar e levar a tecnologia a esses produtores, pois juntos fazem a diferença no campo e na economia do país.

  • Em termos de novas tecnologias, como o país se posiciona em relação a outros países?

Atualmente, o Brasil conta com a produção de cana mais sofisticada do mundo no que se refere à telemetria e automação. Sendo assim, a tecnologia se reflete em todo o segmento agrícola de uma forma bem forte. Ao se visitar as usinas, é possível ver que a maioria delas já conta com centros de operações e todas as máquinas estão conectadas, com indicadores mostrando o funcionamento, onde há problemas, o que precisa ser feito para corrigi-los etc. E isso acaba extrapolando como uma referência para todo o setor do agronegócio.

O segundo ponto é que, para ser global, a nossa agricultura também precisa ser competitiva. Afinal, nosso produtor está brigando com produtores ao redor do mundo todo. Essa característica faz com que precise usar a tecnologia para se diferenciar, que produza da forma mais resistente possível para colocar o produto no mercado e gerar resultados.

Isso faz com que o grau de adoção de tecnologias no Brasil, assim como em outros países da América Latina com características parecidas, venha em uma crescente muito forte em relação à Europa e aos EUA, apesar de termos começado com a agricultura de precisão um pouco mais tarde do que eles.

  • Durante a Agrishow, foi divulgado o desenvolvimento do projeto ‘ConectarAgro’. Como está o andamento desta iniciativa?

O ‘ConectarAgro’ é uma iniciativa conjunta de algumas empresas para promover a conexão nas regiões agrícolas brasileiras. O objetivo é promover a expansão da cobertura, alcançando cerca de 5 milhões de hectares até o final do ano, o que representa cerca de 10% da área cultivada brasileira. Independentemente do tamanho da propriedade, todos os tipos de agricultores poderão usufruir dos benefícios dessa iniciativa, que inclui recursos de agricultura de precisão, digitais e de automação.

Parcerias para caminhões pesados têm foco em combustíveis alternativos e emissão zero, conta o especialista

Desde a Agrishow, o projeto já levou conectividade para mais de 1 milhão de hectares, mas ainda estamos em um período de divulgação e demonstração dos benefícios que podem surgir. Em Brasília também vêm ocorrendo debates sobre a conectividade rural, de modo que o ‘ConectarAgro’ já está na pauta de vários projetos para expandir a conectividade no agronegócio.

  • Qual é o papel das startups nesse segmento? A CNH Industrial trabalha com elas?

Hoje, há um grande número de startups no Brasil e, segundo dados de uma pesquisa recente, já existem 114 startups focadas no agro. Mas esse é um número que cresce semanalmente e, assim, temos visto uma oportunidade muito grande nesse sentido. Por exemplo: a CNH Industrial se uniu ao Pulse, um hub de inovação da Raízen, em Piracicaba (SP), que visa a disseminar o debate sobre a inovação em setores-chave da indústria, mostrando-a como um propulsor para o desenvolvimento econômico.

E por meio desse hub temos interagido com diferentes startups, compartilhando conhecimento no sistema de inovação aberta para buscar alternativas para o nosso negócio. Também temos uma forte parceria com duas startups, uma de drone (que patrocinamos no ano passado) e outra relacionada à coleta e uso de informações de máquinas.

Em geral, a nossa visão é que as startups contam com estrutura leve, versátil e rápida para executar, com características que definitivamente queremos alavancar, associando esse tipo de atuação ao desenvolvimento da própria CNH. Cada vez mais buscamos estabelecer parcerias com essas empresas, que nascem para resolver e solucionar problemas de uma forma diferenciada.

  • Como avalia a recente mudança estratégica do grupo?

Em setembro, a CNH Industrial anunciou seu novo plano de negócios para os próximos cinco anos (2020-2024), com uma série de novidades em relação à empresa e como será dividida no futuro. Hoje, temos negócios diferentes que estão dentro de um único braço, mas o plano é dividir a empresa em vários segmentos.

Assim, faremos a separação dos ativos em ‘On-Highway’ (veículos comerciais e powertrain) e ‘Off-Highway’ (segmentos agrícola, de construção e de veículos especiais), resultando na criação de duas entidades listadas. Ao dividir a atuação em vários negócios, temos como objetivo trazer mais foco às operações.

O plano é baseado em estratégias robustas e específicas para os segmentos, que serão implementadas com base em quatro pilares: digitalização (com o uso de processos digitais para diferenciar nossos produtos e ofertas), servitização (ou seja, o foco sai do produto e migra para os serviços), automação e, por fim, emissão zero, com destaque para o desenvolvimento de equipamentos que permitam o uso de combustíveis alternativos, eletrificação etc. Essas são as quatro áreas que compõem a nossa meta de planejamento para crescer.

  • Quais são as novidades recentes nesse sentido?

Na área de servitização já existem novidades em serviços conectados, por exemplo, que iremos oferecer por meio da conectividade nos contratos de manutenção, além de uma série de outras inovações que estão por vir.

Mais recentemente foi anunciada a aquisição de uma empresa de gestão de dados, a AgDNA, focada em sistemas de informações de gerenciamento agrícola (FMIS). Essa aquisição permitirá que os clientes da CNH Industrial (e mesmo os de máquinas agrícolas de terceiros) se beneficiem das ferramentas de integração, mapeamento e análise de dados de ponto único.

Outra novidade é a parceria estratégica e exclusiva para caminhões pesados fechada com a Nikola Corporation, focada em combustíveis alternativos. Alimentados por células de hidrogênio e tecnologia de bateria, os caminhões pesados de emissão zero da Nikola serão os primeiros a serem produzidos. Ou seja, são aquisições e parcerias que nos conduzirão ao crescimento nos quatro pilares estratégicos citados acima.

Saiba mais:
CNH Industrial: www.cnhindustrial.com

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