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Revista M&T - Ed.251 - Fev/Mar 2021
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Entrevista

Daniel Randon

"Queremos resolver problemas reais"

Com forte presença no segmento de implementos rodoviários, as Empresas Randon – grupo nacional familiar que reúne 12 companhias dos setores de transporte, autopeças e serviços – acreditam em um mercado mais positivo em 2021, em especial pela intensificação da demanda por transporte de cargas ocorrida desde o início da pandemia, com destaque para o agronegócio, que se mantém como o motor que impulsiona a economia do país.

Para o CEO do Grupo, Daniel Randon, o Brasil tem plenas condições de reverter o cenário econômico adverso vivido em 2020, puxado ainda por outras atividades produtivas. “Além do agronegócio, outros segmentos iniciaram uma retomada mais consistente, como os setores de combustíveis e industrial”, ele avalia.

Atuando há 20 anos no conglomerado gaúcho, o executivo já ocupou diferentes posições de gestão em diferentes áreas de negócios,


Com forte presença no segmento de implementos rodoviários, as Empresas Randon – grupo nacional familiar que reúne 12 companhias dos setores de transporte, autopeças e serviços – acreditam em um mercado mais positivo em 2021, em especial pela intensificação da demanda por transporte de cargas ocorrida desde o início da pandemia, com destaque para o agronegócio, que se mantém como o motor que impulsiona a economia do país.

Para o CEO do Grupo, Daniel Randon, o Brasil tem plenas condições de reverter o cenário econômico adverso vivido em 2020, puxado ainda por outras atividades produtivas. “Além do agronegócio, outros segmentos iniciaram uma retomada mais consistente, como os setores de combustíveis e industrial”, ele avalia.

Atuando há 20 anos no conglomerado gaúcho, o executivo já ocupou diferentes posições de gestão em diferentes áreas de negócios, incluindo a presidência da Fras-le (referência global em materiais de fricção para veículos comerciais) e a vice-presidência de administração das Empresas Randon.

Formado em engenharia mecânica pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), com MBA em gestão administrativo-financeira pela Universidade de Chicago (EUA), atua ainda como presidente do Conselho Superior do “Transforma RS”, hub colaborativo que reúne lideranças empresariais, governamentais, acadêmicas e da sociedade civil para apoiar o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul.

À frente das operações desde 2019, Daniel chegou à liderança em um momento no qual o Grupo se reorganiza para aumentar a competitividade em um cenário de transformações rápidas do mercado. De acordo com ele, a empresa passou a investir mais em tecnologia e parcerias com startups, “visando tornar as atividades mais produtivas, práticas e rápidas nas soluções de problemas”, como explica nesta entrevista exclusiva concedida à Revista M&T. Acompanhe.

  • Em 2020, o Grupo anunciou várias mudanças estratégicas. Até que ponto a pandemia influenciou nessas decisões?

Muitos dos movimentos que as Empresas Randon anunciaram em 2020 são projetos que já estavam em andamento e foram acelerados em razão da pandemia. Vivemos um momento que nos provocou a avançar ainda mais em processos e práticas inovadoras, principalmente envolvendo soluções mais ágeis, com ferramentas como a conectividade e parcerias com startups, buscando o desenvolvimento de projetos de automação que gerem maior eficiência, produtividade, qualidade, integração e segurança.

Para Daniel Randon, o momento exige avanços em processos e práticas inovadoras nas empresas

  • O setor de implementos rodoviários reagiu bem à crise? Quais são os prognósticos no médio prazo?

O agronegócio foi um setor importante para o período de crise, o que resultou em números positivos para a companhia, já que o agro representa 70% do nosso negócio de implementos. Nos últimos meses de 2020, isso se intensificou ainda mais. Além do agronegócio, outros segmentos iniciaram uma retomada mais consistente, como os setores de combustíveis e industrial. Adicionalmente, a menor restrição à circulação de pessoas nos últimos meses refletiu-se na intensificação do uso do automóvel, ampliando as oportunidades no mercado de reposição para veículos leves.

Para se ter uma ideia, o mercado de implementos rodoviários apresentou retomada surpreendente no último trimestre de 2020, superando os volumes vendidos no mesmo período de 2019. Um aspecto interessante é que, pela primeira vez na história da Randon Implementos, a venda de basculantes superou a de graneleiros, dada a versatilidade deste produto, que serve tanto para o transporte de grãos quanto para outros segmentos, como a construção civil.

  • Quais são suas expectativas para o mercado de transporte neste ano?

Com a expectativa de crescimento do país para 2021, a necessidade por transporte de cargas deve permanecer aquecida e até se ampliar um pouco frente ao que observamos no ano passado. O grande motor desse movimento continuará sendo o agronegócio, mas – como disse – também observamos boa recuperação em outros setores, como indústria, construção e infraestrutura. Com isso, a expectativa é de um ano positivo para o mercado de caminhões e implementos rodoviários. As principais associações destes segmentos apontam para um ano de crescimento em volumes e, até o momento, é o que está acontecendo.

  • Algum segmento específico deve se sobressair?

Vemos boas perspectivas para o mercado de reposição e também para o setor de vagões ferroviários. No entanto, é importante ressaltar alguns pontos de atenção, como a escassez de insumos e a inflação de materiais, principalmente o aço, assim como alguns efeitos colaterais da pandemia, que podem continuar afetando alguns setores. Quando olhamos o mercado latino-americano, entendemos que há mais desafios que no mercado brasileiro, não só pela questão da pandemia, mas porque alguns países importantes estão em cenários delicados no âmbito político-econômico, o que limita as possibilidades de crescimento dos negócios nessas geografias.

Setor de vagões ferroviários tem boas perspectivas para o ano, aponta executivo

  • Os resultados da unidade de implementos ferroviários têm sido satisfatórios até aqui?

No ano passado, a renovação das concessões ferroviárias de importantes clientes deste setor criou um ambiente mais positivo para o segmento a partir deste ano. Espera-se um grande volume de investimentos, que deve iniciar em 2021 e ganhar tração a partir do próximo ano. Nosso entendimento é que, aos poucos, esse novo ciclo irá se converter em novos pedidos. Em 2020, o cenário foi de um mercado ainda fraco em vendas, mas a expectativa para 2021 é que o mercado já apresente melhores oportunidades. Ressalto que a Randon Implementos atua no segmento de vagões ferroviários desde 2004, tendo produzido mais de 11 mil produtos ao longo desse tempo e conquistado importante participação de mercado. Conta com uma planta moderna para a fabricação de vagões, localizada em Araraquara (SP), onde produz um amplo e diversificado portfólio, com destaque para o modelo Hopper.

  • Como caminham as operações do Grupo no exterior?

Na América Latina, os desafios que os países estão enfrentando irão limitar o crescimento das vendas. Mas isso não quer dizer que haverá queda nos volumes, de modo que trabalhamos com uma expectativa de certa estabilidade nesses mercados. Temos uma visão um pouco mais positiva nas operações na América do Norte e Ásia, não só pelo crescimento dos volumes nesses continentes, mas porque ampliamos algumas frentes de negócio que estão trazendo boas perspectivas para 2021. Já Europa, África e Oriente Médio têm pouca representatividade em nossas operações no exterior, mas podemos dizer que estamos vendo certa estabilidade nessas regiões.

Escassez de insumos e inflação de materiais são pontos de atenção no momento, diz Randon

  • Como a venda da unidade de veículos muda o posicionamento do Grupo?

A venda da Randon Veículos está alinhada ao objetivo das Empresas Randon em concentrar sua atuação em seus principais negócios, devido às sinergias entre eles. Esse movimento integra o nosso posicionamento de otimização de plantas e processos industriais da companhia, de forma que possa continuar sua trajetória de crescimento acelerado.

  • Falando em tecnologia, por que decidiram investir em iniciativas de inovação aberta?

A inovação é parte da nossa história e, nessa linha, tivemos transformações importantes dentro das Empresas Randon nos últimos cinco anos, sempre ligadas ao nosso propósito de “conectar pessoas e riquezas, gerando prosperidade”. Com toda a jornada que já percorremos, entendemos que estávamos prontos para um próximo passo. Por isso, lançamos a ‘Conexo’, que funciona como um hub de conexões, por meio físico e digital, entre as Empresas Randon e diversos players, como empreendedores, empresas, startups, universidades, instituições do ecossistema de inovação e comunidade. Queremos criar conexões para gerar conhecimento, fortalecer networking, resolver problemas reais, valorizar ideias, capacitar as pessoas e gerar novas possibilidades de negócios.

  • Quais são as principais tendências tecnológicas e de mercado que é preciso estar atento?

Temos hoje um tema extremamente importante que é a mobilidade. Sem dúvida, essa é uma das pautas no âmbito nacional que estaremos mais inseridos nos próximos anos. Nessa linha, acredito que temos três principais tendências tecnológicas para o futuro do nosso segmento: conexão, autonomia e eletrificação. Estamos conectados a tudo. É questão de tempo para isso se tornar uma realidade presente. A conectividade está no caminhão, no drone, nas empresas e nas cidades. Tudo estará interligado. Nessa linha, já vemos diferentes empresas em fase de desenvolvimento de carros autônomos, como Google, Audi, GM, Samsung e Apple. E a eletrificação é um tema que discutimos há bastante tempo, mas que também volta a ganhar força nas discussões sobre o que vem pela frente no setor.

Novidade recente, a Conexo funciona como um hub de conexões entre a Randon e diferentes players

  • A Randon Tech Solutions (RTS) traz um maior foco na área industrial. Qual é a estratégia nesse sentido?

A Randon Tech Solutions nasceu para aprimorar a inovação dos processos fabris e no suporte e desenvolvimento de automação industrial. Como estratégia, temos definido o foco em fabricação e comercialização de células robotizadas, máquinas, dispositivos e ferramentaria industrial. Além disso, a RTS atuará na prestação de serviços técnicos de engenharia e assessoria em automação industrial, assim como na comercialização de peças e componentes para esse segmento. Temos a certeza de que, a partir desse movimento, será possível acelerar nossos planos de integração de máquinas especiais e automação de processos.

  • Com cerca de um ano e meio como CEO, já recebeu o 26º prêmio de Líderes & Vencedores. O que isso representa para uma empresa familiar?

Estar entre os agraciados do Líderes & Vencedores – prêmio concedido pela Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) e Assembleia Legislativa do Estado – foi um momento muito especial, principalmente por figurar ao lado de nomes relevantes do Rio Grande do Sul. É uma grande responsabilidade. Para as Empresas Randon, sinto que também é um reconhecimento ao legado que meu pai deixou nos negócios e no seu exemplo – e ao apoio da minha família e dos colegas de trabalho.

Saiba mais:
Randon: www.randon.com.br

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