O prolongado ciclo de recesso da economia brasileira deixa um triste legado no setor de máquinas e equipamentos, sobretudo em um segmento de alto valor agregado: o de guindastes. Para enfrentar esse período turbulento, muitas empresas revenderam a frota de equipamentos para o exterior e desmontaram as equipes técnicas.
Agora, felizmente, isso parece ter ficado para trás. Mesmo que ainda não confirmada, a perspectiva de retomada faz como que essas empresas já planejem investimentos e treinamento de mão de obra. Mas até o mercado voltar ao patamar anterior à crise (se é que chegará a tanto), ainda há um longo percurso a ser percorrido. Segundo Marina Simões, gerente executiva da Locar, a expectativa do setor ainda é de dois anos difíceis para o mercado pela frente. “A partir disso, inicia-se a retomada da utilização de guindastes”, argumenta a executiva, destacando que a demanda e os preços seguem baixos. “É um setor que teve mais de 70% de utilização e que, atualmente, está em torno de 40%.”
Para Luiz Carlos Bellangero, gerente
O prolongado ciclo de recesso da economia brasileira deixa um triste legado no setor de máquinas e equipamentos, sobretudo em um segmento de alto valor agregado: o de guindastes. Para enfrentar esse período turbulento, muitas empresas revenderam a frota de equipamentos para o exterior e desmontaram as equipes técnicas.
Agora, felizmente, isso parece ter ficado para trás. Mesmo que ainda não confirmada, a perspectiva de retomada faz como que essas empresas já planejem investimentos e treinamento de mão de obra. Mas até o mercado voltar ao patamar anterior à crise (se é que chegará a tanto), ainda há um longo percurso a ser percorrido. Segundo Marina Simões, gerente executiva da Locar, a expectativa do setor ainda é de dois anos difíceis para o mercado pela frente. “A partir disso, inicia-se a retomada da utilização de guindastes”, argumenta a executiva, destacando que a demanda e os preços seguem baixos. “É um setor que teve mais de 70% de utilização e que, atualmente, está em torno de 40%.”
Para Luiz Carlos Bellangero, gerente da Guindastes Tatuapé, a tendência é que o vigor da economia seja retomado com as medidas do novo governo. “Porém, face às dificuldades de retomada e a falta de verba inicial, acreditamos que o setor de infraestrutura será retomado aos poucos e somente a partir de 2020 é que poderemos usufruir dessas oportunidades, caso ocorram”, diz ele.
Para o executivo, o mercado ainda se encontra muito retraído, corroborando a previsão de um ano a um ano e meio para a retomada mais forte da produção. “Estamos utilizando mais ou menos em torno de 60% da capacidade produtiva”, revela. “E só haverá uma mudança de cenário a partir de um trabalho sério nas bases econômicas, com a liberação de créditos e incentivos.”
A Locar projeta retomada na utilização de guindastes de grande capacidade a partir de 2020
Já o diretor comercial da Cunzolo, Marcos Cunzolo, afirma ter expectativas de que o retorno ocorra já em 2019, fortalecendo-se após o segundo semestre. “Mas a demanda está retraída”, faz coro. “Há grande disponibilidade no mercado e baixa utilização.”
FABRICANTES
Do lado dos fabricantes, a perspectiva não é diferente. As empresas também enfrentam a ociosidade do mercado, o que pode ser um empecilho para novos investimentos. De acordo com Rodrigo Borges, gerente de vendas da Terex, já há quatro anos o mercado brasileiro está em baixa, após uma queda que representou algo em torno de 90% nas vendas. Diante desse cenário, o executivo também prevê uma recuperação mais consistente somente a partir do segundo semestre de 2020. “Existem várias obras de infraestrutura para serem acabadas e muitas outras que estão ‘no papel’ para serem aprovadas, o que gera uma expectativa para os próximos anos”, avalia. “A partir deste ano, no entanto, a economia pode começar a melhorar e o investidor externo voltar a investir e confiar no Brasil.”
No Brasil, o maior mercado para a Terex é o de locação, seguido pelas construtoras que compram os equipamentos. Esse é um ponto chave, pois, se confirmado o destravamento da infraestrutura, o setor de infraestrutura das regiões metropolitanas deverá ser um dos mais beneficiados pelos novos investimentos em mobilidade e saneamento hídrico. Assim, aliando atendimento direto agressivo na venda e no pós-venda, a empresa aposta suas fichas em soluções como o guindaste Demag AC250, indicado para operações urbanas e locais estreitos, prometendo boa manobrabilidade e direção em todos os eixos.
Na Manitowoc, a expectativa também é de recuperação, mas a empresa alerta que o cenário ainda é preocupante. “A demanda está muito aquém do desejado”, delineia Rene Porto, diretor de vendas da fabricante para a América Latina. “Grande parte dos nossos negócios no Brasil está girando em torno do parque de máquinas ativo, que movimenta nossas áreas de peças e serviços.”
Segundo Porto, a novidade positiva é a procura de clientes – tanto no Brasil como no exterior – pela área de treinamento. “Observamos que as empresas estão preocupadas com a atualização do pessoal e a manutenção das máquinas”, descreve. “Já a renovação da frota no Brasil, que representa 40% do potencial do mercado latino-americano, está hoje em menos de 1%. E esse é um indicador jamais visto no nosso histórico de décadas.”
FROTAS
No aspecto operacional, Marina Simões, da Locar, confirma que a crise afetou a disponibilidade da frota. Segundo ela, hoje não há disponibilidade de máquinas para obras e içamentos, por exemplo, pois muitos guindastes de grande porte foram vendidos para fora do país. “Atualmente, o Brasil tem poucas máquinas de grande capacidade disponíveis”, diz ela.
Na avaliação da executiva, a situação chegou ao seu nível mais crítico, com locadores vendendo equipamentos para o exterior. “Alguns também deixaram de fazer manutenção nas máquinas paradas como uma forma de economizar, já que o equipamento não está gerando receita”, analisa. “Mas isso é ruim para o mercado, pois, quando houver a retomada, os equipamentos poderão estar desgastados demais.”
Na mesma linha, Bellangero, da Tatuapé, cita que, no rastro do auge de mercado ocorrido há cinco anos, surgiram muitas empresas que não eram do setor e, por isso, acabaram sucumbindo com o mercado mais volátil. “Agora, em uma alta inesperada, deverão faltar alguns tipos de máquinas, principalmente as mais especificas e de maior potência e capacidade”, projeta.
Para a Tatuapé, podem faltar máquinas de maior potência e capacidade no país
Em contraponto a tal quadro, a Locar vem mantendo sua filosofia de atualização nas frotas. Recentemente, a empresa adquiriu quatro guindastes Liebherr LTM 1250-5.1, ressaltando a importância do perfil tecnológico dos produtos. “Desenvolvimentos tecnológicos recentes nos equipamentos, como os sistemas VarioBase e VarioBallast e o conceito de motor único, foram elementos decisivos para a compra”, diz a gerente executiva. “Aliás, esses modelos possuem a chamada interface FMS, um sistema de gestão de frota que pode ser usado para ler dados dos veículos, que por sua vez podem ser avaliados usando-se diferentes sistemas de telemetria. Os benefícios disso incluem a visualização das datas dos guindastes, status de operação, rodagem, tempos de paradas e outros, com uma superestrutura energizada por eixo mecânico.”
Também na Tatuapé, a despeito do cenário ainda frágil, a tecnologia será um diferencial na retomada. “O Brasil conseguiu alcançar um elevado padrão tecnológico nessa área, ainda que um pouco abaixo da média dos países mais avançados”, diz Bellangero, que vê boas perspectivas de mercado em segmentos como petrolífero, químico e de infraestrutura, que devem apresentar novas demandas.
Guindaste Demag AC250 é uma das apostas da Terex para a retomada da infraestrutura
Resta esperar como a demanda se comportará. Segundo Borges, da Terex, a região Norte tem sido uma grata surpresa, com uma demanda razoável gerada no segmento de mineração, assim como no de energia eólica. Para a Manitowoc, os segmentos mais promissores são as áreas de transporte, naval e energia. Já a Cunzolo aposta em novas demandas no setor de infraestrutura e energia eólica.
ESTRATÉGIAS
Mesmo passada a tempestade, o momento ainda é de cautela para as empresas, que seguem segurando a rédea dos investimentos. Nisso, todos são unânimes. “Antes, investíamos todos os anos, mas com a queda do mercado seguramos os investimentos”, afirma Marina Simões, da Locar. “Agora, iremos investir apenas com contratos de longo prazo garantido e que incluam equipamentos que não possuímos. Por isso, ainda não temos nenhuma estimativa de novos investimentos.”
A Cunzolo aposta em novas demandas no setor de infraestrutura e energia eólica
Com as fabricantes isso não é diferente. Para enfrentar o novo desenho do mercado, a Manitowoc também realinhou sua estratégia e concentrou a produção em uma única fábrica em cada continente, incluindo América, Europa e Ásia. “Com isso, hoje estamos preparados para atender às demandas mundiais”, destaca Porto.
Ele destaca que o Brasil segue sendo um cliente importante para a empresa, ao ponto de diversos itens incorporados às máquinas globalmente partirem de solicitações do mercado brasileiro. Nessa toada, a empresa vem apostando em diversos modelos de guindastes todo terreno, que se tornaram campeões de venda no Brasil e na América Latina, como os guindastes GMK5250L, com capacidade de 250 t, e GMK4100L-1, com capacidade de 100 t.
“São máquinas ao mesmo tempo compactas e robustas, o que as tornam bastante versáteis”, diz o especialista. “Outro ponto importante é que, graças ao alto padrão de qualidade estabelecido em nossos Centros de Verificação de Produtos (PVC) e às tecnologias patenteadas, nossos guindastes para terrenos acidentados da linha GRT estão mais confiáveis e saindo de fábrica com dois anos de garantia padrão.”
Por sua vez, a Terex também vem se preparando para um novo ciclo do mercado, oferecendo novas ferramentas de apoio ao cliente. A empresa recentemente lançou o programa My Terex, que disponibiliza assistência técnica 24 por dia, provendo suporte técnico para peças, serviços e treinamento. “Nosso objetivo é atingir um nível de satisfação de 100% entre nossos clientes e distribuidores, para que os produtos da Terex e Demag continuem a contribuir para construção das maiores obras na América Latina”, conclui Borges.
APLICATIVO AGILIZA MEDIÇÕES EM GUINDASTES
Lançado pela Makro Engenharia, o aplicativo Makro Mobile oferece ao usuário a possibilidade de fechamento diário de boletins de medição por equipamento. Desenvolvido especialmente para as áreas de segurança, operação e manutenção, o sistema possibilita que as principais rotinas fiquem disponíveis a todos os operadores e lideranças, facilitando a operação.
Pioneiro no setor de guindastes, aplicativo permite fechamento diário de boletins de medição por equipamento
“O desenvolvimento do aplicativo foi motivado pela necessidade de evoluirmos em processos, melhorarmos nossa eficiência operacional e, obviamente, nos tornarmos pioneiros no segmento de movimentação com essa ferramenta”, destaca Weverson Nascimento, especialista de marketing da empresa.
Saiba mais:
Cunzolo: www.cunzolo.com.br
Guindastes Tatuapé: www.guindastestatuape.com.br
Locar: www.locar.com.br
Makro: www.makroengenharia.com.br
Terex: www.terex.com.br/produtos/guindastes_ptbr
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