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Revista M&T - Ed.227 - Setembro 2018
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A Era das Máquinas

Colossos para obras monumentais

Por Norwil Veloso

Com dois motores, o motoscraper TS-24 foi a máquina mais bem-sucedida da Euclid

Nos anos 60, tudo parecia possível para a tecnologia moderna. Foi uma época de consolidação de conceitos dos anos 50, com ideias extremamente criativas no desenvolvimento dos equipamentos. Os volumes de escavação e aterro iam se tornando cada vez maiores, enquanto as máquinas foram crescendo para se adequar a essa nova situação.

O desenvolvimento das máquinas, que havia se iniciado na década anterior, continuou em ritmo forte. Muitos conceitos futurísticos, que não chegariam à escala comercial, foram desenvolvidos pelos departamentos de engenharia dos fabricantes.

A posição do operador passou a ser valorizada. Os equipamentos dispunham de assentos ergonômicos, que davam firmeza e conforto ao operador, alguns deles com joysticks incorporados aos braços. Esse conceito, inicialmente adotado nas escavadeiras, logo passou para quase todos os tipos de máquinas, continuando a ser aperfeiçoado nas décadas seguintes.

Conjuntos rodantes similares aos dos tratores de esteiras passaram a ser projetados para escavadeiras. Ainda nessa época surgiram outros conceitos novos, como o da Koehring “Skooper”, com caçamba shovel de 1,5 m3, mix de máquina hidráulica e a cabo, que foi seguida pela Skooper 505, hidráulica, com caçamba shovel de 3,25 m3, lançada em 1963.

EFICIÊNCIA

A população de escavadeiras hidráulicas cresceu rapidamente, tendo em vista as vantagens oferecidas. Essas máquinas podiam ser muito mais leves que as similares a cabo, uma vez que não necessitavam de tambores, guinchos e grandes comprimentos de cabos de aço, o que lhes dava maior mobilidade e versatilidade. O uso do shovel deu lugar ao do retro-shovel (backhoe), onde se conseguiram soluções de projeto muito mais eficientes.

À medida que a década avançava, ficava claro que as máquinas a cabo seriam substituídas pelas hidráulicas nas obras de médio porte, ficando restritas às obras de mineração e outras, nas quais fosse necessário um comprimento maior de lança e uma grande capacidade de escavação.

Em carregadeiras, buscava-se a melhor solução de projeto, ainda com chassi rígido. As vendas desse


Com dois motores, o motoscraper TS-24 foi a máquina mais bem-sucedida da Euclid

Nos anos 60, tudo parecia possível para a tecnologia moderna. Foi uma época de consolidação de conceitos dos anos 50, com ideias extremamente criativas no desenvolvimento dos equipamentos. Os volumes de escavação e aterro iam se tornando cada vez maiores, enquanto as máquinas foram crescendo para se adequar a essa nova situação.

O desenvolvimento das máquinas, que havia se iniciado na década anterior, continuou em ritmo forte. Muitos conceitos futurísticos, que não chegariam à escala comercial, foram desenvolvidos pelos departamentos de engenharia dos fabricantes.

A posição do operador passou a ser valorizada. Os equipamentos dispunham de assentos ergonômicos, que davam firmeza e conforto ao operador, alguns deles com joysticks incorporados aos braços. Esse conceito, inicialmente adotado nas escavadeiras, logo passou para quase todos os tipos de máquinas, continuando a ser aperfeiçoado nas décadas seguintes.

Conjuntos rodantes similares aos dos tratores de esteiras passaram a ser projetados para escavadeiras. Ainda nessa época surgiram outros conceitos novos, como o da Koehring “Skooper”, com caçamba shovel de 1,5 m3, mix de máquina hidráulica e a cabo, que foi seguida pela Skooper 505, hidráulica, com caçamba shovel de 3,25 m3, lançada em 1963.

EFICIÊNCIA

A população de escavadeiras hidráulicas cresceu rapidamente, tendo em vista as vantagens oferecidas. Essas máquinas podiam ser muito mais leves que as similares a cabo, uma vez que não necessitavam de tambores, guinchos e grandes comprimentos de cabos de aço, o que lhes dava maior mobilidade e versatilidade. O uso do shovel deu lugar ao do retro-shovel (backhoe), onde se conseguiram soluções de projeto muito mais eficientes.

À medida que a década avançava, ficava claro que as máquinas a cabo seriam substituídas pelas hidráulicas nas obras de médio porte, ficando restritas às obras de mineração e outras, nas quais fosse necessário um comprimento maior de lança e uma grande capacidade de escavação.

Em carregadeiras, buscava-se a melhor solução de projeto, ainda com chassi rígido. As vendas desse tipo de máquina aumentavam dez vezes mais rápido que as demais. Os fabricantes se sucediam: Allis-Chalmers, Aveling-Barford, Benoto, Bischoff, BM-Volvo, Case, Caterpillar, Chaseside, Euclid, Fiat, Ford, Fuchs, Hanomag, Hatra, Hough, JCB, Kockums, Komatsu, Massey-Ferguson, Michigan, O&K, Schopf, Schwing, Thew-Lorain, Yale/Trojan, Zettlemeyer e muitos outros.

Lançada em 1963, a Skooper 505 hidráulica tinha caçamba shovel de 3,25 m3

Também dessa década constam as primeiras minicarregadeiras. A Lanz Varimot foi lançada em 1961 com um conjunto de implementos intercambiáveis, ao passo que a Melroe Bobcat surgiu em 1963, tornando-se uma referência nesse tipo de máquina.

Em 1960, a Euclid lançou no mercado sua primeira carregadeira, a L-20, com chassi articulado, similar à Scoopmobile. No início, essa nova forma de direção não foi levada a sério. Em 1964, contudo, a Caterpillar lançou a 988 (3,8 m3), em 1965 a International lançou a Hough H-400 (7,7 m3) e a Michigan lançou a 475, todas com chassi articulado. O menor raio de curva levou a uma maior manobrabilidade. A máquina executava todo o ciclo em um espaço da ordem de duas vezes seu comprimento, com evidentes vantagens de menor distância percorrida e tempo menor.

Levando essa tendência ao extremo, a Eaton Yale projetou em 1965 a Trojan 8000 (7 m3), com dupla articulação. Em sua literatura, alegava “extrema manobrabilidade, redução de 80% no desgaste dos pneus, e melhor equilíbrio”. Mesmo assim, não progrediu a contento.


APERFEIÇOAMENTOS

Os fabricantes também procuraram desenvolver aperfeiçoamentos nos tratores e carregadeiras de esteiras. Uma das tentativas foi o uso de esteiras que giravam em sentidos opostos ao fazer as curvas, defendida por alguns e atacada por outros, até ser abandonada.

Em 1968, a Liebherr lançou o primeiro trator com transmissão hidrostática, que transmitia a potência para motores hidráulicos independentes instalados nas rodas motrizes.

Nos anos 60 também houve uma grande demanda de máquinas de grande porte. Iniciando-se com o Cat D9 e o Euclid TC-12 (com um trem de força completo para cada esteira), seguida pelo International TD-25 e, posteriormente, por outras máquinas com dois motores, como o Allis-Chalmers HD-41 e o Cat Dual D9. Em 1969, a Caterpillar lançou os tratores com roda motriz elevada.

Já os tratores pesados de pneus eram muito usados como pusher (trator empurrador) de motoscrapers, uma vez que sua mobilidade e velocidade eram maiores que as máquinas de esteiras, facilitando as manobras.

A Michigan produziu máquinas na faixa de 18 a 48 ton. A International lançou o D-500 Paydozer, de 66 ton e, em 1963, a Allis-Chalmers lançou o 555, de chassi articulado, com dois motores. As máquinas foram crescendo cada vez mais, sendo que a contribuição de LeTourneau – como vimos anteriomente – foi muito importante para isso. Em 1961, a Euclid iniciou a produção de motoscrapers com trator de eixo único com o S-24, posteriormente convertido no TS-24, com dois motores, a máquina mais bem-sucedida desse fabricante.

São dessa época também os scrapers elevatórios, lançados pela Hancock e utilizados em máquinas Allis-Chalmers, John Deere, Euclid, Michigan e LeTourneau. Em 1963, a Johnson se juntou à Caterpillar para lançar o J619, primeiro de uma série de máquinas Cat desse tipo.

Após a aquisição da LaPlant-Choate, em 1952, a Allis-Chalmers ampliou a linha de scrapers. Sua máquina mais famosa foi o TS-260, de 13 m3 com diferencial divisor de torque e cilindros que forçavam a penetração da borda da caçamba no solo, assegurando maior eficiência na carga.

Imagem da década de 1960 mostra o LeTourneau-Westinghouse Wabco Haulpak, que influenciaria toda a indústria de caminhões fora de estrada

DESDOBRAMENTOS

A evolução dos caminhões articulados, que podem operar em terrenos difíceis juntamente com escavadeiras hidráulicas, fez com que o uso dos scrapers e, consequentemente, dos tratores de pneus usados como pusher (trator que empurrava o scraper na carga), declinasse até desaparecer. Atualmente, essas máquinas são usadas somente em aplicações específicas.

Nas motoniveladoras, a configuração de três eixos com tandem traseiro foi consagrada, surgindo ainda algumas máquinas com tração e direção em todos os eixos. Outro avanço significativo ocorreu em 1967, quando a John Deere lançou a máquina JD570, com chassi articulado. Essa característica, com a direção do eixo dianteiro mantida, levou a uma significativa redução dos raios de curva e aumentou a produtividade.

Para os caminhões, o projeto da linha “Haulpak” da LeTourneau-Westinghouse, de 1957, influenciou significativamente todos os demais fabricantes. Os projetos deixaram de seguir os caminhões rodoviários e passaram a seguir parâmetros próprios, surgindo muitos novos fabricantes no mercado. No final da década, surgiram caminhões rígidos com tração em todos os eixos, até que os articulados, na década de 70, resolveram definitivamente o problema de trabalho em terrenos difíceis.

Leia na próxima edição: O reinado das escavadeiras fora dos trilhos

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