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Revista M&T - Ed.70 - Abr/Mai 2002
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ENTREVISTA

As ideias de Mr. Fiatallis

Ele veio para o Brasil em 1969, contratado pelo Grupo Fiat como assistente de diretoria da então Tratores Fiat do Brasil. Pelo contrato, sua permanência aqui seria de somente dois anos, depois do que poderia voltar à Itália. Não voltou mais, passados 33 anos, senão em viagens de negócios ou para rever Viterbo, a cidade onde nasceu e se formou em engenharia de produção, localizada entre as famosas Roma e Firenze.
No Brasil, Gino Cucchiari casou-se, teve filhos e ganhou a alcunha de "Mr. Fiat AIlis", assumindo para o mercado latino-americano de equipamentos pesados a personificação tropical da fabricante italiana. Efetivado em 1990 como diretor comercial da empresa, se mantém há 22 anos no cargo, façanha inédita entre ocupantes anteriores.
Por sua gestão passaram nada menos que o lançamento comercial das motoniveladoras FG 140,170 e 200, das linhas FR e FW de pás-carregadeiras, das séries FH e FX de escavadeiras, das retro FB e dos tratores de esteira FD, que deram à Fiat AIlis a liderança em diversos segmentos de mercado no País. Nesta entrevista à revista M&T, Gino fala das particularidades do mercado latino-americano, do pioneirismo da FiatAIlis na introdução de escavadeiras no Brasil, e do desenvolvimento de novos produtos dentro de uma corporação multimarca como o Grupo CNFI. "Se a Ferrari comprasse a McLaren, iria usar o que a McLaren tem de melhor, sem descontinuar a sua própria tecnologia".

M&T O que caracteriza o mercado latino-americano e o brasileiro em particular? Quais as expectativas dos usuários da região?

Gino Cucchiari: O usuário daqui gosta de tecnologia como o de qualquer outro lugar. A diferença é que nem sempre ele pode pagar por essa tecnologia. Ao mesmo tempo, ele não quer equipamentos específicos e restritos a essa ou aquela aplicação. Ele quer versatilidade e robustez.

M&T: Então, ainda é preciso atender esse mercado com uma máquina "regionalizada"?


Ele veio para o Brasil em 1969, contratado pelo Grupo Fiat como assistente de diretoria da então Tratores Fiat do Brasil. Pelo contrato, sua permanência aqui seria de somente dois anos, depois do que poderia voltar à Itália. Não voltou mais, passados 33 anos, senão em viagens de negócios ou para rever Viterbo, a cidade onde nasceu e se formou em engenharia de produção, localizada entre as famosas Roma e Firenze.
No Brasil, Gino Cucchiari casou-se, teve filhos e ganhou a alcunha de "Mr. Fiat AIlis", assumindo para o mercado latino-americano de equipamentos pesados a personificação tropical da fabricante italiana. Efetivado em 1990 como diretor comercial da empresa, se mantém há 22 anos no cargo, façanha inédita entre ocupantes anteriores.
Por sua gestão passaram nada menos que o lançamento comercial das motoniveladoras FG 140,170 e 200, das linhas FR e FW de pás-carregadeiras, das séries FH e FX de escavadeiras, das retro FB e dos tratores de esteira FD, que deram à Fiat AIlis a liderança em diversos segmentos de mercado no País. Nesta entrevista à revista M&T, Gino fala das particularidades do mercado latino-americano, do pioneirismo da FiatAIlis na introdução de escavadeiras no Brasil, e do desenvolvimento de novos produtos dentro de uma corporação multimarca como o Grupo CNFI. "Se a Ferrari comprasse a McLaren, iria usar o que a McLaren tem de melhor, sem descontinuar a sua própria tecnologia".

M&T O que caracteriza o mercado latino-americano e o brasileiro em particular? Quais as expectativas dos usuários da região?

Gino Cucchiari: O usuário daqui gosta de tecnologia como o de qualquer outro lugar. A diferença é que nem sempre ele pode pagar por essa tecnologia. Ao mesmo tempo, ele não quer equipamentos específicos e restritos a essa ou aquela aplicação. Ele quer versatilidade e robustez.

M&T: Então, ainda é preciso atender esse mercado com uma máquina "regionalizada"?

Cucchiari: Não, porque hoje em dia não há mais máquinas regionais e sim um projeto global que, apesar disso, se adapta mais ao mercado latino-americano. Isso acontece porque, em função de problemas de importação, a opção que se tinha era a de utilizar máquinas e equipamentos nacionais. Como não havia uma diversidade de modelos, a aplicação dos existentes foi flexibilizada: se no pé de rocha era preciso uma escavadeira de 5 m^, usava-se uma de 3 m³ A (nova geração de escavadeiras) FX, por exemplo, pode trabalhar tanto em uma praia brasileira de clima tropical, quanto nos Andes Chilenos, com temperaturas abaixo de zero.

M&T: Mas hoje, mesmo no Brasil, já há uma diversidade maior de alternativas.

Cucchiari: Há, mas não é só isso. Nos Estados Unidos, por exemplo, há lâminas no lugar de dentes nas pás-carregadeiras, porque lá elas servem apenas para carregar material sólido, não para escavar. Com a topografia daqui, todas as máquinas têm que escavar, inclusive carregadeiras e retrós. Também acontece que lá, para qualquer trabalhinho bobo emprega-se um D8, quando um trator menor daria conta. Aqui é o inverso: precisa-se de um trator maior? Usa-se um menor no limite da capacidade, porque a competição maior se dá na faixa dos preços. Então, é uma questão de baixar esses preços, embora no Brasil eles sejam menores que no resto do mundo.

M&T: Como conciliar a necessidade de se produzir localmente, se beneficiando da linha Finame e custos em reais, equipamentos com os mais recentes recursos tecnológicos embarcados e competitivos em escala global?

Gino Cucchiari: Estabelecendo uma base de exportação sólida no Brasil. A fábrica da CNH em Contagem (MG)já é fornecedora mundial de motoniveladoras e tratores de esteira da FiatAIlis e já exportamos de 30 a 40% de nossa produção. Queremos também reduzir o percentual de peças importado e convencer fornecedores a se instalarem no Brasil ao nosso lado.

M&T: O senhor citou a (escavadeira) FX. O que ela representa em termos de evolução em relação às gerações anteriores, a FH 200 ou mesmo a 590, também fabricadas no Brasil?

Cucchiari: A linha de escavadeiras fabricadas no Brasil começou em 1973, com a 590. Naquele, o Brasil começou a utilizar escavadeiras hidráulicas, principalmente em trabalhos antigamente só possíveis pelo conjunto trator de esteira/pá-carregadeira. O projeto da 590 agregava todos os conceitos atuais de uma escavadeira hidráulica, obviamente, sem a eletrônica embarcada hoje existente nesse segmento. De lá para cá, a 590 permaneceu enquanto modelo que teve sua tecnologia atualizada em outras, como a FH 200, que também foi líder por 8 anos e, agora, a FX.

M&T: A FiatAIlis, então, reivindica um certo pioneirismo no desenvolvimento e introdução das escavadeiras hidráulicas...

Cucchiari; Efetivamente as máquinas que mais evoluíram no nosso sistema foram as escavadeiras hidráulicas. É claro que, nesse segmento, temos muitos Santos Dumont e Irmãos Wright, discutindo quem chegou primeiro. Isso não é o mais importante, embora se saiba que a tecnologia original é a italiana, que fez primeiro, seguida dos franceses. No caso da FX, a FiatAIlis fez vários testes que, em relação a concorrentes do mercado mundial, obtiveram uma resposta além do esperado, que coloca nosso produto acima da média mundial em qualidade, conforto, produtividade e performance.

M&T: Como essa evolução das escavadeiras poderia ser exemplificada?

Cuchiari: Essa evolução, no início, era muito limitada pela pressão que se podia dar ao sistema hidráulico. As Poclain, por exemplo, já tinham alta pressão, mas faltava uma mangueira que suportasse isso. Então, determinados componentes não evoluíam contemporaneamente a outros. A S90 já tinha o sistema de baixa pressão que era bem suportado por todos os componentes. Hoje, a FX já conta com três bombas hidráulicas, contra duas da linha Hitachi e posso dizer que três bombas é o ideal para dar à máquina toda a simultaneidade de movimento, sem perda de velocidade.

M&T: Aliás, aproveitando essa sua referência à Hitachi, houve a dissolução da parceria com a Fiat e a compra da Kobelco., com isso, a FiatAIlis passa imediatamente a adotar a tecnologia da Kobelco?

Cucchiari: Vamos dizer, por exemplo, que se a Ferrari comprasse a McLaren, ela iria utilizar o que a McLaren tivesse de melhor em tecnologia. O fato de comprar uma outra fabricante não implica em descontinuar sua tecnologia, mas aproveitar o que a outra tem de melhor. Na FX 21 5, por exemplo, há tecnologia Hitachi, como a da O&K. Com a compra da Kobelco, o que a Kobelco tiver de. bom vai ser incorporado. E só.

M&T: O senhor costuma dizer que as máquinas da FiatAIlis são superdimensionadas. Isso não é um contra-senso?

Cucchiari: É um fato. Os dados que constam dos nossos prospectos de divulgação e, portanto, são públicos, não têm nenhuma manipulação. A nosso retro tem 10% a mais de força de escavação, 41,7% a mais de capacidade hidráulica e 36% a mais de capacidade de carga. Um outro exemplo é o da pá-carregadeira onde oferecemos 7,0% a mais na altura de descarga, 15,8% a mais na capacidade da caçamba, 59% a mais na força de desagregação e 120% a mais sobre a capacidade de carga. Além disso, nós criamos uma classe que não existe, a de 2,75 jardas. Tanto que ela até parece desproporcional em tamanho pelo tipo de pneu.

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