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Revista M&T - Ed.288 - Outubro 2024
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A ERA DAS MÁQUINAS

A inovação do Dumptor Koehring

A Koehring foi um fabricante que operou de 1907 a 1987, produzindo diversos equipamentos, principalmente escavadeiras e guindastes.
Por Norwil Veloso


Na década de 40, os Dumptors da Koehring iniciaram uma tradição
na linha de equipamentos para transporte de material escavado

A Koehring foi um fabricante que operou de 1907 a 1987, produzindo diversos equipamentos, principalmente escavadeiras e guindastes.

A empresa foi pioneira na fabricação de escavadeiras hidráulicas, com a introdução da Skooper 505 (sobre a qual já falamos anteriormente neste espaço), que seguia um conceito diferente das atuais, operando com caçamba frontal de características similares às dos shovel a cabo, mas com produtividade muito maior.

A posterior evolução das escavadeiras hidráulicas levou à consagração da configuração retro, que permitia escavar abaixo do nível do solo, onde a máquina estava posicionada, de modo que a solução da Skooper acabou por ser abandonada.

No final da décad



Na década de 40, os Dumptors da Koehring iniciaram uma tradição
na linha de equipamentos para transporte de material escavado

A Koehring foi um fabricante que operou de 1907 a 1987, produzindo diversos equipamentos, principalmente escavadeiras e guindastes.

A empresa foi pioneira na fabricação de escavadeiras hidráulicas, com a introdução da Skooper 505 (sobre a qual já falamos anteriormente neste espaço), que seguia um conceito diferente das atuais, operando com caçamba frontal de características similares às dos shovel a cabo, mas com produtividade muito maior.

A posterior evolução das escavadeiras hidráulicas levou à consagração da configuração retro, que permitia escavar abaixo do nível do solo, onde a máquina estava posicionada, de modo que a solução da Skooper acabou por ser abandonada.

No final da década de 40, a Koehring lançou os primeiros Dumptors, iniciando uma série de equipamentos de transporte de material escavado.

Produzida por cerca de 20 anos, essa série diferenciada de basculantes compreendeu modelos de diferentes capacidades, seguindo um mesmo conceito.

No final do período de produção, as máquinas ganharam algumas características mais convencionais.

CARACTERÍSTICAS

O equipamento foi projetado para trabalhar sem necessidade de manobras, permitindo o uso em locais confinados como túneis, cortes e trabalhos a meia encosta.

A série 60, de maior produção, compreendia diversos modelos, com capacidade de 7,5 ton (4 m3 rasa e 4,8 m3 coroada 3:1).

As dimensões para transporte (C x L x A) eram de 4,50 x 2,50 x 2,24 m, e o peso em ordem de marcha era de 8.100 kg.

Segundo a fabricante, podia trafegar em rampas de até 24% totalmente carregado e de 33% quando vazio.

A máquina trazia um chassi bastante robusto, eixo direcional com pneus menores (10.00-20, 12 PR) e outro, de tração, com pneus maiores (16.00-25, 16 PR), além de distância entre eixos de 2,60 m e bitola de 1,87 m.

O eixo direcional tinha oscilação de 0,53 m, enquanto o traseiro era rígido. Já o raio de giro era de 5,56 m.

Essas características dimensionais asseguravam estabilidade excepcional e alta capacidade de manobra em espaços apertados, além de maior facilidade de tráfego em terrenos difíceis e acessos íngremes.

O motor era um Detroit Diesel (GM) 4-71 de dois tempos, com potência de 109 hp a 1.800 rpm e torque de 310 lb.pé (420 Nm) a 1.100 rpm, enquanto a embreagem monodisco a seco era acoplada a uma transmissão mecânica de engreno constante, com três marchas à frente e três à ré, que permitiam variação de velocidade de 7 a 27 km/h.

Além disso, o sistema diferencial possuía correntes acopladas aos semieixos.

Outra característica da solução eram os freios hidráulicos a tambor, somente nas rodas de tração.

Em termos de operação, o conceito de movimentação à frente e à ré poderia ser simplesmente abandonado, definindo-se que havia dois sentidos de locomoção com características similares de torque e velocidade.

Isso acabou por se tornar uma solução completa de projeto, como será mostrado a seguir.

“CARA PARA TRÁS”

Principalmente nos primeiros modelos, a principal característica do conceito era manter a carga à frente do operador. Isso tornava a entrada no local de carga um tanto difícil, pois a caçamba limitava bastante a visibilidade.

Mas a saída era ainda pior, pois em vez de manobrar, a máquina saía no sentido inverso (o que colocava o operador de costas para o sentido de locomoção).


Especialmente nos primeiros modelos, a principal característica
da Série 60 era manter a carga à frente do operador

Devido a essa posição do operador, os modelos iniciais ficaram conhecidos como “cara para trás”.

Nas séries posteriores, foi incorporado um segundo conjunto de volante, além de pedais e caixa de direção na face oposta do posto de trabalho, instalando-se um assento giratório, de modo que o operador entrava de frente, com a caçamba à frente, dirigindo o Dumptor como explicado anteriormente.

Para sair, em vez de usar o sistema “cara para trás”, girava o assento e passava a usar o segundo conjunto de direção e os comandos, saindo do local de carga olhando para a frente, com a caçamba atrás do posto do operador.

O Dumptor não dispunha de sistema hidráulico para basculamento, que era feito por gravidade.

A caçamba, por sua vez, não tinha pontos de pivotamento, possuindo trilhos curvos em sua parte inferior, que se moviam sobre uma pista, assim como uma trava que, quando acionada, soltava a caçamba.

A distribuição de peso fazia com que se inclinasse e descarregasse o material após uma movimentação, seguida de freada brusca em um dos sentidos.

Também havia duas correntes, uma de cada lado, que limitavam esse movimento da caçamba.

Para colocar a caçamba novamente na posição de carga, era necessário mover a máquina no sentido oposto e freá-la bruscamente, fazendo com que a caçamba subisse novamente e ficasse presa pela trava.

O fabricante teve o cuidado de instalar um cinto de segurança para manter o operador firme em seu posto de trabalho.


Série 100 assimilou tecnologias de produtividade e segurança

Lançada alguns anos depois da Série 60, a Série 100 incorporava novas tecnologias, além de oferecer maior capacidade (18 ton).

O peso em ordem de marcha passou para 14,6 ton, a rampa máxima subiu para 28,5% carregado e a velocidade máxima passou para 38,6 km/h.

O modelo era equipado com motor GM 6-71, com potência de 218 hp a 2.100 rpm e torque máximo de 370 lb.pé (502 Nm) a 1.600 rpm.

A nova versão passou a utilizar um conversor de torque Allison na saída do motor, acoplado a uma transmissão Powershift, com duas marchas em cada sentido, além de diferencial convencional, sem correntes.

Os freios passaram a ser pneumáticos nas quatro rodas, incorporando-se ainda um sistema hidráulico para o basculamento, que mantinha a possibilidade de basculamento por gravidade.

Como recurso adicional de segurança, também foi incorporada uma cabina, antes opcional na série 60, mantendo-se os conjuntos de operação nos dois sentidos de locomoção.


Com projeto remodelado, o modelo da Série 100 trazia motor GM 6-71 com potência de 218 hp

*Com informações da HCEA – Historical Construction Equipment Association,
que gentilmente enviou material de referência para a seção

Leia na próxima edição:
Os guindastes na década de 30

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