Com 38 metros de altura, este guindaste com lança ajustável foi construído antes de 1910 pelo fabricante inglês Morris & Bastert
Na segunda metade do século XIX, a produção de guindastes da Inglaterra era a mais avançada do mundo, graças a um fato bastante incomum. Em 1826, Joseph Bramah, o inventor da prensa hidráulica, construiu um guindaste acionado por água pressurizada que, embora não tenha apresentado vantagens significativas sobre as máquinas disponíveis no mercado, abriu caminho para um futuro promissor.
Somente 20 anos depois, William George Armstrong produziu o primeiro guindaste de aplicação geral acionado por água pressurizada, que utilizava três pistões para os diferentes níveis de carga. A água era pressurizada a 6 bar e a elevação era feita por um sistema de correntes e polias. Havia ainda um cilindro para acionamento do giro.
Em 1851, Armstrong desenvolveu o acumulad
Com 38 metros de altura, este guindaste com lança ajustável foi construído antes de 1910 pelo fabricante inglês Morris & Bastert
Na segunda metade do século XIX, a produção de guindastes da Inglaterra era a mais avançada do mundo, graças a um fato bastante incomum. Em 1826, Joseph Bramah, o inventor da prensa hidráulica, construiu um guindaste acionado por água pressurizada que, embora não tenha apresentado vantagens significativas sobre as máquinas disponíveis no mercado, abriu caminho para um futuro promissor.
Somente 20 anos depois, William George Armstrong produziu o primeiro guindaste de aplicação geral acionado por água pressurizada, que utilizava três pistões para os diferentes níveis de carga. A água era pressurizada a 6 bar e a elevação era feita por um sistema de correntes e polias. Havia ainda um cilindro para acionamento do giro.
Em 1851, Armstrong desenvolveu o acumulador de água pressurizada, que mantinha a água sob pressão para uso quando necessário.
A fabricação de guindastes era quase uma paixão nacional, liderada por G. Stothert & Co., que posteriormente ficou conhecida pelo nome Stothert & Pitt.
Em 1864, a empresa produziu o primeiro guindaste com giro de 360o, que recebeu a medalha de ouro na Exposição Universal de 1867, em Paris. Com capacidade de 6 t, a máquina tinha a caldeira em uma das extremidades e o guindaste na outra, o que lhe dava um movimento bastante equilibrado.
Um guindaste similar com garra para manuseio de materiais foi patenteado em 1883 por Joseph Henry Wild. A garra podia ser usada em máquinas de diversos fabricantes, sendo produzida até 1927, embora já a partir de 1875 tivesse a concorrência da garra criada por William Dent Priestman, que foi o principal produto dessa empresa por quase meio século.
Em 1884, esta grua a vapor construída pela firma inglesa Smith of Rodley foi equipada pelo empresário da construção Whitaker com uma pá de escavação, tornando-se assim a primeira escavadeira totalmente giratória da história
AVANÇOS
Por volta de 1890, a Stothert & Pitt desenvolveu um guindaste a vapor com projeto bastante avançado para a época, cujas capacidades chegaram a atingir 50 t.
Em 1869, apareceu uma nova empresa em Ipswich, Suffolk, formada a partir de uma divisão da Ransome, Sims & Head, fabricante de equipamentos agrícolas. A nova empresa foi fundada por J. A. Ransome, R. J. Ransome e R. C. Rapier, tornando-se famosa como Ransomes & Rapier.
Os primeiros guindastes foram exportados para a China em 1875 e, em 1888, foi produzido o primeiro guindaste a vapor “Titan”, de 30 t. Essas máquinas se tornaram muito populares entre as empreiteiras que trabalhavam na construção de portos.
O avanço do comércio internacional trouxe um aumento do transporte marítimo e da necessidade de construção e ampliação de portos. Os guindastes “Titan” tinham a capacidade necessária para executar esses serviços com facilidade, o que acelerou significativamente os processos construtivos utilizados até então.
Em 1875, a empresa Taylor & Co. foi responsável pela produção do primeiro guindaste pesado. Com capacidade de 70 t e lança de 17 m, possuía mecanismos de elevação e giro acionados por um motor duplo a vapor. Além disso, foi a primeira máquina a utilizar uma cremalheira contínua para executar o giro da plataforma superior.
Em 1879, um ex-funcionário da Appleby Brothers, Henry James Coles, fundou um pequeno escritório de engenharia. A Appleby Bros. era uma fundição bastante envolvida com a fabricação de guindastes na época, tendo apresentado em 1867 em Paris um guindaste sobre trilhos construído com estrutura de chapas e, em 1873, na Exposição Mundial de Viena, um guindaste de 5 t para cais, montado numa vagoneta tipo pórtico e que durante muito tempo passou a ser considerado padrão para uso em portos.
Após a saída da Appleby, Henry J. Coles fundou sua empresa em conjunto com três dos seus irmãos, Frederick, Walter e Ernest, que também haviam trabalhado na Appleby. Após poucos anos, receberam as primeiras patentes, seguidas de muitas outras.
Um de seus produtos iniciais foi um pórtico a vapor, lançado em 1887 e utilizado em obras portuárias na Grécia. Dotado de um sistema de elevação por correntes e polias, o equipamento podia elevar blocos de até 21 t e transportá-los ao longo de trilhos. Esses guindastes passaram a fazer parte do portfólio a partir de 1894.
VAPOR
Na última década do século XIX tornaram-se comuns guindastes a vapor montados sobre trilhos, com giro de 360o e implemento tipo garra. A Coles produzia uma média de 15 a 20 dessas máquinas por ano, com capacidades variando entre 2 e 10 t, sendo metade exportada para o mundo todo, inclusive China e Rússia.
Em 1894, foi produzido um guindaste desse tipo, com capacidade de 15 t. Três anos depois, a Coles lançou um guindaste a vapor com giro de 360o.
Mas não havia como saber a capacidade real de cada guindaste. Assim, era comum os operadores e equipes de construção estimarem a capacidade simplesmente tentando elevar a carga. Na construção de portos, por exemplo, era comum o tombamento de guindastes enormes, devido ao balanço descontrolado de suas cargas.
No final do século, os tratores a vapor, utilizados na construção para transportar estruturas e componentes maiores por distâncias longas, tornavam interessante dispor de guindastes para carga e descarga em ambas as extremidades do percurso.
Assim, foi uma evolução lógica combinar o guindaste com os tratores (também chamados locomóveis), uma solução tipicamente inglesa, que se iniciou em 1874. Em 1905, a empresa Clayton & Shuttleworth começou a produzir essas máquinas combinadas, com capacidade máxima de 4,5 t. Por volta de 1910, Aveling & Porter produziram guindastes com giro de 180o, que pareciam pouco estáveis.
Por volta da virada do século, a empresa alemã Voss & Wolter iniciou a produção de mastros com pontes rolantes para o transporte de materiais de construção
No início do século XX, John Fowler também começou a fabricar tratores desse tipo, acoplando guindastes produzidos por Smith para elevação de cargas até 6 t. As máquinas se deslocavam com velocidades de até 30 km/h.
Os projetistas da época procuraram evoluir dos tratores com guindastes para máquinas mais eficientes. Foi criado assim um chassi mais robusto, o pivô central se tornou mais estável e buscou-se uma melhor distribuição do peso.
O último trator convertido foi fabricado pela McLaren-Leeds no final da década de 30, mas poucas foram unidades produzidas.
Guindaste histórico retorna à Liebherr
O Centro de Guindastes de Torre em Bad Waldsee, na Alemanha, ostenta uma nova atração. Após mais de 50 anos, a clássica grua Form 30A/35 foi localizada e restaurada ao seu estado original por um fã da Liebherr, que emprestou o equipamento para exibição.
A Liebherr construiu cerca de 3.000 unidades do guindaste, que foi produzido de 1962 até meados dos anos 70. Foi um dos modelos de médio porte mais utilizados de sua época, marcando o início de uma nova era na construção de guindastes, pois foi o primeiro de seu tipo construído com perfis tubulares ocos, em vez dos perfis em L usados anteriormente.
A grua de médio porte Form 30A/35 foi uma das mais utilizadas de sua época
Construído em 1969, o equipamento foi descoberto por Stephan Keim em 2008, totalmente enferrujado e com componentes danificados. Para evitar que fosse sucateada, o funileiro trabalhou durante anos para devolver a máquina ao seu estado funcional original.
Antes que pudesse ser montada nas instalações da Liebherr, a grua precisou ser desmontada e transportada de Aschaffenburg para Bad Waldsee em dois caminhões, em uma viagem de 350 km. No local, Keim e uma equipe de mecânicos da Liebherr remontaram o guindaste em dois dias.
“Estamos entusiasmados que esta parte da história da Liebherr tenha voltado para nós”, diz Michael Goll, líder de comunicação global e desenvolvimento organizacional da Liebherr-Werk Biberach. “Ao longo dos anos, muitas máquinas históricas de construção foram retiradas de serviço e sucateadas. Para nós, é importante preservar a história e Keim fez uma importante contribuição para isso.”
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