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Revista M&T - Ed.254 - Junho 2021
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A Era das Máquinas

A evolução dos pneus

Por Norwil Veloso

A evolução modernados pneus teve a participação de diversos inventores, na Europa e nos EUA

Por volta de 1830, o inventor Charles Goodyear (1800-1860) descobriu que a borracha cozida com enxofre em altas temperaturas mantinha suas condições de elasticidade em qualquer temperatura. O norte-americano chamou esse processo de vulcanização.

Aos poucos, os veículos começaram a ganhar aros revestidos de borracha que, contudo, eram duros e se quebravam facilmente. Em 1845, o engenheiro André Michelin (1853-1931) patenteou o primeiro pneu para automóvel.

Em 1888, o inventor escocês John Boyd Dunlop (1840-1921) inventou os primeiros pneus com câmara de ar para o triciclo de seu filho. Para isso, inflou alguns tubos de mangueira de látex e envolveu com uma manta de lona para proteger, instalando-os em volta das rodas.

Mas o pedido de patente, feito em 1889, foi contestado por Robert Thompson (1822-1873), que já havia solicitado patentes na França e nos Estados Unidos. Na batalha jurídica que se seguiu, Dunlop foi vitorioso e validou sua patente.

Inicialmente, os pneus com câmara eram feitos apenas para bicicletas, por não suportarem muito peso. Tanto que os primeiros pneus de caminhão eram maciços e assim continuaram por muitos anos.

DESENVOLVIMENTO

Apenas três anos após pedir a patente original, os irmãos Michelin registraram uma patente de pneus desmontáveis, o que reduziu significativamente o processo, o tempo e os custos dos reparos. Naquela altura, C. K. Welch (1861-1929) já havia inventado o pneu com rebordo, fixado ao aro por meio de fios de aço trançados, que formavam uma espécie de cinta, antecessor do talão.

Mas o princípio do tubo amarrado ao aro acabou sendo incorporado à estrutura do pneu, dando origem aos primeiros pneus diagonais em 1904. Os pneus, contudo, continuavam sendo frágeis e aqueciam muito.

Em 1898, Frank Seiberling (1859-1955) fundou a Goodyear Tire & Rubber C


A evolução modernados pneus teve a participação de diversos inventores, na Europa e nos EUA

Por volta de 1830, o inventor Charles Goodyear (1800-1860) descobriu que a borracha cozida com enxofre em altas temperaturas mantinha suas condições de elasticidade em qualquer temperatura. O norte-americano chamou esse processo de vulcanização.

Aos poucos, os veículos começaram a ganhar aros revestidos de borracha que, contudo, eram duros e se quebravam facilmente. Em 1845, o engenheiro André Michelin (1853-1931) patenteou o primeiro pneu para automóvel.

Em 1888, o inventor escocês John Boyd Dunlop (1840-1921) inventou os primeiros pneus com câmara de ar para o triciclo de seu filho. Para isso, inflou alguns tubos de mangueira de látex e envolveu com uma manta de lona para proteger, instalando-os em volta das rodas.

Mas o pedido de patente, feito em 1889, foi contestado por Robert Thompson (1822-1873), que já havia solicitado patentes na França e nos Estados Unidos. Na batalha jurídica que se seguiu, Dunlop foi vitorioso e validou sua patente.

Inicialmente, os pneus com câmara eram feitos apenas para bicicletas, por não suportarem muito peso. Tanto que os primeiros pneus de caminhão eram maciços e assim continuaram por muitos anos.

DESENVOLVIMENTO

Apenas três anos após pedir a patente original, os irmãos Michelin registraram uma patente de pneus desmontáveis, o que reduziu significativamente o processo, o tempo e os custos dos reparos. Naquela altura, C. K. Welch (1861-1929) já havia inventado o pneu com rebordo, fixado ao aro por meio de fios de aço trançados, que formavam uma espécie de cinta, antecessor do talão.

Mas o princípio do tubo amarrado ao aro acabou sendo incorporado à estrutura do pneu, dando origem aos primeiros pneus diagonais em 1904. Os pneus, contudo, continuavam sendo frágeis e aqueciam muito.

Em 1898, Frank Seiberling (1859-1955) fundou a Goodyear Tire & Rubber Co., começando a fabricar pneus para bicicletas. Em 1908, fabricou os primeiros pneus com sulcos na banda de rodagem, aumentando a capacidade de tração. Em 1926, a Goodyear alcançou o primeiro posto como produtor em nível mundial. No mesmo ano, a B. F. Goodrich passou a adicionar negro de fumo à borracha, criando um material mais resistente e durável.

Os pneus de grandes dimensões foram mais uma entre as tantas invenções de R. G. LeTourneau (na foto)

Todavia, as lonas de algodão causavam uma série de problemas nos pneus, principalmente deformações. Para fortalecer a estrutura, foram substituídas por fibras sintéticas (nylon e rayon). Assim, os pneus ficaram mais leves, mais resistentes e produziam menos calor.

Mas ainda havia problemas de estabilidade, pois os estreitos eram ótimos na chuva e na lama, mas tinham péssimo desempenho em alta velocidade, chegando mesmo a se soltar do aro. Já os largos eram bons no asfalto, mas problemáticos na chuva.

Foi então que a Michelin lançou o primeiro pneu radial, em 1946. Em vez das faixas, trazia uma estrutura ao longo do raio, ligada a cintas de aço. Essa configuração gerava menos calor e assegurava maior resistência, permitindo o projeto de pneus com seção mais baixa e largura maior da banda de rodagem.

Inicialmente, os pneus radiais tiveram maior sucesso na Europa. Somente em 1960, a B. F. Goodrich produziu e comercializou pneus no mercado norte-americano, mas não teve grande aceitação, devido ao custo mais alto e à maior dificuldade de produção. Na década de 70, a Goodyear tentou novamente lançar os pneus radiais nos EUA, produzindo a primeira unidade em 1977.

Já os pneus de grandes dimensões foram mais uma entre as tantas invenções de R. G. LeTourneau (1988-1969), que precisava dos componentes para desenvolver suas máquinas. Como nenhum fabricante se dispusesse a produzi-los, em 1954 o genial inventor fez um acordo com Harvey Firestone (1868-1938): se a LeTourneau produzisse os moldes, a Firestone produziria os pneus.

E assim foi criada a tecnologia de pneus gigantes de baixa pressão, que veio a equipar com sucesso toda a linha desse fabricante e, posteriormente, de todos os demais. Nos anos subsequentes, os pneus passaram a ser fabricados em dimensões cada vez maiores, chegando a 4,30 m e 7 ton.

TENDÊNCIAS

As pesquisas atuais buscam soluções que sejam amigáveis, ecologicamente interessantes e operacionalmente eficientes. De modo geral, são os mesmos parâmetros que se procura melhorar no pneu: resistência ao rolamento, mobilidade (com soluções para o autorreparo de pequenos furos ou a possibilidade de rodar vazio, por exemplo), conectividade (uso de sensores para a criação de pneus “inteligentes”) e redução do peso e do ruído.

A visão recorrente é que as características serão ditadas pelos veículos elétricos, mais pesados devido às baterias, mas também mais silenciosos, assim como pelos veículos autônomos, que terão um comportamento mais uniforme e vida útil maior, e pelas frotas, que utilizam os veículos durante um período maior do dia.

Em 2016, a Michelin apresentou um pneu conceito com estrutura tipo favo de mel (imagem superior). No ano seguinte, a Goodyear introduziu pneus esféricos, que podem ser produzidos em impressoras 3D

O desenvolvimento mostra algumas tendências surpreendentes. Em 2016, a Michelin apresentou um pneu conceito com um a estrutura tipo favo de mel, feito de um composto de materiais orgânicos ou de reciclagem, cuja banda de rodagem pode ser recarregada com uma impressora 3D quando estiver com desgaste ou precisar ser adaptada a uma necessidade particular de mobilidade (fora de estrada, chuva, neve).

A Continental procurou atuar na sustentabilidade, permitindo a reutilização da borracha de pneus de caminhões após o término da vida útil. Criou também um pneu para veículos híbridos que oferece uma resistência ao rolamento 30% menor. Já a Goodyear apresentou no Salão de Genebra, em 2017, as rodas conceito Maglev com pneus esféricos que podem girar 360o e ser produzidos em impressoras 3D.

Segundo a fabricante, essa solução propicia melhor manobrabilidade e resposta em situações de baixa aderência, além de propiciar um movimento mais suave numa troca de faixas ou ao entrar em uma vaga, sem necessidade de alterar a posição da frente do veículo graças à possibilidade de movimento lateral.

No mesmo ano, a Pirelli presentou o Cyber Car System, com sensores que avaliam o estado dos pneus e transmitem as informações para um controle eletrônico situado no interior do veículo.

PNEUS NO BRASIL

Em 1924, foi implantado o Plano Geral de Viação Nacional, que viabilizou a fabricação de pneus no Brasil. A produção efetiva, entretanto, viria a ocorrer somente em 1936, com a fundação da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha (mais conhecida como pneus Brasil) no Rio de Janeiro.

Entre 1938 e 1941, as grandes fabricantes do mundo passaram a produzir seus pneus no país, o que elevou significativamente a produção nacional. Atualmente, existem no Brasil cerca de 15 fábricas, sendo quatro multinacionais: Bridgestone-Firestone, Goodyear, Pirelli e Michelin.

Conheça os eventos de equipamentos históricos da HCEA nos EUA

Uma das principais ações da Historical Construction Equipment Association (HCEA) é a realização de uma Convenção Anual, juntamente com a Exposição de Equipamentos Antigos, realizados em diferentes lugares nos EUA e em Alberta, no Canadá. Ambos os eventos apresentam equipamentos antigos de construção (do final do século XIX até os anos 1970), além de caminhões, equipamentos agrícolas, motores e veículos militares.

Realizada a cada três anos nos EUA, a feira da HCEA reúne mais de 350 máquinas históricas restauradas

Já as feiras – realizadas a cada três anos, no Museu Nacional de Equipamentos de Construção, em Bowling Green, Ohio – chegam a contar com mais de 350 máquinas e veículos, procedentes de todos os cantos do país. Além das exibições históricas, o evento promove a venda de diferentes itens, desde peças até objetos colecionáveis, recebendo milhares de visitantes de todo o mundo. A próxima edição ocorre de 27 a 29 de agosto deste ano em Concordia, no Kansas. Mais informações estão disponíveis no website da entidade: www.hcea.net

Leia na próxima edição:
O conceito de escavação mecânica

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