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Revista M&T - Ed.235 - Junho 2019
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Coluna do Yoshio

A essência do conhecimento

Em um mundo mais competitivo, em que muito mais pessoas possuem o conhecimento, a essência do diferencial profissional torna-se ainda mais dependente da habilidade de aplicação ao mundo real

Uma conhecida frase do filósofo Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) diz que “a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído”. Portanto, a posse precede a aplicação. Nestes tempos de internet de banda larga, Wikipédia e educação a distância, claro que esta é a parte mais simples da equação.

Mas se o conhecimento tornou-se quase uma commodity, o que pode diferenciar um profissional no futuro? A minha aposta está no passado, mais exatamente há 2.500 anos, na época em que Confúcio cunhou seu aforismo. Na verdade, está no próprio aforismo. Ou seja, se possuir o conhecimento está cada dia mais fácil e acessível, o passo subsequente – sua aplicação – continua tão difícil quanto nos tempos do pensador chinês.

Se naqueles tempos adquirir conhecimento era penoso e demorado e, ainda assim, a aplicação era considerada a essência da questão, imagine como a questão tornou-se ainda mais complexa na atualidade, em que a aquisição do conhecimento é muito mais fácil. Ou teria o uso do saber se tornado mais fácil na mesma proporção de sua aquisição?

Pelo contrário, eu diria. Em um mundo mais competitivo, em que muito mais pessoas possuem o conhecimento, a essência do diferencial profissional torna-se ainda mais dependente da habilidade de aplicação ao mundo real. Afinal, sabemos como se tornou muito mais difícil desenvolver pessoas para a aplicação, apesar das novas tendências de educação “make”, tão difundida mundo afora.

E este ambiente mais competitivo também nos demanda uma expansão contínua do conhecimento, adquirido rapidamente e exercitado em um passo ainda mais acelerado. Movendo-se entre mudanças que criam novos desafios, os profissionais de hoje investem na aquisição de conhecimento horizontal, buscando familiarização com novas áreas de conhecimento, c


Uma conhecida frase do filósofo Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) diz que “a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído”. Portanto, a posse precede a aplicação. Nestes tempos de internet de banda larga, Wikipédia e educação a distância, claro que esta é a parte mais simples da equação.

Mas se o conhecimento tornou-se quase uma commodity, o que pode diferenciar um profissional no futuro? A minha aposta está no passado, mais exatamente há 2.500 anos, na época em que Confúcio cunhou seu aforismo. Na verdade, está no próprio aforismo. Ou seja, se possuir o conhecimento está cada dia mais fácil e acessível, o passo subsequente – sua aplicação – continua tão difícil quanto nos tempos do pensador chinês.

Se naqueles tempos adquirir conhecimento era penoso e demorado e, ainda assim, a aplicação era considerada a essência da questão, imagine como a questão tornou-se ainda mais complexa na atualidade, em que a aquisição do conhecimento é muito mais fácil. Ou teria o uso do saber se tornado mais fácil na mesma proporção de sua aquisição?

Pelo contrário, eu diria. Em um mundo mais competitivo, em que muito mais pessoas possuem o conhecimento, a essência do diferencial profissional torna-se ainda mais dependente da habilidade de aplicação ao mundo real. Afinal, sabemos como se tornou muito mais difícil desenvolver pessoas para a aplicação, apesar das novas tendências de educação “make”, tão difundida mundo afora.

E este ambiente mais competitivo também nos demanda uma expansão contínua do conhecimento, adquirido rapidamente e exercitado em um passo ainda mais acelerado. Movendo-se entre mudanças que criam novos desafios, os profissionais de hoje investem na aquisição de conhecimento horizontal, buscando familiarização com novas áreas de conhecimento, compensando a fragmentação da educação atual. Poderia isso ser um reflexo das incertezas profissionais vindouras alardeadas pelos futurólogos?

A nova “arte” que diferencia os melhores profissionais está na aplicação, na capacidade de transformar o conhecimento em resultados concretos, muito além da elegância da teoria. Como escreveu Confúcio, cinco séculos antes de Cristo: “O homem superior é modesto na fala, mas excede em suas ações”, dizia o sábio, valorizando as ações que produzem resultados.

Assim, o foco dos profissionais deve ser a rapidez com que as ações são colocadas em marcha, com o uso de ferramentas e instrumentos adequados para a execução. Não é necessário produzir resultados maiores em cada ação realizada. Basta ser mais rápido e produzir mais ações dentro do mesmo período de tempo. Embora pareça demasiadamente simplista, a ideia é de um contínuo aprimoramento para se tornar cada vez mais ágil.


*Yoshio Kawakami
é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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