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Revista M&T - Ed.263 - Maio 2022
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A ERA DAS MÁQUINAS

A era de ouro dos compactadores de pneus

Por Norwil Veloso

Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas necessitavam de rolos compactadores para reparar e construir novas pistas de pouso. Mas os rolos convencionais eram muito grandes e pesados para serem transportados com agilidade nos campos de manobra.

Assim, foi desenvolvido um novo compactador rebocado leve pela Bros, Tampo e Grace, que podia ser lastreado no local. Essa máquina, que podia ser desmontada facilmente para o transporte por via marítima ou mesmo aérea, era rebocada por um trator ou por um veículo pesado de transporte, atendendo com sucesso à demanda para compactação superficial e, surpreendentemente, também para construção de aterros.

Após a guerra, o conceito se espalhou pela maioria dos fabricantes devido à alta versatilidade, surgindo, já a partir dos anos 50, máquinas como as da Albaret, da Richier (ambas na França) e da Scheid (na Alemanha), entre outras marcas.

Alguns anos depois, a Albaret passou a usar um menor número de pneus, que para isso se tornaram maiores e cuja articulação permitia manter a pressão sobre o solo em todos os pontos. Eram máquinas mais acessíveis que, contudo, tinham o inconveniente de exigirem manobras ao final de cada passada, de modo a inverter o sentido de locomoção, uma vez que só podiam ser rebocadas em um único sentido.

Na época, também foram projetados compactadores rebocados de eixo único, que utilizavam os maiores pneus disponíveis para uso com lastro e podiam pesar até 100 ton, demandando um trator do porte de um D9 para serem rebocados. O projeto foi desenvolvido pela Bros e Southwest, que também foram os primeiros fabricantes dos modelos.

Na França, a Albaret produziu duas máquinas (C 11 e C 21) com rodas ligadas em pares por um sistema de cabos e polias, que distribuía uniformemente o peso. O lan&



Projetado pela Tampo, o primeiro rolo de pneus autopropelido do mundo pesava 9 ton e era acionado por um motor de trator Oliver de 31 hp

Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças aliadas necessitavam de rolos compactadores para reparar e construir novas pistas de pouso. Mas os rolos convencionais eram muito grandes e pesados para serem transportados com agilidade nos campos de manobra.

Assim, foi desenvolvido um novo compactador rebocado leve pela Bros, Tampo e Grace, que podia ser lastreado no local. Essa máquina, que podia ser desmontada facilmente para o transporte por via marítima ou mesmo aérea, era rebocada por um trator ou por um veículo pesado de transporte, atendendo com sucesso à demanda para compactação superficial e, surpreendentemente, também para construção de aterros.

Após a guerra, o conceito se espalhou pela maioria dos fabricantes devido à alta versatilidade, surgindo, já a partir dos anos 50, máquinas como as da Albaret, da Richier (ambas na França) e da Scheid (na Alemanha), entre outras marcas.

Alguns anos depois, a Albaret passou a usar um menor número de pneus, que para isso se tornaram maiores e cuja articulação permitia manter a pressão sobre o solo em todos os pontos. Eram máquinas mais acessíveis que, contudo, tinham o inconveniente de exigirem manobras ao final de cada passada, de modo a inverter o sentido de locomoção, uma vez que só podiam ser rebocadas em um único sentido.

Na época, também foram projetados compactadores rebocados de eixo único, que utilizavam os maiores pneus disponíveis para uso com lastro e podiam pesar até 100 ton, demandando um trator do porte de um D9 para serem rebocados. O projeto foi desenvolvido pela Bros e Southwest, que também foram os primeiros fabricantes dos modelos.

Na França, a Albaret produziu duas máquinas (C 11 e C 21) com rodas ligadas em pares por um sistema de cabos e polias, que distribuía uniformemente o peso. O lançamento tornou-se um de seus maiores sucessos comerciais durante os anos 50 e 60, sendo produzido sob licença no Japão, pela Mitsubishi, e na Inglaterra, pela Onions. O peso lastreado chegava a atingir 100 ton sobre quatro rodas.

AUTOPROPELIDOS

No final da década de 50, começaram a ser desenvolvidos os primeiros compactadores autopropelidos sobre pneus, mais uma vez buscando-se eliminar a necessidade de manobra no final de cada passada. O sucesso desse conceito fez com que a maioria dos fabricantes adotasse esse conceito.

As primeiras unidades simplesmente substituíram a barra de tração por um engate do tipo “pescoço de ganso”. Provavelmente, a Tampo foi a primeira empresa a produzir máquinas realmente autopropelidas, em 1954. A máquina era um compactador rebocado, no qual foi inserido um conjunto de tração sobre o lastro, com transmissão para o eixo traseiro.


Produzido em 1963, o protótipo GRW25 trazia seis rodas direcionais em cada eixo e lastro de 25 ton, sendo movido por um motor de 110 cv

Na Europa, os primeiros compactadores autopropelidos de pneus foram fabricados pela Richier (modelo VRT 713P), que converteu um rolo de três rodas para chegar a essa configuração.

Contudo, a era de ouro dos compactadores autopropelidos de pneus se deu na década de 60, quando foram usados tanto na compactação de aterros como na de asfalto. Em geral, eram máquinas simples e versáteis, que podiam competir com as demais opções de rolo disponíveis na época.

A versatilidade decorria de duas condições: a possibilidade de aumento do peso com lastro e a possibilidade de variação da pressão dos pneus com a máquina em operação, adequando o impacto dinâmico às necessidades de cada obra (características de material, profundidade etc.).

A maioria dessas máquinas era constituída por um compactador rebocado ao qual se adicionou um conjunto de acionamento e um sistema de direção nas rodas dianteiras. Na maioria dos modelos não havia suspensão, embora máquinas como o Albaret Isopactor viriam posteriormente a incorporar suspensão hidráulica independente e direção separada em cada roda. Um sistema hidráulico de compensação mantinha a força vertical idêntica em todas as rodas.

Posteriormente, a Albaret lançou o modelo Geopactor, com 50 ton de peso máximo, tornando-se a maior máquina desse tipo já fabricada. Mas o modelo mais popular da marca foi o Orthopactor, fabricado até hoje.

COMPETIÇÃO

A Alemanha entrou atrasada na competição. A Dingler fez um acordo com a Bros para produção dos modelos SP-54 BD (3,5 a 7,5 ton), SP-6000 (7,3 a 19 ton) e SP-735 (10 a 32 ton), que substituiu o SP-10000. Os dois modelos maiores seriam inclusive fabricados no Brasil, pela Tema Terra. E, na década de 70, a Dynapac também produziu modelos de compactadores sobre pneus no Brasil.

Na mesma época, a Scheid lançou o modelo 31.0, uma máquina de transição entre os rolos convencionais de três tambores e os compactadores de pneus. Em conjunto com a Clark, o desenvolvimento continuou nos anos seguintes, projetando-se uma linha completa de máquinas com peso até 30 ton.


O modelo Marini DS25, que podia chegar a pesar até 25 ton, trazia motor a diesel Fiat de 132 cv, conversor de torque e transmissão Clark de quatro velocidades nas rodas traseiras

Em 1964, foram reconhecidos como os primeiros fabricantes a produzir compactadores de pneus com tração em todas as rodas. Contudo, ainda eram muito caros, de modo que a produção foi abandonada já no ano seguinte.

Naquele mesmo ano, a Hamm lançou a primeira máquina com direção e tração em todas as rodas, enquanto nos Estados Unidos a Huber apresentou um modelo com o conjunto de tração montado sobre a caixa de lastro, a Seaman (subsidiária da American-Marietta) produziu uma máquina com um trator que puxava a caixa de lastro e a Hyster lançou um compactador articulado (originalmente em 1961).

Na Inglaterra, a Aveling Barford lançou seus equipamentos em 1960 e alterou o projeto em 1968, colocando a caixa de lastro entre os eixos, a cabina do operador sobre o eixo dianteiro e o motor sobre o eixo traseiro, uma configuração bastante inovadora. Em 1971, o PR-20, maior máquina da linha da marca, recebeu transmissão hidrostática.

Por sua vez, o fabricante dinamarquês Johs Moller lançou em 1968 o compactador GT24, que também tinha um layout diferenciado, com o motor e a transmissão posicionados entre os eixos, com caixas de lastro na dianteira e na traseira.

Na Itália, a Simesa lançou uma linha de máquinas articuladas com peso lastreado até 30 ton, ao passo que a Marini lançou o modelo DS25, com direção nos dois eixos e que trazia um comando para “caranguejar”.

Nos anos seguintes, os compactadores de pneus continuariam a ser produzidos, adentrando a década de 80. Os avanços dos rolos vibratórios, contudo, foram aos poucos reduzindo a presença dessas máquinas nas obras.

Leia na próxima edição:
A construção da hidrelétrica das Três Gargantas

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