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Revista M&T - Ed.55 - Out/Nov 1999
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Guindastes

A construção vista do alto

Tendências de equipamentos e um perfil dos operadores do mercado
Novas "geometrias": aumento de capacidade, com maior segurança
Wilson Bigarelli
Poucos equipamentos simbolizam tanto a construção perante à sociedade quanto o guindaste. A imagem da grua pairando acima do canteiro e o já
tradicional “paliteiro” de guindastes nas feiras de equipamentos tornaram-se clássicos e marcas registradas do segmento. Mais um motivo, portanto, para seja apurado devidamente o infeliz acidente que vitimou no final de outubro a estudante Milene Modesto, de 28 anos, em plena calçada da avenida Paulista, no centro de São Paulo. Foi um atentado a toda a evolução tecnológica dos últimos anos e a preocupação sempre manifestada pela maioria dos profissionais, empresas e entidades do setor em relação à segurança no trabalho.
Mecânicos ou hidráulicos, com lança treliçada ou telescópica, os guindastes têm tudo em comum em relação aos outros equipamentos no que diz respeito ao seu gerenciamento e manutenção. Em particular, os móveis, montados sobre esteiras, sobre caminhão ou chassis auto-propelidos. Inclusiveno que diz respeito ao perfil da frota atual em operação no Brasil.
O mercado de importação estava fechado até o início dos anos 90, e a frota nacional distribuída entre os diversos operadores era composta por máquinas adquiridas entre 75 e 85. Havia muita troca entre as várias empresas, mas sem grande renovação. A partir do Plano Real, houve uma renovação mais efetiva.
Antes eram máquinas mais robustas e pesadas e a capacidade devia-se mais ao próprio peso do equipamento. Hoje, as novas tecnologias e as novas “geometrias” desenvolvidas nos equipamentos levaram a um aumento significativo na capacidade, com maior segurança, e uma melhor distribuição de carga por eixo e à redução do próprio peso.
A nov

Novas "geometrias": aumento de capacidade, com maior segurança
Wilson Bigarelli
Poucos equipamentos simbolizam tanto a construção perante à sociedade quanto o guindaste. A imagem da grua pairando acima do canteiro e o já
tradicional “paliteiro” de guindastes nas feiras de equipamentos tornaram-se clássicos e marcas registradas do segmento. Mais um motivo, portanto, para seja apurado devidamente o infeliz acidente que vitimou no final de outubro a estudante Milene Modesto, de 28 anos, em plena calçada da avenida Paulista, no centro de São Paulo. Foi um atentado a toda a evolução tecnológica dos últimos anos e a preocupação sempre manifestada pela maioria dos profissionais, empresas e entidades do setor em relação à segurança no trabalho.
Mecânicos ou hidráulicos, com lança treliçada ou telescópica, os guindastes têm tudo em comum em relação aos outros equipamentos no que diz respeito ao seu gerenciamento e manutenção. Em particular, os móveis, montados sobre esteiras, sobre caminhão ou chassis auto-propelidos. Inclusiveno que diz respeito ao perfil da frota atual em operação no Brasil.
O mercado de importação estava fechado até o início dos anos 90, e a frota nacional distribuída entre os diversos operadores era composta por máquinas adquiridas entre 75 e 85. Havia muita troca entre as várias empresas, mas sem grande renovação. A partir do Plano Real, houve uma renovação mais efetiva.
Antes eram máquinas mais robustas e pesadas e a capacidade devia-se mais ao próprio peso do equipamento. Hoje, as novas tecnologias e as novas “geometrias” desenvolvidas nos equipamentos levaram a um aumento significativo na capacidade, com maior segurança, e uma melhor distribuição de carga por eixo e à redução do próprio peso.
A nova geração de guindastes telescópicos atinge altura de até 90 m, o que antes só poderia ser obtidopelos equipamentos treliçados.
As mais antigas também requeriam maior tempo para montagem, desmontagem e transporte e qualquer mobilização era muito difícil. Agora, o transporte foi facilitado e alguns equipamentos montam-se e desmontam-se automaticamente.
Grandes construtoras e empresas de montagem eletro-mecânica mantém a sua própria frota de guindastes, mas o mercado é regulado guiado por locadores independentes, de pequeno, médio e grande porte, que prestam serviço medianteo aluguel de seus equipamentos (com operador) por hora de trabalho - Um locador típico é Carlos Rocha, da Guindastec- Guindastes e Serviços Técnicos.
A sua empresa, com uma frota de 19 guindastes, é bastante requisitada no chamado mercado “spot”, obras e instalações urbanas de curta duração, "Os equipamentos realmente evoluíram muito e a nossa maior preocupação atualmente é como treinamentode operadores" ,
Luís Carlos mantém uma pequena oficina própria nas instalações de empresa em Barueri, em São PauIo, econta com o suporte técnico da TDB
do Brasil, concessionária Tadano, marca predominante em sua frota. "Optamos por equipamentos de ponta, auto-transportáveis, de grande mobilidade, com uma eletrônica facilitada para o operador e, claro, de baixa manutenção”.
Ele prefere modelos de guindastes hidráulicos com lança telescópica, montados sobre chassis autopropelidos, em função do tipo de obra que executa atualmente, mas é um apaixonado pelos modelos de grande porte e treliçados fabricados pela Manitowoc. "Os antigos problemas de excesso de peso e de demora na montagem já foram resolvidos na nova geração e eles tomaram-se ideais na elevação de grandes estruturas.
A Guindastec sofre concorrências e eventualmente estabelece parcerias com alguns gigantes que também atuam nesse mercado. E o caso da Tomé Engenharia e Transportes, empresa líderem transportes especiais, que tem se destacado como operadora na área de guindastes. Mais do que isso, tornou-se uma das maiores desse segmento - e a maior, se consideradas as outras áreas de negócios, que incluem, além da locação, a de remoção industrial, para transferência e adequação dela ou tem unidades fabris, a área de montagem e manutenção eletromecânica, e a de serviços especiais, para montagem e desmontagem de feiras de equipamentos.
Tomé: sinergia entre movimentação e transporte pesado
Rafael Angel Mohedano, diretor de equipamentos da Tomé, responde por outro diretor. “Há uma sinergia muito grande entre as duas divisões mesmo porque, quando entramos no mercado de movimentação, o objetivo era o de oferecer um pacote completo aos clientes, com transporte e carga e descarga nas duas pontas. Antes eram 3 ou 4 projetos para administrar o projeto e a Tomé integrou todas essas fases .
As duas diretorias também partilham uma oficina completa com cerca de 5.000 m2 em São Bernardo do Campo, que conta com um escritório em Miami para importação direta de componentes, cerca de 80 funcionários, laboratório para análise de combustíveis e lubrificantes e instalações similares às de uma fábrica de componentes (com usinagem, montagem de motores, borracharia, soldagem, certificação ISO, etc). “Pode até parecer exagerada uma estrutura como essa hoje em dia, mas é preciso levar em conta que, para garantir o padrão de qualidade, há alguns anos atrás, era preciso montar um programa próprio de suporte”. Rafael Mohedano lembra que os equipamentos em sua maioria eram importados, sem pós-venda no Brasil e, em alguns casos, muito antigos, sem disponibilidade de peças e fornecedores. “Mesmo hoje, depois de renovarmos nossa frota, não sei se poderíamos fazer como muitas empresas de guindastes nos Estados Unidos, que tem uma estrutura que cabe num Container, pois o resto é terceirizado”.
O mesmo ocorreu em relação ao próprio treinamento de operadores. A Tomé também teve que montar um sistema de treinamento interno, porque não havia nenhum específico no mercado, pelo menos nada oficial, nem através do SENAI. “Até hoje, nós não temos nenhuma entidade certificadora. E é preciso formar esse profissional devidamente, pois os operadores ainda são essencialmente práticos, sem a teoria necessária. E mais fácil admitir alguém de nível medioe treiná-lo para ser operador”.
Na área de guindastes especificamente, a Tomé atua com máquinas de 18 a 550 tde vários fabricantes, com alguma predominância da marca Demag. A Tomé, tem se concentrado mais em grandes projetos, na área siderúrgica, petroquímica e de energia, com equipamentos mais pesados. ”Nesse segmento, somos mais competitivos e podemos oferecer condições vantajosas,mesmo para grandes construtoras que possuem seus próprios guindastes".
O mercado "spot": obras e instalações urbanas
Não por acaso, as principais locadoras de guindastes do país estão reunidasinstitucionalmente no Sindipesa - (Sindicato Nacional das Empresas de Transporte de Cargas Pesadas eExcepcionais). A exemploda Tomé, outra grande do setor,a Irga, também é uma transportadora de cargas“especiais”.
Um caso típico é o da Irga que, em menos de dois anos, passou de transportadora tradicional (com 60 anos de atividades)a maiorfrotista de guindastes Liebherr da América do Sul.
A introdução dos guindastes na rotina operacional foi aparentemente tranquilamesmo porque essas transportadoras constavam com experiência anterior no gerenciamento e manutenção de uma grande frota de veículos e semi-reboques de grande porte. Houve, no entanto, a necessidade de algumas adaptações e para isso foi importante o apoio decisivoe suporte dos dealers e fabricantes de guindastes.
Operando guindates telescópicoshidráulicios de 30 a 550 t, a empresa mantémum contato estreito com a Liebherr para garantir a máxima disponibilidade dos equipamentos. A manutenção preventiva, segundo Leopoldo Poggio Torres, da gerência operacional Irga,é imprescindível e tem que ser mais rigorosa do que a feita dos caminhões da frota. ”Ocaminhão pára, e encosta na estrada, mas o problema em um guindaste pode colocar em risco a segurança de pessoas e instalações, pois caracteriza-se pela manipulação de cargas pesadas e a grande altura”.
Ele lembra também que a parada de um guindaste é prejuízo certo para a empresa, já que os clientes pagam por hora trabalhada. Além disso, diferentemente com o que ocorre com os caminhões, que “podem contar com um concessionário ou oficina em cada esquina”, o conserto de um guindaste geralmente envolve o deslocamento de uma equipe da Liebherr ou da própria Irga até o local da obra. “O preço de peças e componentes também é um estímulo a mais para não negligenciarmos a preventiva e nos anteciparmos à quebra”.
Marco Aurélio Sanches, supervisor de guindastes da Irga, afirma que o programa de manutenção preventiva dos equipamentos foi elaborado em conjunto com a Liebherr. Todos os sistemas (hidráulicos, pneumáticos, mecânicos e eletrônicos), segundo ele, são verificados depois de um período de obras trabalhadas, segundo estabelecido pelo fabricante. "Semanalmente, o operador nos envia a quilometragem e a marcação do horimetro em seu equipamento para atualizarmos as informações no sistema, que fornece relatórios diários sobre os itens a serem checados”.
A única flexibilidade admitida para a manutenção, diz ele, é a possibilidade de antecipar e fazer coincidir alguns momentos de intervenção nos diversos sistemas para reduzir ao mínimo possível o tempo de parada do equipamento. As datas limites para manutenção estabelecidas pelo programa também são fornecidas com uma tolerância de 15% em caso de imprevistos na mobilização e deslocamento dos equipamentos. ”Nós também costumamos antecipar o cronograma de verificação, quando sabemos que a máquina será solicitada em alguma obra ou quando ela tenha operado em condições operacionais adversas (dentro de uma mineração, por exemplo)”, complementa Sanches.
Ele garante que, seguindo rigorosamente es-ses procedimentos, a manutenção não somente garante a disponibilidade e segurança dos equipamentos, como também reduz ao máximo o trabalho de revisão, que deve ser feito a cada ano em todos os equipamentos. "Quando gira o ano, você já checou o guindaste inteiro com preventivas”.
Com cinco pessoas da área de manutenção treinadas na fábrica de guindastes da própria Liebherr, na Alemanha, a Irga faz ela própria a manutenção preventiva em suas oficinas no bairro de Pirituba, em São Paulo, e divide com a Liebherr a responsabilidade pela manutenção corretiva. “São casos eventuais, tanto que queremos negociar com o fabricante um contrato de manutenção munerado por hora e não por equipamento.Mas, e com relação ao operador, que Marco Aurélio Sanches, chama de "o capitão do navio" e que costumam ser vitais para o sucesso do equipamento?
Ele diz que todos já estão familiarizados coma eletrônica embarcada nos guindastes Liebherr. “Éum equipamento muito sofisticado, mas extremamente seguro, com controles muito sensíveis, que bloqueiam operações incorretas ou que excedam sua capacidade e característica de projeto”.
Na Irga, garante Leopoldo PoggioTones, operador também tem autonomia total para parar o equipamento em caso de qualquer anormalidade, a despeito das ordens dos engenheiros responsáveis por uma determinada obra. “Além disso, ele só está autorizado autilizar o sistema de by pass (que torna o comando totalmente manual) em caso deemergência”.

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