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Revista M&T - Ed.250 - Dez/Jan 2021
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A Era das Máquinas

A Caterpillar no Brasil

Por Norwil Veloso

Em imagem de 1974, população comemora a chegada da empresa a Piracicaba

Em 1954, a Caterpillar decidiu criar uma subsidiária no país, surgindo assim a Caterpillar Brasil. Como as restrições vigentes na época exigiam que a empresa fabricasse máquinas para garantir as importações, no ano seguinte foi iniciada a construção de sua primeira fábrica, em São Paulo, inaugurada em 1960.

No final daquele mesmo ano, foi lançada a primeira máquina fabricada no país, a motoniveladora 12E (inicialmente com índice de nacionalização de 55%, mas que chegaria a 98% em 1969), que passou a ser exportada para a América Latina e África do Sul a partir de 1965. Logo em seguida, foi iniciada a produção do motoscraper 619C.

Em 1969, o Geimot abriu um processo de seleção para três fabricantes de tratores de esteiras, vencido por Caterpillar, Fiat e Massey-Ferguson. Assim, no ano seguinte a Cat lançou o trator D4D, de 76 cv, com índice de nacionalização de 25%, chegando a 50% no final de 1971, ainda abaixo das metas do governo – que exigiam mínimo de 60% com motores de fabricação local –, que acabou por conceder uma extensão de 6 meses no prazo inicial.

EXPANSÃO

Liderado pelos órgãos governamentais na década de 70, na esteira do Plano Nacional de Desenvolvimento, o processo de expansão da indústria de bens de capital deu especial atenção ao setor de máquinas de construção. Dentro desse enfoque, a Caterpillar iniciou um processo de diversificação que incluiu o motoscraper 621, o trator de esteiras D6C e a carregadeira 966C, lançados entre 1971 e 1972.

No início de 1974, foi lançada a pá carregadeira 930 (com caçamba de 1,7 m3). Com índice de nacionalização acima de 65%, as carregadeiras já podiam ser adquiridas via Finame, o que possibilitou à e


Em imagem de 1974, população comemora a chegada da empresa a Piracicaba

Em 1954, a Caterpillar decidiu criar uma subsidiária no país, surgindo assim a Caterpillar Brasil. Como as restrições vigentes na época exigiam que a empresa fabricasse máquinas para garantir as importações, no ano seguinte foi iniciada a construção de sua primeira fábrica, em São Paulo, inaugurada em 1960.

No final daquele mesmo ano, foi lançada a primeira máquina fabricada no país, a motoniveladora 12E (inicialmente com índice de nacionalização de 55%, mas que chegaria a 98% em 1969), que passou a ser exportada para a América Latina e África do Sul a partir de 1965. Logo em seguida, foi iniciada a produção do motoscraper 619C.

Em 1969, o Geimot abriu um processo de seleção para três fabricantes de tratores de esteiras, vencido por Caterpillar, Fiat e Massey-Ferguson. Assim, no ano seguinte a Cat lançou o trator D4D, de 76 cv, com índice de nacionalização de 25%, chegando a 50% no final de 1971, ainda abaixo das metas do governo – que exigiam mínimo de 60% com motores de fabricação local –, que acabou por conceder uma extensão de 6 meses no prazo inicial.

EXPANSÃO

Liderado pelos órgãos governamentais na década de 70, na esteira do Plano Nacional de Desenvolvimento, o processo de expansão da indústria de bens de capital deu especial atenção ao setor de máquinas de construção. Dentro desse enfoque, a Caterpillar iniciou um processo de diversificação que incluiu o motoscraper 621, o trator de esteiras D6C e a carregadeira 966C, lançados entre 1971 e 1972.

No início de 1974, foi lançada a pá carregadeira 930 (com caçamba de 1,7 m3). Com índice de nacionalização acima de 65%, as carregadeiras já podiam ser adquiridas via Finame, o que possibilitou à empresa tornar-se líder do mercado interno do segmento.

No ano seguinte, foi lançado o motoscraper 627B, com tração nos dois eixos e, em 1976, um dos primeiros caminhões fora de estrada produzidos no país, o 769B, com capacidade de 32 t. Foi também nacionalizada a produção da escavadeira 225, por poucos anos, uma vez que a empresa abandonou esse segmento no mercado brasileiro por um período bastante longo. Nessa mesma época, a empresa apresentou o motoscraper 637B e promoveu atualizações na linha, lançando o trator D4E, agora com 126 cv, e o D6D, com 182 cv.

Para viabilizar esse crescimento, no entanto, foi necessário importar um grande volume de componentes, o que desbalanceou o custo em relação às exportações. Para resolver essa situação, foi decidida a construção de uma nova fábrica em Piracicaba (SP), inaugurada em 1976, para onde acabaram sendo transferidas também as atividades da fábrica de São Paulo, que foi encerrada em 1993.

O primeiro diretor da empresa, Bob Loskill (em primeiro plano), aguarda para telefonar em uma mercearia no Brasil em 1955

RACIONALIZAÇÃO

Durante a crise econômica dos anos 80, a fabricante procurou racionalizar seus processos de produção, aumentar os índices de nacionalização e diversificar seu mercado de exportações. Além disso, a matriz da empresa decidiu transformar a fábrica de Piracicaba em fornecedora exclusiva de determinados equipamentos para o mercado global.

Com isso, o processo de evolução dos modelos se acelerou. Em 1984, foram lançadas versões agrícolas dos tratores de esteira (D4E SA e D6D SR), assim como o maior trator de esteiras já produzido no país (D8L), com índice de nacionalização de 55%, e as carregadeiras 930R e 966C. Em 1988, foi a vez do trator D5B (105 cv), do motoscraper 637D e do caminhão 785, também o maior produzido no Brasil para o segmento. No ano seguinte, iniciou-se a produção do trator de esteiras D6E.

Mas a redução das barreiras à importação ocorrida na década de 90 fez com que muitos fabricantes desistissem da nacionalização e passassem a importar componentes para seus equipamentos, enquanto outros simplesmente deixaram de produzir determinados modelos para importá-los de outras fábricas.

Nesse processo, a Caterpillar baixou significativamente o índice de nacionalização das carregadeiras e suspendeu definitivamente a produção de caminhões. Mesmo assim, foram lançados cinco modelos de carregadeiras da série F (924F, 936F, 938F, 950F-II, que substituiu a 966C, e 960F), além dos tratores de esteiras D5R e D8N. Em 1993, foram lançadas as primeiras motoniveladoras articuladas (12G, 120G e 140G).

Em 1994, a fábrica recebeu a certificação ISO 9002. Em 1996, foi estabelecida uma estratégia para transformar a fábrica brasileira em fornecedora mundial e assegurar a manutenção de um índice de nacionalização superior a 60%, o mínimo necessário para garantir financiamento pelo Finame.
Na sequência, diversos modelos foram lançados, como a escavadeira 320 B, marcando o retorno da marca a esse mercado, a série H de motoniveladoras (cinco modelos), a retroescavadeira 416D e um compactador de solos da série 500. A fábrica também passou a fornecer motores para os caminhões GMC.

SÉCULO XXI

Em 2003, foram lançados no Brasil os tratores D6N e D8R série II, simultaneamente aos EUA, Japão e Europa, além de cinco modelos de motoniveladoras da série H – com acumulador para absorção de impactos na lâmina –, da escavadeira 320 e do compactador vibratório CS-423.
O D8T seria lançado em 2005, com o Brasil passando a ser o fornecedor mundial desse modelo. Em 2006, foram lançadas na M&T Expo a retro 416E, a escavadeira 330 (dois modelos) e o trator D6R (dois modelos), além de três modelos de carregadeiras da série H (950H, 962H e IT62H), com sensor de carga para coordenação automática dos movimentos de elevação e inclinação e, a partir do ano seguinte, um software para autocarregamento automático da caçamba. Na ocasião, foram lançadas ainda as motoniveladoras da série M, substituindo as alavancas de comando por joysticks.

As obras de terraplenagem para instalação da fábrica em Piracicaba (no detalhe)

Em 2008, além da série D das escavadeiras foi introduzida a primeira carregadeira articulada para mineração subterrânea, a R1600G, que deixou de ser fabricada na Austrália e passou a ser produzida na unidade de Piracicaba, que se tornou fornecedora exclusiva para todo o mundo do modelo.

Nessa altura, a empresa era líder nacional de vendas de máquinas de construção e uma das 20 maiores exportadoras do Brasil. Produzia 42 modelos em dez famílias, a mais diversificada linha de produtos da marca no mundo.

Na M&T Expo de 2009, quatro motoniveladoras da série K foram lançadas em substituição à série H, além da carregadeira 966H. E, na edição de 2016, chegaram o trator D6N XL e as escavadeiras 320GC e 336. Continuando a expansão, em 2011 foi inaugurada a fábrica de Campo Largo (PR), produzindo inicialmente as carregadeiras 924H e 938H, cuja linha de produção (carregadeiras e retroescavadeiras) vem sendo ampliada desde então.

Associação norte-americana preserva a história dos equipamentos

A máquina que ilustra o logotipo é a “Yankee Geologist”, a primeira escavadeira a vapor sobre trilhos, projetada por William Smith Otis em 1836, cuja capacidade de produção (380 m3/dia) representou, na época, um avanço expressivo em produtividade, em relação à produção manual diária de um trabalhador experiente (19 m3/dia)

Entidade sem fins lucrativos, a HCEA (Historical Construction Equipment Association) é uma iniciativa única no mundo dedicada a preservar e documentar a história dos equipamentos de construção, dragagem e mineração a céu aberto para educação do público. Além de publicar a revista trimestral Equipment Echoes, a associação é responsável pelo funcionamento do Museu Nacional de Equipamentos de Construção (National Construction Equipment Museum), em Bowling Green, Ohio, nos EUA.

Atualmente, o acervo inclui mais de 160 máquinas, desde modelos de tração animal até escavadeiras, cobrindo do final do século XIX até os anos 1980. A HCEA conta ainda com um conjunto de arquivos históricos, com folhetos comerciais, imagens, manuais de operação e serviço, registros de rastreabilidade e outros, publicados por mais de 3.000 fabricantes, de 1870 até os dias atuais. A entidade também promove uma Convenção e Exposição Anual de Equipamentos Antigos, com demonstrações ao vivo de máquinas antigas de construção, caminhões, motores e outros.

Mais informações: www.hcea.net

Leia na próxima edição:
A evolução dos guindastes nos anos 70

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