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Revista M&T - Ed.75 - Fev/Mar 2003
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OPERAÇÃO

Uma escavadeira era São Tomé das Letras

Produtores transformam atividade artesanal em negócio próspero, que cresce mais de 20% ao ano, com exportações de US$ 6 milhões.

Relatos sobre aparições de óvnis, carros desligados que sobem ladeiras, grutas misteriosas com passagens para lugares sagrados já fazem parte da cultura e do estilo de vida da cidade de São Tomé das Letras, no sul de Minas Gerais. A aura mística tem como contraponto algo bem mais palpável e concreto: a famosa pedra mineira utilizada nas casas, monumentos e calçamentos. De atividade artesanal, a extração desse quartzito, que desde o ano passado ganhou o reforço de uma escavadeira alugada pela associação local de produtores, revelou-se um negócio próspero, que cresce mais de 20% ao ano, tanto em volume de produção como em faturamento. A justificativa está no exterior, que demanda cada vez mais esse quartzito de cor rosa, branca ou amarela encontrado apenas no sul de Minas Gerais. Somente em 2002, a pedra São Tomé gerou aos produtores locais mais de US$ 6 milhões em exportação.
Não é para menos: polida, a São Tomé é concorrente direta do mármore e granito. “E um crescimento real, sem depreciação do produto em mercado algum. Os estrangeiros estão começando a perceber a qualidade do nosso quartzito e a capacidade das empresas locais em produzir e cumprir seus contratos”, explica o presidente da Associação dos Mineradores de São Tomé (Amist), Antônio Francisco da Silva. A Sales Andrade, uma das primeiras e principais mineradoras da região, vem colhendo os frutos da crescente aceitação da São Tomé no exterior. De sua produção, 80% vão para a Europa, 15% para o Japão e o restante para outros mercados. As 40 frentes de trabalho que a empresa mantém na Fazenda Boa Vista, no alto da serra de São Tomé das Letras, extraíram no ano passado 240 mil m3 de material, comercializado no exterior pela SA Exportadora, empresa criada pelo


Produtores transformam atividade artesanal em negócio próspero, que cresce mais de 20% ao ano, com exportações de US$ 6 milhões.

Relatos sobre aparições de óvnis, carros desligados que sobem ladeiras, grutas misteriosas com passagens para lugares sagrados já fazem parte da cultura e do estilo de vida da cidade de São Tomé das Letras, no sul de Minas Gerais. A aura mística tem como contraponto algo bem mais palpável e concreto: a famosa pedra mineira utilizada nas casas, monumentos e calçamentos. De atividade artesanal, a extração desse quartzito, que desde o ano passado ganhou o reforço de uma escavadeira alugada pela associação local de produtores, revelou-se um negócio próspero, que cresce mais de 20% ao ano, tanto em volume de produção como em faturamento. A justificativa está no exterior, que demanda cada vez mais esse quartzito de cor rosa, branca ou amarela encontrado apenas no sul de Minas Gerais. Somente em 2002, a pedra São Tomé gerou aos produtores locais mais de US$ 6 milhões em exportação.
Não é para menos: polida, a São Tomé é concorrente direta do mármore e granito. “E um crescimento real, sem depreciação do produto em mercado algum. Os estrangeiros estão começando a perceber a qualidade do nosso quartzito e a capacidade das empresas locais em produzir e cumprir seus contratos”, explica o presidente da Associação dos Mineradores de São Tomé (Amist), Antônio Francisco da Silva. A Sales Andrade, uma das primeiras e principais mineradoras da região, vem colhendo os frutos da crescente aceitação da São Tomé no exterior. De sua produção, 80% vão para a Europa, 15% para o Japão e o restante para outros mercados. As 40 frentes de trabalho que a empresa mantém na Fazenda Boa Vista, no alto da serra de São Tomé das Letras, extraíram no ano passado 240 mil m3 de material, comercializado no exterior pela SA Exportadora, empresa criada pelo grupo em 1998. “Como o volume de negócios no exterior foi aumentando, sentimos a necessidade de criar a AS Exportadora, que vem distribuindo nossas pedras para todo o mundo”, explica o presidente da empresa, José Alaor Andrade, que assumiu a Sales Andrade de seu pai, Virgílio de Andrade Martins, um dos pioneiros na extração do quartzito.

A primeira escavadeira —Bastante utilizada em outras minerações, a escavadeira aportou em São Tomé apenas no ano passado. A iniciativa de testar o equipamento partiu da Amist que conseguiu disponibilizar junto à filial de Varginha da concessionária Bamaq uma FH 200 para trabalhar cerca de 50 horas nas minas locais. “Essa mesma Fiatallis que aqui chegou continua alugada e pelo jeito não vai embora tão cedo, tamanha a produtividade alcançada. A máquina confirmou para todos nós o que vários companheiros estrangeiros nos alertavam, de que a utilização das escavadeiras é fundamental para maior produtividade na nossa mineração” explica o presidente da Amist. Segundo ele, esse bom desempenho pode ser sentido no capeamento, que é o processo de limpeza das bancas realizado após a detonação das minas. O procedimento é necessário para retirar o material que não apresenta condições para uso comercial, seja por sua dureza, cor granulometria ou outros fatores. Com a escavadeira, basta apenas 1 minuto para encher completamente a caçamba de um caminhão.
O mesmo processo leva em média 5 minutos com uma pá carregadeira. Isso acontece porque as pás necessitam fazer diversas manobras para encher completamente cada caminhão, o que consome muito tempo. Em certos pontos de difícil acesso nas minas, as máquinas chegam a gastar 20 minutos para abastecer um caminhão. “E gastando muito combustível, pois nesses serviços elas trabalham sempre em alta rotação”, acrescenta Antônio. O trabalho do conjunto braço/caçamba é outro ponto favorável às escavadeiras. As pás, ao recolher o material, acabam deixando muita sobra, ao mesmo tempo em que empurram uma boa quantidade do material para os níveis mais baixos da mina. Com a escavadeira não existem tantas sobras na limpeza.

Somente na mineração de Antônio Machado, a Bellas Pedras, a escavadeira executou a limpeza de três bancas (frentes de trabalho onde atuam em média 10 pessoas) em duas semanas, um serviço que levaria seis meses se executado por uma pá-carregadeira. “São conjuntos de detalhes que ao final permitem um crescimento expressivo na produção”, explica. A primeira escavadeira hidráulica comprada por uma empresa local foi a FX 215 LC, adquirida pela Sales Andrade. “Temos certeza de que ela aumentou em pelo menos 20% a produção da nossa empresa e esperamos que aumente ainda mais, pois somente em janeiro comercializamos 72 containers para o exterior, ultrapassando muito a tradicional média de vendas desse mês, que são 10 containers”, explica Alaor Andrade, presidente da Sales Andrade.

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