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Revista M&T - Ed.182 - Agosto 2014
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A Era das Máquinas

Uma epopeia de fusões e aquisições

Por Norwil Veloso

Fundada em 1907 por George A. Armington, a Euclid nasceu com o nome de Armington Electric Hoist, passando a se chamar Euclid Hoist & Crane quando se mudou para a cidade de Euclid, em Ohio.

Na década de 20, a empresa – que foi uma das pioneiras na produção de diversos protótipos de tratores de rodas e de esteiras – entrou no mercado de construção com a introdução do Automatic Rotary Scraper (1924), cuja aceitação levou à criação de uma divisão de máquinas rodoviárias dois anos depois do lançamento. Em 1931, essa divisão transformou-se na Euclid Road Machinery, que se tornou independente do grupo Armington já em 1933.

Embora tenha iniciado sua trajetória com a fabricação de scrapers, aos poucos a empresa se especializou no desenvolvimento e fabricação de caminhões fora de estrada, sendo que seu primeiro produto para esse segmento foi o Trac-Truk, um modelo OTR com caçamba de 5 m3. O impacto foi tão grande que em 1950 a Euclid já era vista pelo mercado como sinônimo de caminhão fora de estrada. A percepção justificava-se pelo fato de a empresa produzi


Fundada em 1907 por George A. Armington, a Euclid nasceu com o nome de Armington Electric Hoist, passando a se chamar Euclid Hoist & Crane quando se mudou para a cidade de Euclid, em Ohio.

Na década de 20, a empresa – que foi uma das pioneiras na produção de diversos protótipos de tratores de rodas e de esteiras – entrou no mercado de construção com a introdução do Automatic Rotary Scraper (1924), cuja aceitação levou à criação de uma divisão de máquinas rodoviárias dois anos depois do lançamento. Em 1931, essa divisão transformou-se na Euclid Road Machinery, que se tornou independente do grupo Armington já em 1933.

Embora tenha iniciado sua trajetória com a fabricação de scrapers, aos poucos a empresa se especializou no desenvolvimento e fabricação de caminhões fora de estrada, sendo que seu primeiro produto para esse segmento foi o Trac-Truk, um modelo OTR com caçamba de 5 m3. O impacto foi tão grande que em 1950 a Euclid já era vista pelo mercado como sinônimo de caminhão fora de estrada. A percepção justificava-se pelo fato de a empresa produzir diversos modelos, com capacidades nas faixas de 10 a 62 toneladas e que então eram intensamente utilizados nos setores de construção, mineração e pedreiras. No decorrer do tempo, a evolução do portfólio continuou e, na década de 80, as capacidades dos caminhões OTR da Euclid já chegavam a 210 ton.

SUCESSO

Além dessa inestimável contribuição ao mercado, a empresa também foi responsável pelo desenvolvimento dos “vagões” com descarga pelo fundo (originalmente chamados de bottom dump trucks), uma combinação de trator com reboque que atingia velocidades de até 50 km/h – seis vezes mais do que era possível com os scrapers – e por distâncias de transporte muito maiores que os demais equipamentos da época. Também esta categoria vivenciou uma notória evolução tecnológica. O primeiro modelo tinha capacidade de 10 m3, sendo que na década de 80 as capacidades evoluíram para 110 ton.

Graças ao sucesso dessas duas linhas, a Euclid abriu uma segunda fábrica, na qual produziu o primeiro moto-scraper da história equipado com dois motores (twin-engine), um no trator e outro na traseira do scraper, que operavam de forma sincronizada e possuíam transmissões semiautomáticas Allison Torqmatic com conversor de torque. A empresa também foi a primeira a produzir com sucesso equipamentos como pás carregadeiras articuladas e escavadeiras com correia transportadora (“loaders”).

Em 1951, a Euclid iniciou a produção de máquinas na Escócia e, dois anos depois, foi adquirida pela General Motors, que na época ensaiava sua entrada neste mercado. Com o negócio, a Euclid transformou-se em uma divisão da GMC, que construiu uma nova fábrica em Hudson, também em Ohio, e investiu pesado na empresa, desenvolvendo ainda mais os produtos existentes e lançando novos, como o trator de esteiras TC-12 (o maior do mundo à época) e o scraper TS-18 com tração nas quatro rodas, que estabeleceu novos padrões de tração e rampa para a indústria.

TRANSFERÊNCIAS

Em 1959, o Departamento de Justiça norte-americano entrou com uma ação anti-trust contra a GMC, considerando que havia uma tentativa de controle do mercado de caminhões fora de estrada. Foi feita então uma negociação com a White Motor para venda de algumas linhas de produtos, processo que culminou com a transferência das linhas de caminhões fora de estrada em 1968.

Nova controladora, a White transformou a Euclid em uma subsidiária (a Euclid, Inc.), que em 1977 foi vendida para a Daimler-Benz AG. Esta, por sua vez, veio a vendê-la para a Clark Michigan em 1984, transformando-a numa subsidiária desse grupo.

Para fazer frente às dificuldades do mercado, a Clark formou uma joint-venture com a Volvo, denominada VME e que era operada separadamente na Europa e nos Estados Unidos. Em 1991, a VME Americas foi dividida em duas empresas, que cuidavam da linha Euclid e das linhas de carregadeiras e caminhões articulados, respectivamente.

A primeira formou então uma joint-venture com a Hitachi, que em 2004 veio a se tornar a Hitachi Construction Truck Manufacturing. Enfim, o nome VME desapareceu em 1995, quando a Volvo adquiriu a parte da Clark e rebatizou a empresa como Volvo Construction Equipment.

TEREX

Após a ação, a GMC manteve o direito de produzir caminhões em suas fábricas, mas foi impedida de vender esses produtos nos Estados Unidos até 1972. No entanto, as linhas de tratores, scrapers e carregadeiras foram mantidas pela GMC, transformando-se na marca Terex.

Mantendo-se basicamente os mesmos das linhas da Euclid, os caminhões também passaram a ser fabricados sob a marca Terex. Rebatizada, a linha foi gradativamente reestruturada até o lançamento do maior caminhão fora de estrada do mundo, o 33-19 Titan, cujo protótipo foi montado no Canadá em 1973.

Continuando o processo de transferências, a divisão Terex da GMC foi vendida ao grupo alemão IBH Holding AG em 1981. Com a posterior falência da IBH (em 1983), a propriedade da Terex voltou para a GMC. Em 1986, a Northwest Engineering – que havia sido comprada por Randolph W. Lenz após sua quebra – adquiriu a Terex e suas instalações nos Estados Unidos e na Escócia, passando a denomina-la Terex Corporation. Até o final da década de 80, a empresa triplicou de tamanho graças a uma série de aquisições, dentre as quais se incluem as marcas Koehring (1987), Unit Rig (1988) – fabricante das linhas Dart e Lectra Haul – e Fruehauf (1989).

Devido à recessão, na década de 90 a Terex implementou uma política agressiva de reestruturação operacional e financeira, que incluiu a venda de ativos, injeção de capital e redimensionamento das operações. Com a aquisição da PPM em 1995, a Terex firmou-se como um dos principais fabricantes de guindastes do mundo.

Em 1996, a empresa desfez-se da linha de empilhadeiras Clark e, simultaneamente, adquiriu a Payhauler e a O&K Mining. Por outro lado, a oferta de guindastes cresceu significativamente com a compra das empresas American Crane, Peiner e Gru Comedil.

Em 1999, a Terex entrou no mercado de britagem com a aquisição das marcas Power Screen, Cedarapids e Finlay, assumindo a liderança desse mercado. Em 2001, com a aquisição da CMI, Jaques, Bid-Well e Atlas, a empresa criou o Roadbuilding Business. Um ano depois, também ingressou no mercado de concreto com a aquisição da Demag, Genie Fuchs e Advance Mixer.

Leia na próxima edição: O desafio dos guindastes sem motor



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