Conforme aponta recente levantamento da Fundação Dom Cabral, em alguns setores da economia nacional os custos com logística chegam a representar 20% do faturamento das empresas. Sintomaticamente, os mais prejudicados são os setores de bens de capital (22,69% do faturamento), construção (20,88%) e mineração (14,63%), todos atrelados a necessidades prementes de mobilidade e fluxos de transporte. O impacto pode variar desde aspectos burocráticos e cargas tributárias altas e complexas até um prosaico desgaste de pneus, que são severamente afetados pela má conservação das nossas estradas. Nesse ponto, nossa desvantagem é latente, pois o pneu de um caminhão no Brasil, por exemplo, precisa ser trocado a cada 100 mil km, enquanto em países como os EUA, que contam com excelentes estradas de rodagem, chega a durar cinco vezes mais.
Em tal contexto, a logística torna-se, sem sombra de dúvida, um dos grandes gargalos estruturais a serem enfrentados pelo país nos próximos anos. O setor é considerado estratégico para a manutenção da competitividade no Brasil, pois – como mostram os números acima – a qualidade da malha logística pode incidir em custos adicionais para toda cadeia produtiva, reduzindo a produtividade e inibindo o investimento.
Por outro lado, a oportunidade para superar este desafio é real, uma vez que a área de transporte, segundo dados da pesquisa “Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2017”, encomendada pela Sobratema – Associação Bras
Conforme aponta recente levantamento da Fundação Dom Cabral, em alguns setores da economia nacional os custos com logística chegam a representar 20% do faturamento das empresas. Sintomaticamente, os mais prejudicados são os setores de bens de capital (22,69% do faturamento), construção (20,88%) e mineração (14,63%), todos atrelados a necessidades prementes de mobilidade e fluxos de transporte. O impacto pode variar desde aspectos burocráticos e cargas tributárias altas e complexas até um prosaico desgaste de pneus, que são severamente afetados pela má conservação das nossas estradas. Nesse ponto, nossa desvantagem é latente, pois o pneu de um caminhão no Brasil, por exemplo, precisa ser trocado a cada 100 mil km, enquanto em países como os EUA, que contam com excelentes estradas de rodagem, chega a durar cinco vezes mais.
Em tal contexto, a logística torna-se, sem sombra de dúvida, um dos grandes gargalos estruturais a serem enfrentados pelo país nos próximos anos. O setor é considerado estratégico para a manutenção da competitividade no Brasil, pois – como mostram os números acima – a qualidade da malha logística pode incidir em custos adicionais para toda cadeia produtiva, reduzindo a produtividade e inibindo o investimento.
Por outro lado, a oportunidade para superar este desafio é real, uma vez que a área de transporte, segundo dados da pesquisa “Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2017”, encomendada pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, receberá investimentos de R$ 397,59 bilhões até 2017, sendo que 30% desse montante serão destinados a portos e hidrovias, 26% a ferrovias, e 18% a rodovias.
No entanto, o ritmo ainda deixa a desejar. Um exemplo disso é o fato que, de um total de R$ 7,2 bilhões em investimentos previstos para obras de mobilidade urbana nas cidades que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, apenas R$ 711 milhões (ou menos que 10%) foram liberados até setembro, segundo balanço do Ministério das Cidades. Além disso, até outubro o Ministério dos Transportes havia investido R$ 8,1 bilhões em obras, enquanto em 2011 o valor foi de R$ 9,7 bilhões (redução parcial de 16,4%). Por tudo isso, o momento é de expectativa e cautela no setor, como atestam as reportagens desta edição que tratam do mercado de equipamentos para obras rodoviárias e ferroviárias, importação de máquinas, financiamentos de caminhões e outros assuntos relacionados.
Claudio Schmidt
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